Como se pode ler na breve apresentação, Antonio Rodrigues decidiu fazer este estudo num contexto de homenagem a João Bénard da Costa enquanto um dos últimos representantes do programador cinéfilo, e de uma espécie de programação “à antiga, vindo da cinefilia, da paixão pelo cinema.” O estudo propõe-se, ainda, nas palavras do seu autor, centrar-se “no trabalho de João Bénard da Costa como programador de cinema, sozinho ou em colaboração com outros, na qual incluo a de escritor sobre cinema.” De fora, de forma assumida, ficaram “as outras actividades suas ligadas ao cinema, como o seu papel na Fundação Calouste Gulbenkian no domínio dos subsídios à produção de novos filmes ou a sua presença como actor em diversos filmes, sempre com o pseudónimo de Duarte d’Almeida” (12-13). Ainda que se centre na parte mais activa e intensa da vida de Bénard da Costa, trata-se de um estudo parcelar que não valoriza como poderia, no meu entender, o percurso pré-Cinemateca, nomeadamente o período cineclubista e os tempos em que esteve ligado à primeira fase da revista O Tempo e o Modo (1963-1969).