摘要:O presente artigo se detém na fotografia dos escritores Fernando Sabino e Clarice Lispector. Em conjunto com as cartas trocadas entre os escritores durante 23 anos de amizade (1946-1969) e presentes em Cartas perto do coração (2011), a fotografia narra um momento único. O objetivo é o de articular o papel de conceitos como silêncio, sobrevida, rastro e aesthesis na experiência de observação e construção da fotografia como narração, nesse sentido, considera-se a participação do crítico. Para tanto, a noção hegemônica de estética já não mais comporta a discussão proposta justamente por excluir a sensação e percepção, em prol de um conjunto de normas que instituem conceitos como o belo a fim de delimitar o que é arte, reforçando uma perspectiva artística e crítica calcada nas semelhanças, e o que não corresponde aos parâmetros estabelecidos é relegado à exterioridade. Dessa forma, a divisão em três subtítulos visa atender aos objetivos elencados, ofertando considerações do que se convém chamar de “narração da imagem” e que consiste em entender a fotografia como aberto ao olhar e a escuta alheia. A articulação desenvolvida é embasada nas considerações de Walter Mignolo, Susan Sontag, Roland Barthes, Eni P. Orlandi e Jacques Derrida.
其他摘要:This article focuses on the photography of writers Fernando Sabino and Clarice Lispector. Together with the letters exchanged between writers during 23 years of friendship (1946-1969) and present in Cartas perto do coração (2011), photography tells a unique moment. The objective is to articulate the role of concepts such as silence, survival, trace and aesthesis in the experience of observation and construction of a narration, in this sense it is considered the participation of the critic in the construction of the photographic narrative. For this, the hegemonic notion of aesthetics no longer bears the discussion proposed precisely by excluding the sensation and perception, in favor of a set of norms that institute concepts as beautiful in order to delimit what is art, reinforcing an artistic and critical perspective based on the similarities, and what does not correspond to the established parameters is relegated to exteriority. Thus, the division into three subheadings aims to meet the objectives listed, offering considerations of what is convenient to call “narration of the image” and that consists in understanding photography as open to the other’s gaze. The articulation developed is based on the considerations of Walter Mignolo, Susan Sontag, Roland Barthes, Eni P. Orlandi and Jacques Derrida.