摘要:O objetivo do ensaio é apresentar parte do material visual produzido durante a 13ª Procissão de São Jorge, também conhecida como Festa de Ogum, que ocorreu em 23 de abril de 2017 na cidade de Bagé, Rio Grande do Sul. O trabalho foi realizado no contexto do projeto Narradores de Bagé[1] e é parte das ações do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul Campus Bagé), onde trabalho como professor de Sociologia. O projeto envolveu a participação de nove estudantes do IFSul, dos quais dois assinam comigo a autoria deste ensaio. O trabalho, que resultou também na produção de um vídeo poético-documental sobre a Festa, teve o apoio do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Produção em Antropologia da Imagem e do Som (LEPPAIS-UFPel) e do Ponto de Cultura Pampa Sem Fronteiras.A Festa de Ogum é organizada pela Associação Espiritualista de Umbanda de Bagé e todo ano reúne uma multidão de fiéis, entre umbandistas, católicos devotos de São Jorge e autoridades religiosas locais como padres e bispos. É considerada uma das mais importantes manifestações culturais religiosas da cidade e, sem dúvida, é um momento de grande visibilidade, protagonismo e integração das comunidades de terreiros com a população geral da cidade.As fotografias selecionadas têm a intenção de mostrar as formas de expressão da devoção, os gestos, sensações, cores e estados emocionais considerados como ato estético e poético. A Festa de Ogum pode ser descrita por quatro atos performáticos distintos e complementares: 1º ato) Ritual de chegada do “cavaleiro valente” na Praça da Matriz, onde está a Igreja da Catedral de São Sebastião; 2º ato) Caminhada na Av. 7 de Setembro até a Praça de Esportes; 3º ato) Cerimônia institucional na Praça de Esportes, momento em que os chefes de terreiros são convidados a fazer um breve pronunciamento; 4º ato) Ritual religioso na terreira responsável pelos cuidados da imagem de São Jorge/Ogum. A cada ano, uma casa de religião fica responsável por receber a imagem de São Jorge, carregá-la durante a procissão e organizar a cerimônia festiva, bem como se responsabilizar pelas atividades que antecedem a procissão. Em 2017, a Festa aconteceu na terreira do Sr. Carlos do Bará, no Reino Bará Lodê e Pai João de Angola. As fotografias abaixo estão dispostas de acordo com a sequência desses quatro momentos performáticos. [1] Projeto de ensino com pesquisa realizado com estudantes do ensino integrado do IFSul. Envolve vivência e produção de textos e imagens sobre a diversidade das manifestações sociais e culturais da cidade de Bagé.