出版社:Circulo Brasileiro de Psicanálise. Círculo Psicanalítico de Minas Gerais
摘要:Para a psicanálise, o mal-estar se inscreve no campo da subjetividade e da intersubjetividade. O mal-estar seria causado, entre outros motivos, pela superposição entre corpo e organismo. Este trabalho pretende desenvolver reflexões sobre os possíveis efeitos da incidência do mal-estar no bebê, analisando os vínculos iniciais que delimitam e marcam o seu corpo. Esses vínculos, considerados fundamentais à unificação entre psique e corpo, são situados no contexto das relações desenvolvidas entre o profissional de saúde, os pais e o bebê. Remete-se ao papel do profissional na mediação entre os cuidados parentais e o bebê, exemplificado por vinhetas advindas de pesquisa desenvolvida com uma aplicação do método de observação da relação mãe-bebê-família de Esther Bick, enfocando a assistência à díade acompanhada por uma equipe de saúde da família, do pré-natal à puericultura. Desenvolve-se uma reflexão sobre a importância do reconhecimento dos reflexos do mal-estar no corpo do profissional, como suporte da contratransferência, das demandas e do não saber transferido pelos pais e pelo bebê. É por meio da “gestação simbólica” que o profissional poderá pensar o impensado no “útero de sua mente”, dispondo-se a receber o mal-estar e o desamparo, numa experiência intersubjetiva que o auxilia na digestão, no reconhecimento e na nomeação de elementos advindos, também, de sua própria matriz psíquica.
其他摘要:For psychoanalysis, malaise is placed in the field of subjectivity and intersubjectivity. Malaise would be caused, among other reasons, by the superposition between body and organism. This paper develops reflections about the possible effects of malaise in the baby, considering the initial bonds that delimit and leave marks in his body. These bonds, which are considered fundamental to the unification between psyche and body, are situated in the context of relationships developed between health professional, parents and babies. The paper also refers to the role of the health professional in mediating maternal/child care and the baby; these reflections take vignettes from a research developed with an application of Esther Bick´s infant observation, focusing on the assistance to dyads accompanied by a health team from prenatal to childcare. The malaise will also be discussed as to its reflexes in the professional´s body, as a support to countertransference, to the demands and to unknowing, transferred by the parents and the baby. It is through the “symbolic pregnancy” that the analyst can think the unthinkable in the “womb of his mind”, opened to receive the malaise and helplessness, throughout the intersubjective experience that functions as containment, digesting, recognizing and naming elements coming, also, from his own psychic matrix. A reflection on the importance of recognizing the reflexes of malaise in the professional's body as a support for the countertransference, demands and non-knowledge transferred by the parents and the baby is developed.