摘要:Este ensaio tem por objetivo pensar a escola como espaço vivo, produtor de heterotopias, conceito abordado por Foucault (2000, 2001, 2013). As heterotopias, na perspectiva de Foucault (2013), são espaços outros que convivem no espaço instituído, nos espaços de invenção que não podem ser controlados, justamente por não estarem previstos. Foram primeiramente pensadas como um efeito de linguagem, conforme encontramos no prefácio de As palavras e as coisas, obra publicada em 1966. O conceito é retomado em suas conferências radiofônicas (1966 e 1967), publicadas em 1984 com o título Des espaces autres, e ainda postumamente, em 2009, no livro O corpo utópico, heterotopias. A partir dessa noção, a escrita que aqui se apresenta é um convite a pensar a escola como um lugar heterotópico. Um espaço do fora no espaço do dentro. Um entrelugares, povoado de encontros e potências ativados, capazes de inventar espaços outros no próprio espaço do instituído pela força do que nos leva a pensar e a perceber o mundo de outros modos, com outras lentes. Trata-se, assim, de viver de outros modos nos espaços que já existem. Criar no espaço da escola, da universidade, espaços outros, heterotopias que possibilitem movimentos, espaços livres de pensamento. Isso envolve um deslocamento de olhar para o espaço, para as coisas, para a vida: criar um espaço de resistência dentro de um espaço instituído. Portanto, não se trata de criar utopicamente outra escola, nem qualquer outro espaço educativo, nem mesmo um espaço de existência, mas talvez de fazer outra escola na própria escola.