摘要:Na contemporaniedade o consenso dominante ainda é de um Estado visto como o parente pobre da “modernidade econômica”. Nessa perspectiva, o Estado deve sair da frente (desregulamentar), diminuir (privatizar-se) e deixar seguir (liberalizar). Esse é o consenso que ainda prevalece no Banco Central Europeu, chefiado pelo ex-banqueiro que cuida dos mercados financeiros, e no Reino Unido no governo liderado pelo ex-publicitário David Cameron do Partido Conservador, por meio de políticas de austeridade em relação ao gasto público. Estas, portanto, são as prescrições de política para a recuperação do crescimento econômico pós-crise de 2008: mais finança privada, menos Estado social. O livro The entrepreneurial State: debunking public vs. private sector myths, da professora Mariana Mazzucato, do SPRU – University of Sussex, contrapõe-se a esta visão e argumenta que o Estado tem papel estratégico na economia, devendo assumir o comando sobre atividades não realizadas por outros agentes econômicos (ampliando a intervenção anticíclica keynesiana), tarefa que requer uma capacidade visionária por parte do Estado, associada a uma intencionalidade de implementação de estratégias, bem como de habilidades burocrático-administrativas (no sentido weberiano) e de conhecimento específico sobre tecnologias e setores.