摘要:Paveau (2013a) apresenta uma proposta que é, pode-se dizer, inovadora, na medida em que pretende dotar a Análise do Discurso de uma dimensão cognitiva. Inspirado aí, o presente artigo objetiva — a partir da análise de uma campanha da cerveja Skol para o carnaval de 2015 — testar a produtividade da incorporação de tal dimensão ao ethos . Para tanto, buscamos apoio também na possibilidade de se incorporar o estudo da moral na linguagem, conforme Paveau (2015), que argumenta que há enunciados reconhecidos, no seio de uma dada comunidade, como virtuosos ou não. Assim, os membros dessa comunidade sabem , através de dados distribuídos socioculturalmente no ambiente, e têm (ou deveriam ter) uma disposição para produzir enunciados virtuosos. A essa disposição a autora designa virtude discursiva . Defendemos aqui que o ethos é um índice dessa virtude e que pode, portanto, ter incorporado em sua definição uma dimensão cognitiva, para além de ser regrado, do ponto de vista estritamente enunciativo-discursivo, por uma semântica global (MAINGUENEAU, 2005).
其他摘要:Paveau (2013a) presents an approach that is, so to speak, innovative, as she aims to give Discourse Analysis a cognitive dimension. Inspired by such a proposition, this article — based on the analysis of an advertising campaign of a Brazilian beer, Skol, for the carnival of 2015 — proposes a discussion about the ethos allying this cognitive-discursive view proposed by the author to the discursive-enunciative one (MAINGUENEAU, 2008a). In order to do that, we mobilize the proposition by Paveau (2015) of integrating the study of moral on language, based on the premise that there are statements acknowledged, within a community, as virtuous or not. Therefore, the members of the community know, due to data socioculturally distributed in the cognitive environment, and have (or should have) a disposition to produce virtuous statements. The author designates this disposition as discursive virtue. We advocate here the ethos may be an index of such virtue and which may, thus, have in its definition a cognitive dimension incorporated, in addition to being regulated, from the strictly enunciative-discursive point of view, by a global semantics (MAINGUENEAU, 2005b). The analysis demonstrates that the ethos that emerges from the advertising campaign indicts a maladjustment in relation to decency (PAVEAU, 2015), since it humiliates — in the sense Paveau (2015) adopts — a certain social group, women.