摘要:Introdução : Este artigo investiga como o sacrifício ritual de animais constitui um lugar de memória das religiões afro-brasileiras e as tensões que surgem no campo das políticas do patrimônio. Objetivo: Como desdobramento da problemática, tenta compreender as ressonâncias envolvidas nesse universo simbólico e a teia de elementos que parece sustentar a estratégia de esquecimento das políticas culturais em relação a esse saber-fazer tradicional. Metodologia: Partindo de uma breve análise do processo de registro do ofício das baianas de acarajé, é traçado um comparativo a fim de tentar compreender os elementos que interferem, direta ou indiretamente, na eleição do que é digno de ser rememorado e ocupar o lugar de patrimônio cultural que, em última escala, representa a própria identidade nacional. Resultados: Argumenta que embora o sacrifício ritual seja um lugar de memória das religiões afro-brasileiras, o esvaziamento da sua importância enquanto bem cultural e saber tradicional está diretamente relacionado a ressonância externa negativa dessa prática, consequência do que Yvonne Maggie chamou de “medo do feitiço”, que povoa o imaginário popular e acompanha as religiões afro-brasileiras ainda nos dias atuais. Conclusões: Evidencia o modo como as tensões contribuem para a instituição de “memórias anarquivadas” no campo das políticas patrimoniais brasileiras e as profícuas intersecções entre a ciência da informação e o campo do patrimônio cultural..