摘要:Este trabalho tem por objetivo discutir a formação de identidades sociais a partir da migração de grupos no contexto das políticas de desenvolvimento para a Amazônia Legal Brasileira. Para tanto, baseia-se em pesquisa empírica realizada na cidade de Nova Xavantina/MT. Este município foi oficialmente construído a partir de duas formas de ocupação oficiais e, anterior a esses processos, já havia na região indígenas da etnia Xavante. A primeira forma de ocupação veio com a migração de nordestinos durante a Marcha para Oeste, um projeto nacionalista criado pelo presidente Vargas em 1938. A fim de incentivar a migração, o governo transformou estes migrantes em heróis nacionais, que, com valores de coragem e força, iriam ao interior do país para desbravá-lo. Durante a ditadura militar brasileira, gaúchos migraram para a cidade a partir de políticas de colonização que afirmavam que somente eles, filhos de imigrantes e por isso possuidores de valores inatos de trabalho e progresso, poderiam desenvolver o Centro-Oeste brasileiro. É importante ainda dizer que os Xavante foram transformados pelo governo Vargas em símbolo do verdadeiro índio brasileiro e vistos pelo governo militar como obstáculo ao desenvolvimento nacional. A partir do histórico de migração desses grupos se percebe claramente relações de dominação na qual o governo se utilizou de características ditas “inatas” para incentivar a migração e se apropriar do território indígena.