摘要:As políticas públicas dirigidas ao processo de inclusão têm produzido diferentes práticas pedagógicas, que por sua vez geram debates nas instituições educacionais, nas universidades, nas famílias e na sociedade de forma geral, evidenciando diferentes concepções acerca do que é inclusão. Com base nessa problematização, o presente artigo analisa os discursos de professores da Rede Pública da região norte de Santa Catarina produzidos nas fichas de encaminhamento dos alunos para o atendimento na sala de apoio. Tais alunos, na perspectiva desses professores, apresentam dificuldades nos processos de aprendizagem. Eles alunos são atendidos no contraturno, visando contribuir para a superação de suas dificuldades de aprendizagem. Para subsidiar conceitualmente as análises, realizou-se um diálogo com diversos autores, como: Bauman (1998; 1999), Canguilhem (2000), Foucault (2001; 2002), Patto (1996), além de documentos oficiais. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi realizada por meio de análise documental. Foram analisadas 900 fichas de encaminhamento, redigidas por 75 professores em 15 unidades escolares da Rede Municipal de Ensino. Constatou-se o quanto o processo de aprendizagem se apoia em discursos psicologizantes, criando fronteiras e desafios para os alunos que não aprendem na perspectiva dos professores. Observou-se que os discursos produzidos nas fichas de encaminhamento expressam um processo silencioso que naturaliza a exclusão na prática pedagógica.