摘要:A necessidade de produzir alimentos, visando atender a população mundial, demanda o
uso de agroquímicos. Porém, sua utilização extensiva tem trazido sérios problemas e
riscos ambientais, uma vez que estes podem causar modificações no ambiente, seja
alterando as comunidades biológicas, seja pelas alterações físicas, físico-químicas e
químicas que podem ocorrer nos componentes abióticos dos ecossistemas naturais. Nesse
contexto, avaliou-se o efeito da exposição crônica de fêmeas de codornas japonesas
(Coturnix coturnix japonica) a abamectina (acaricida e inseticida) e suas possíveis
interferências em diferentes comportamentos típicos da espécie. Para isso, utilizou-se 32
animais, com idade entre 35 e 40 dias distribuídos em 3 grupos (controle, ABA 1% e ABA
10%), O “grupo controle”: composto por codornas expostas apenas à água potável, sem
abamectina; “grupo ABA 1% CL50”, composto por animais expostos à água contendo 15,5
mg a.i./L de abamectina (via formulação comercial Kraft® 36EC) e “grupo ABA 10%
CL50”, composto por aves expostas à água contendo 155,0 mg a.i./L de abamectina. Ao
final dos 40 dias de exposição, os animais foram submetidos aos testes de campo aberto
(locomoção), reconhecimento de objeto (motivação social), agressividade (convívio
social), resposta ao predador (sobrevivência) e agregação social (vulnerabilidade
predatória) e os efeitos citotóxicos sobre os eritrócitos das codornas. Os resultados
obtidos sob o aspecto etológico revelam que os animais dos grupos ABA 1% e ABA 10%
apresentaram falha ao detectar um predador, aumento no nível de medo e falta de
motivação social. Já para os aspectos citotóxicos, o estudo revelou anormalidades
nucleares eritrocitárias. Pode-se concluir que a abamectina causa neurotoxicidade e
citotoxicidade no modelo de ave estudado.