摘要:O presente texto tem como objetivo investigar a inserção e permanência das mulheres nordestinas no sistema escolar do município de Ituiutaba-MG, entre as décadas de 1950 e 1960. Nesse momento, a cidade recebia nordestinos que vinham dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, atrás das “oportunidades ilimitadas” geradas pelo ciclo econômico baseado na cultura de grãos (arroz, milho, etc), Ituiutaba foi denominada “Capital do Arroz”. Nessas duas décadas a população passou de rural para urbana, e o sistema escolar deixou de ser majoritariamente privado com a multiplicação das escolas públicas. Assim, parte dos migrantes, sobretudo a segunda geração e, em geral as meninas (os meninos deveriam ajudar no sustento da família), transporiam os muros das novas instituições escolares, mesmo com todos os obstáculos em função de não portarem de forma plena e “legítima” os códigos culturais da região, sendo olhados com desconfiança. A partir dessa perspectiva, buscamos observar qual a relação estabelecida entre mineiros e nordestinas no interior das escolas, tentando visualizar a inserção desse grupo na nova dinâmica social que se submeteram a partir da decisão de migrar. Entendemos que a educação é fenômeno etnicizado (KREUTZ, 1998) e que, portanto, os confrontos refletidos no processo educacional são marcados pelas diferenças étnicas. Para a realização desse trabalho, utilizamos, sobretudo, do recurso a fonte oral.