摘要:Observa-se ao longo da historiografia literária brasileira, sobretudo em romances e em textos de autoria masculina, que personagens femininas celibatárias exercem papéis coadjuvantes, são dotadas de alguma patologia, ridicularizadas ou submetidas à interdição familiar de acordo com padrões sociais vigentes. Este trabalho tem por objetivo especular como a “solteirona” adquire voz e representação ao atuar como protagonista em narrativas curtas. Para essa leitura, são estudados os contos Miss Algrave , de Clarice Lispector, Sr. Diretor , de Lygia Fagundes Telles e o Príncipe sapo , de Caio Fernando Abreu, analisados sob a ótica de três planos temáticos: interdição, erotismo e solidão. Como elementos teóricos motivadores, serão consideradas as percepções de erotismo segundo Octavio Paz, o estudo historiográfico sobre a "solteirona", de Cláudia Maia e o conceito de "texto tagarelice", de Roland Barthes.