Este texto aborda processos de recontextualização curricular na Educação Superior em Enfermagem no Brasil nos anos 90 e 2000. Tem comoobjetivo geral analisar o processo de discussão curricular de um curso de graduação em Enfermagem de uma universidade pública do Estado de São Paulo. Utiliza como fontes o currículo-texto oficial de 2001; o currículo que vai se produzindo no campo pedagógico, obtido através de entrevistas semi-estruturadas com as coordenadoras e professoras do curso; e, outros documentos produzidos nesse processo. A metodologia fundamenta-se em elementos sócio-histórico-culturais do campo curricular e nas produções sobre educação em Enfermagem articulando os macro e micro contextos em que estes campos estão inseridos. Foi possível perceber que o currículo oficial – consolidado pelas DCNE – oferece balizamentos e orientações que, na prática acadêmica, sofrem modificações e reapropriações causando tensões entre os campos oficial e pedagógico. Mesmo considerando a força dos discursos- textos das políticas educacionais, configuram-se espaços em que é possível inovar, criar, ressignificar, experienciar, delineando caminhos próprios forjados por mulheres e profissionais envolvidos neste processo.