出版社:Brazilian Association of Sleep and Latin American Federation of Sleep Societies
摘要:A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono tem se revelado o mais importante e frequente distúrbio respiratório do sono, constituindo cerca de 80% dos pacientes que procuram as clínicas de tratamento. Devido às consequências cardiovasculares e aos riscos de acidentes ocupacionais e automobilísticos que ocorrem em função da hipersonolência diurna, uma das principais manifestações clínicas que acometem esses pacientes, a SAOS é considerada um problema de saúde pública. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo profissionais como otorrinolaringologista, médico do sono, cirurgião, psicólogo e o cirurgião dentista, em especial, o ortodontista. Essa terapêutica pode ser conservadora ou cirúrgica, dependendo da gravidade da doença, das alterações anatômicas da via aérea superior, da idade e das condições sistêmicas. Apesar de efetivo, o uso de pressão positiva contínua das vias aéreas (CPAP) não tem boa aceitação e além de não ser um tratamento completo, deve-se frisar que o CPAP não cura a patologia e por isso, muitos pacientes recorrem a uma tentativa de resolução do problema através da cirurgia. Nesse contexto, quando a apneia for de moderada a severa, o tratamento através de procedimentos cirúrgicos como o avanço maxilomandibular (AMM) de 10mm, em média, com giro do plano oclusal no sentido anti-horário tem se mostrado a opção de escolha, pois aumenta o espaço aéreo posterior, diminuíndo e/ou eliminando a obstrução, melhorando a função respiratória e, consequentemente, a qualidade de vida, sem comprometer a estética facial do paciente. Para tal planejamento, a atuação do ortodontista em conjunto com o cirurgião faz-se indispensável, pois a posição dos dentes inicialmente determina o tempo de preparo ortodôntico para se alinhar os dentes e melhor posicioná-los nas bases ósseas, até que o aparelho fixo ortodôntico esteja com os fios de aço adequados e com os esporões interdentais, para facilitar o manejo do cirurgião no ato operatório. Numa casuística de pacientes tratados com o AMM, na cidade do Recife, 90,9% tiveram seu índice de apneia abaixo de 10AIH, e destes, os que apresentaram AIH acima de 5, valor de referência de normalidade, teve como causas prováveis, o índice de massa corpórea acima da média. Além dos achados polissonográficos pré e pós cirúrgicos, os relatos subjetivos dos ex portadores da SAOS, bem como de seus cônjuges, foram muito animadores, visto que parte desses pacientes não havia se adaptado ao tratamento com o CPAP.