O objetivo do artigo é refletir sobre as representações que foram construídas no contexto da colonização sobre as diferenças culturais, analisando se essas representações ainda são utilizadas para representar as diferenças, mais especificamente, se são utilizadas pelos/as acadêmicos/as de Pedagogia para representar as crianças indígenas. Apontamos também que, para a desconstrução das representações, é fundamental que os processos formativos sejam pautados na interculturalidade, isto é, que os cursos de formação de educadores tenham como central o debate sobre os processos de produção das identidades e diferenças, com o intuito de mostrar que as perspectivas de contemplar as diferenças, evitando-se os processos de discriminação e inferiorização, não passam pelo tratamento normal/igual, e sim pela problematização e questionamento das relações de poder responsáveis pela hierarquização e assimetria entre os grupos culturais, o que tem como uma das consequências a distribuição desigual dos bens sociais.