摘要:A partir da noção de “guerras sexuais” de Rubin (1984), analiso neste artigo algumas tensões e disputas relacionadas à construção de significados sobre convenções de gênero e sexualidade em um contexto de florescimento de dois fenômenos televisivos no Brasil, os programas de auditório e as novelas.Duas trajetórias serão examinadas: a do costureiro Dener, cuja participação no Programa Flávio Cavalcanti gerou debates sobre o seu “modo de ser”, e de Claudia Celeste, considerada a primeira “travesti” a fazer novela no Brasil.Busco analisar a relação instável desses sujeitos com esta tecnologia, a qual, no contexto da ditadura, contribuía para a produção de significados ambivalentes sobre essas performances: considerada como exótica, portanto estimulada pelo mercado de bens culturais, e, ao mesmo tempo, perigosa, em função dos supostos efeitos tóxicos à moral que poderia acarretar.Os dados que deram origem a este texto foram obtidos junto à fontes orais e material jornalístico.