摘要:Este ensaio se propõe ao entendimento de como tem sido processada a inserção da mulher negra no mercado de trabalho do Nordeste. Utiliza-se de metodologia descritiva, com base em revisão de literatura e na análise de dados secundários, que ocorre sob a perspectiva de raça e gênero, através da definição de quatro categorias: mulher negra (preta e parda), mulher não negra, homem negro (preto e pardo) e homem não negro. Os dados são provenientes dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para os anos de 2005 e 2014. Os resultados mostram que melhoria das condições econômicas e do mercado de trabalho experimentada pelo Brasil, especialmente nos anos 2000, ampliam as oportunidades reservadas às mulheres e se estendem, embora de forma diferenciada, condicionando um novo padrão de inserção das mulheres negras no mercado de trabalho. Todavia, apesar da melhoria inconteste de um conjunto de indicadores relativos à mulher negra, como o meselhor ritmo de crescimento da população ocupada, queda mais intensa do desemprego, maior variação da média de anos de estudo, além de ganhos significativos de participação em melhores faixas de escolaridade, a face do desemprego e da informalidade ainda é negra e feminina, o que demonstra o longo caminho a ser percorrido em busca de políticas mais inclusivas e focalizadas para a eliminação e não apenas suavização de disparidades e segregações.