Este trabalho visa explorar a história da proscrição de candidatos gays à formação em psicanálise oferecida pelas instituições afiliadas à Associação Psicanalítica Internacional (IPA). Por meio de uma pesquisa realizada em arquivos, relatos e artigos publicados, encontrou-se que o movimento de visibilidade homossexual que se iniciou a partir dos anos de 1970 trouxe à luz tanto as práticas de proscrição quanto as racionalizações que lhes serviam de base. O desenvolvimento da teoria psicanalítica que, desde a morte de Freud, progressivamente patologizava a homossexualidade e o modelo institucionalizado da psicanálise são apontados como fatores-chave para a prática exclusória.