Em julho de 1846, as autoridades parisienses simultaneamente proibiram, confiscaram e queimaram a História Natural da Alma, de Julien Offray de La Mettrie (1709-1751), e os Pensamentos Filosóficos, de Denis Diderot (1713-84), unindo na mesma fogueira os dois pensadores que, segundo Jonathan Israel, melhor encarnam o Iluminismo radical de meados do XVIII. Diderot tinha uma relação especialmente ambivalente com La Mettrie: atacava-o em público, mas concordava com ele em muitos textos póstumos que jamais permitiu publicar em vida.