摘要:O presente artigo pretende analisar as construções de espaço em dois romances contemporâneos de língua inglesa de V.S Naipaul e J.M Coetzee a partir de uma perspectiva histórica, buscando compreender as formas de diálogo com as figurações tradicionais dos espaços narrados. Atenta-se também para o desenvolvimento de lógicas de pertencimento para os protagonistas autoficcionais dos romances, com centralidade do conceito de displacement e os mecanismos de figuração espacial que vão, paulatinamente, definindo cenários que não acolhem aos protagonistas. O artigo baseou-se em um referencial teórico múltiplo com especial atenção às contribuições dos estudos culturais para a compreensão do lugar da literatura no campo mais amplo de discursos que circulam na malha social. A análise se finaliza com a conclusão de que ambos os romances constroem deslocamentos radicais para seus protagonistas a partir da figuração negativa dos espaços em questão, seja aquele da Inglaterra, seja o do local de origem, produzindo uma espécie de suspensão que aponta para uma impossibilidade de pertencimento convencionais para os personagens.