NOTA EDITORIALEm 1995, um grupo de historiadores e cientistas sociais liderados por William Cronon publicou o volume Uncommon Ground: Rethinking the Human Place in Nature. Resultado de um ano de reuniões e debates promovidos pela Universidade da Califórnia em Irvine, a coletânea problematizava a relação entre humanos e natureza, sobretudo quanto às percepções culturais, e propunha novas bases para a discussão política referente às questões ambientais. Entre os acadêmicos envolvidos no projeto, encontrava-se Richard White, então professor da Universidade de Washington, e já reconhecido como um dos mais importantes historiadores norte-americanos. Em seu artigo, ele situa o trabalho humano como tema central da história ambiental. Esta dimensão essencial dos processos de construção de muitas identidades, direitos e nações na modernidade era basicamente ignorada por estudiosos da disciplina. O livro, e em particular este artigo, teve um enorme impacto no desenvolvimento da história ambiental nos últimos vinte anos, com um sucesso que atravessou as barreiras às vezes impermeáveis da academia. Embora algumas das recomendações de White se encontrem hoje datadas, e as referências explícitas a textos e eventos da década de 1990 dificultem um pouco a leitura ao público moderno e que não é norte-americano, seu alcance e lucidez são ainda notáveis. Devido à sua sensibilidade não só em relação ao tradicional dilema acerca da natureza do trabalho, mas também em relação a temas como corpo, gênero e cultura, o trabalho de White se tornou uma referência fundamental no campo da história ambiental.
EDITORIAL NOTEIn 1995, a group of historians and social scientists led by William Cronon published the edited volume Uncommon Ground: Rethinking the Human Place in Nature. Resulting from a year of meetings and debates at the University of California in Irvine, the book discussed the relationship between humans and nature, mainly regarding cultural perceptions, and proposed new bases for the political discussion of environmental issues. Among participating scholars was University of Washington professor Richard White, already a renowned environmental historian. In his article, White makes human labor the central issue of environmental history. This most basic building block of modern identities, rights, and nations had largely been absent from the field. The book, and this contribution in particular, had a huge impact on the development of environmental history in the last twenty years, crossing disciplinary barriers within universities and gaining attention beyond academia. Although some of White’s recommendations may sound dated to a modern audience, and the explicit references to texts and events of the 1990s make it somewhat difficult for current readers, particularly non-Americans, their reach and lucidity are still remarkable. Due to his sensitivity not only to the traditional dilemma concerning the nature of work, but also to subjects as body, gender, and culture, White’s thought became a fundamental reference in the field of environmental history.