摘要:O objetivo deste artigo é promover um debate entre a história e ficção por meio de aproximações e distanciamentos que dizem respeito a trajetória de Maurina Borges da Silveira. Madre Maurina, religiosa que em 1969 dirigia o orfanato Lar Sant’Ana em Ribeirão Preto, foi acusada de subversão e envolvimento com as Forças Armadas de Libertação Nacional – FALN -, foi presa, submetida à torturas e exilada, no início dos anos 1970 no México. Sua história é ainda hoje bastante controversa e, portanto, representativa dos desmandos, abusos e violências que marcaram o período da ditadura militar no Brasil. Esta mesma história foi, em diferentes momentos e de diferentes formas, apropriada por escritos de cunho ficcional. Estes, a partir das reflexões de Hayden White, Paul Ricoeur e Antonio Candido, nos possibilitam importantes reflexões acerca das possibilidades e usos da memória e, especialmente, das implicações teórico-metodológicas de se tratar de passados ainda hoje absolutamente presentes.