Pretende-se neste artigo contextualizar a temática das depressões na neurose no cenário atual e, posteriormente, relacionar o abatimento e a deflação libidinal presentes nestes quadros com a função do desejo. Sugerimos que a depressão participa de uma nova economia libidinal na contemporaneidade. O depressivo contemporâneo vem caracterizando-se cada vez mais por uma posição de desistência dos embates inerentes à condição humana, refugiando-se cada vez mais numa posição protegida e paralisada, mais característica das inibições do que dos sintomas. Temas como os processos narcísicos e do luto surgem como horizonte para pensar as depressões neuróticas na contemporaneidade.