摘要:Entre os votos feitos pelos freis capuchinhos, quando da entrada na vida religiosa, está o de peregrinação, levando-os a viajar constantemente e, nessa condição, podendo portar e ter como seu, apenas o contido em uma mala. Esta situação foi tomada como estudo empírico para o presente artigo, assessorado por reflexões teóricas sobre a museologização, num momento em que o proposto como patrimônio ganha ampliações conceituais. Entre as questões ora em discussão, estão aquelas associadas à memória e à museologização da vida privada, em especial através de suvenires de viagem. Nesses termos, retoma-se o processo de curadoria que resultou na exposição Peregrinatio Perpetua , realizada em 2017, que apresentou os objetos coletados por três freis capuchinhos em suas viagens, buscando contribuir para a discussão sobre museus, nomadismos e patrimonialização. A curadoria encontrou, entre as posses dos freis, objetos demarcando suas permanências e deslocamentos, permitindo que seus suvenires fossem associados a memórias pessoais, mas também à memória coletiva. Registra-se que a metodologia exercitou o implícito nos procedimentos de curadoria, qual seja, a pesquisa bibliográfica e documental e entrevistas abertas, em formato de conversas informais e formais com os três freis capuchinhos, no momento de sua jornada em que residiam em Caxias do Sul-RS. Como resultados, indica-se que utilizar uma prática para pensar a teoria, e vice-versa, permite avanços em ambos os campos.