Este trabalho busca analisar os modos como as crianças constituem os grupos para brincar e os requisitos que definem para compô-los, elegendo quem deles participa, como e em que circunstâncias. Além disso, interessam-nos as estratégias que as crianças criam para se inserir nos grupos e como estas remetem a valores que constroem nas relações com seus pares, as quais se caracterizam por vínculos – duradouros ou passageiros – que se estabelecem quando brincam. O contexto de investigação é uma turma de crianças, entre 4 e 5 anos, de uma instituição de Educação Infantil da rede pública do município de Rondonópolis, Mato Grosso. Observamos que ser amigo, ter e fazer amizades apresenta-se como um significativo passaporte para se inserir nos grupos e participar das brincadeiras. A amizade é, portanto, alvo de negociações e barganhas, aparecendo como uma forma de pertença ao grupo.