摘要:A realização de mudanças político-institucionais, sócio-econômicas e culturais, visando a elevação da competitividade social nos marcos do ethos empresarial, vem sendo a bandeira de luta da burguesia industrial no Brasil durante as duas últimas décadas. A estruturação das instituições públicas e dos vários espaços de sociabilidade com base nesses fundamentos, bem como a privatização do fundo público, resultaria na construção do que seria, na nossa opinião, a Sociedade Competitiva – aqui um desdobramento a partir do modelo teórico desenvolvido por Rodrigues. Para o empresariado, a materialização dessa realidade seria um requisito indispensável para consolidar modificações nas bases de acumulação do bloco histórico americanista, estruturadas pelo regime de acumulação fordista. Hegemônicas em nível mundial no II Pós Guerra, as bases de acumulação do americanismo se encontram abaladas desde finais dos anos 60 no núcleo orgânico do capitalismo mundial, sofrendo ali transformações importantes a partir dos anos 70. No Brasil, essas mudanças são percebidas mais claramente no decorrer da década de 80, sendo mais expressivas nos anos 90. Delineia-se então um quadro de transformações na organização da produção social da vida, que se expressa como um complexo de relações econômicas, ético-políticas e tecno-científicas presentes, tanto nos processos produtivos, na qualificação da força de trabalho e nas formas atuais de sociabilidade, quanto no Estado estrito senso, particularmente no que se refere às suas formas de atuação frente à sociedade. No trabalho que dá origem a esse artigo investigamos essas mudanças a partir da realidade baiana, tendo em vista as mediações do Estado, da Produção e da Formação Humana que, em uma relação sintética, apontaria ali para uma metamorfose no industrialismo americanista.