摘要:A morte tem sido considerada um tema tabu, que se mantém relegado ao ostracismo. O desenvolvimento de estudos que propiciem a reflexão sobre este assunto permite a ampliação da compreensão, não apenas sobre a morte, mas também sobre a vida, uma vez que ambas circunscrevem-se mutuamente na existência humana. O presente trabalho objetivou compreender concepções e significados familiares do fenômeno da morte em três gerações distintas. Para isso, mediante o método fenomenológico, foram entrevistados um adolescente, ambos os genitores e um avô de uma mesma família, todos individualmente. Após a compreensão das vivências dos participantes apreenderam-se seis categorias: a) Significados da morte; b) A morte própria; c) A morte do outro e/ou sua possibilidade; d) Fontes de apoiio em relação à morte; e) A família diante da morte; f) A vida diante da inevitabilidade da morte. A partir dessas categorias, os dados foram descritos e analisados fenomenologicamente. Os colaboradores apresentaram relatos semelhantes em diversas ocasiões, confirmando que as vivências cotidianas dos membros levam a família a constituir um modo peculiar de compreender e interpretar suas experiências. Tal identidade familiar, contudo, não impediu que cada participante desenvolvesse sua história particular ancorada em elementos idiossincráticos e associada à etapa do ciclo vital em que se encontra. Os relatos evidenciaram que a interdição da morte na sociedade e na família ainda é muito presente, dificultando a comunicação e o compartilhar de sentimentos e concepções sobre a morte no cotidiano. Este estudo possibilitou aos colaboradores a reflexão sobre suas vivências em torno do fenômeno da morte e, conseqüentemente, sobre as indissociáveis relações entre o viver e o morrer. Permitiu ainda reiterar a literatura, mostrando a similaridade de concepções entre os membros familiares de três gerações sobre um fenômeno vital potencialmente impactante no ciclo de vida individual e familiar.