摘要:O presente texto propõe uma discussão sobre a construção de valores estéticos pelas crianças. Tal discussão tem como recorte a relação de crianças pré-escolares com as músicas difundidas pelas mídias de massa – suas preferências, suas opiniões sobre as músicas que ouvem e cantam e, ainda, suas concepções de infância, construídas na interface com os apelos midiáticos. Numa primeira visada – ou melhor, numa primeira “escutada” – fica-se com a impressão de que algumas destas músicas não façam parte do universo infantil. Se procuradas em lojas de discos ou em sites que costumam disponibilizar letras, cifras ou downloads em MP3, certamente não serão encontradas nas estantes ou links dedicados às “músicas infantis”. Mesmo nas produções consideradas “infantis”, encontramos discos de grupos de crianças miniaturizando os já famosos grupos formados pelos adultos, cantando as mesmas músicas ou remixes com padrões infantilizados, repetindo os mesmos figurinos e mesmas coreografias. Muitos desses grupos infantis foram criados e lançados por clássicos programas de auditório e concursos inspirados na lógica do “caça-talentos”. Ainda que essas músicas não sejam categorizadas como infantis, as crianças têm constituído o seu público alvo, representando o principal grupo de audiência, constatação que sugere uma urgente reflexão acerca do lugar que a criança vem ocupando no mundo do consumo. Buscar saber que sentidos as crianças atribuem a esse tipo de produção musical é o foco central deste texto. Quanto a esta questão, abrem-se à reflexão dois outros aspectos de semelhante relevância: o significado que esse tipo de produção tem no campo da arte e, conseqüentemente, o significado que a arte assume na vida das crianças. No contexto da indústria cultural (Horkheimer e Adorno, 1986) e da reprodutibilidade técnica (Benjamin, 1987), a exposição torna-se não somente um critério fundamental de valoração da arte, como passa a definir a sua condição.↓El presente texto propone la discusión sobre la construcción de valores estéticos por parte de los niños. El recorte que esta discusión privilegia es la relación que los niños pre escolares establecen con las músicas difundidas por los medios de comunicación de masa – sus preferencias, sus opiniones sobre las músicas que oyen y cantan y, también sus concepciones de infancia, construidas en interfaz con los reclamos mediáticos. En una primera mirada – o mejor, en una primera “escuchada” – uno se queda con la impresión de que algunas de estas músicas no hacen parte del universo infantil. Si buscadas en las tiendas de discos o en los sitios que por costumbre hacen disponibles letras, cifras o downloads en MP3, por cierto no van a ser encontradas en las estanterías o en los links dedicados a las “músicas infantiles”. Incluso en las producciones consideradas “infantiles” encontramos discos de grupos de niños miniaturizando los ya famosos grupos formados por adultos, cantando las mismas músicas o remixes con padrones infantilizados, repitiendo los mismos figurines y las mismas coreografías. Muchos de estos grupos infantiles han sido creados y proyectados por clásicos programas de auditorio y concursos inspirados en la lógica de “caza-talentos”. Aunque estas músicas no sean categorizadas como infantiles, los niños constituyen su público destinatario representando su principal grupo de audiencia, constatación que sugiere una urgente reflexión acerca del lugar que el niño viene ocupando en el mundo del consumo. Buscar saber qué sentidos los niños atribuyen a este tipo de producción musical es el foco central de este texto. Respecto de esta cuestión, se abren a la reflexión dos otros aspectos de importancia semejante: el significado que este tipo de producción tiene en el campo del arte y, por consecuencia, el significado que el arte asume en la vida de los niños. En el contexto de la industria cultural (Horkheimer y Adorno, 1986) y de la reproductibilidad técnica (Benjamin, 1987), la exposición se torna no solamente un criterio fundamental de valoración del arte, como pasa a definir su condición.
其他摘要:This paper proposes a discussion about the construction of aesthetic values by children. The discussion focuses on the relationship between preschool children and popular music. It considers their preferences, their opinion about the music that they hear and dance to, and their conceptions of childhood that is built on the interface with mass media’s implicit concepts. At a first sight—or first “hearing”—one may have the impression that some of these songs do not belong to the universe of childhood. If one looked for them in music shops or on websites that offer lyrics, chord notations or MP3 downloads, they certainly will not be found on shelves or links dedicated to “children’s music.” Even in the productions labeled “childish,” we find recordings of children’s groups miniaturizing famous adult groups, singing the same songs or remixes with childish patterns, assuming the same costumes and the same choreography. Many of those child groups were created for game shows and competitions inspired by the headhunters logic. Although these songs are not categorized as childish, children are in fact the target audience, and account for the largest number of viewers, a fact which suggests that we reflect seriously on the roles that children are taking on in the world of consumption. The central inquiry of this text is into the meanings that children attribute to this kind of musical production. This issue leads us to reflect on two other aspects of equal importance: the meaning that this type of production has in the field of art and, consequently, the meaning that art takes in the life of children. In the context of the culture industry (Horkheimer and Adorno, 1986) and of an age of mechanical reproduction (Benjamin, 1987), exposure becomes not only a fundamental criterion of appraisal of art, but in fact comes to define its condition.
关键词:Childhood;Aesthetics;Mass culture;Music;Media
其他关键词:Infância, Estética, Cultura de massa, Música, Mídias.