摘要:Neste ensaio apresento um breve diálogo entre algumas obras da artista Rosana Paulino e as vozes do Sul. Penso a artista como “arquivo vivo”, inspirada pela interpretação feita por Maria A. Antonacci, cuja poética utiliza-se, em especial, da “memória ancorada em corpos negros”. O que não se pode ver e dizer? Quem ainda não é vista e ouvida? Quais vidas estão nos bastidores, invisíveis e não podem compor o ato? O que dizem estas pessoas - mulheres negras - através de silenciamentos e cegueiras? Interesso-me por aceitar a provocação das obras mais do que construir possíveis respostas. Dentre tantas aprendizagens e afetações, destaco o corpo como território tanto pessoal quanto político, estratégia utilizada pela artista para (re)afirmar que mulheres, corpos feminizados e/ou racializados são sujeitos desejantes e que gestam mundos outros. É o corpo e sua memória como suportes de criação de existências e experimentações que questionam o projeto colonial-capitalista.