摘要:Este texto aborda desde uma perspectiva educacional, epistemológica e política os terreiros de candomblé, para pensá-los como espaços que, para além de sua dimensão religiosa, também se mostram como espaços de construção de resistências a múltiplos processos opressivos constituídos na Modernidade. Reflete sobre as maneiras pelas quais a dimensão, que no trabalho será chamada de entremundos, favorece encontros com elementos diversos, por vezes conflituosos, buscando não a anulação das partes envolvidas nas tensões, mas fortalecer a comunidade, promovendo modos diversos de aprendizagens e gestão do poder. Elementos como o racismo, o sexismo e outros vetores de desigualdade são enfrentados nos terreiros, fazendo com que seus membros sejam capacitados para lidar de modo coexistente com as diferenças, sem gerar hierarquias opressivas. Convoca, ainda, a pensar os terreiros como espaços nos quais o fortalecimento das identidades tensionadas pelos lastros do colonialismo possam se fortalecer, oferecendo perspectivas de resistência à chamada crise.