摘要:As metodologias ativas pressupõem uma revisão profunda das dinâmicas da sala de aula conhecida como "tradicional", destacando a necessidade de considerar o aluno como sujeito ativo. Apesar de reconhecermos o amplo potencial dessas propostas para a didática, defendemos que, quando amparadas em um discurso acrítico, as metodologias ativas podem abrir caminhos para novos tecnicismos e configurar-se apenas como um modismo. A partir dessa premissa, o texto destaca dois pontos que merecem reflexão. No primeiro, constata-se que essas propostas já fazem parte da teoria e da prática educacional há mais de um século, com contribuições de pensadores como Dewey e Bruner, entre outros. Sua disseminação atual enquanto métodos "inovadores" se deve ao resgate da aprendizagem em torno de problemas reais, relacionados com as futuras profissões, e ao advento das Tecnologias da Informação e da Comunicação, que representam a plataforma ideal para o seu desenvolvimento. No segundo ponto, questiona-se a consideração das metodologias ativas como a solução para a crise da educação, o que implica uma visão reducionista da complexidade dos processos de ensino e aprendizagem. Destaca-se, portanto, a necessidade de a educação retirar a sua atenção exclusiva nos indivíduos – o professor, bem como o aluno – para voltar-se aos grupos sociais e culturais, ao resgate do corpo na construção do conhecimento, aos processos de interação e de aprendizagem reticular e à influência do contexto nessa criação. Assim, na perspectiva do pensamento complexo, a relação entre ensino e aprendizagem não é apenas ativa, mas também situada.