期刊名称:Nascer e Crescer - Revista do Hospital de Crianças Maria Pia
印刷版ISSN:0872-0754
出版年度:2017
卷号:26
期号:4
页码:234-239
出版社:Hospital de Crianças Maria Pia - Centro Hospitalar do Porto
摘要:A automedicação pediátrica consiste na administração de medicação à criança ou adolescente pelos seus cuidadores, ou pelo próprio no caso de crianças maiores e adolescentes, sem observação médica prévia. Os dados nacionais sobre a prevalência e segurança desta prática são escassos. Este estudo pretendeu avaliar a prevalência de automedicação em idade pediátrica, identificar os fármacos mais utilizados e os principais fatores motivacionais. Foi efetuado um estudo transversal, observacional, descritivo e retrospetivo. Amostra de conveniência obtida através da aplicação de um questionário online de autopreenchimento pelos pais/cuidadores de crianças e adolescentes. Foram obtidos 209 questionários, referentes a crianças e adolescentes até aos 17 anos (mediana dois anos), sem diferença de género. A maioria dos inquiridos (64%) afirmou já ter automedicado os filhos, dos quais 24% no mês anterior ao estudo. A noção de que se trataria de um problema de saúde simples e recomendação da mesma atuação em situação anterior semelhante constituíram os principais fatores motivacionais. Os antipiréticos foram os fármacos mais utilizados (paracetamol em 84,7% e ibuprofeno em 53,1%), verificando-se grande variabilidade na dose administrada. Antitússicos/mucolíticos, antieméticos e antidiarreicos foram utilizados por 26% da amostra. As reações adversas decorrentes da automedicação ocorreram em 1,4% crianças e adolescentes. A prevalência de automedicação encontrada neste estudo foi elevada, resultado consistente com estudos internacionais sobre o tema. Os principais fármacos utilizados são medicamentos não sujeitos a receita médica. Salienta-se a elevada utilização de medicamentos sem eficácia comprovada ou desaconselhados em pediatria. A desadequação da dose administrada ao peso da criança foi um dos fatores de risco identificados no estudo, constatando-se casos com potencial toxicidade. É necessário informar os pais das consequências da automedicação indevida e instruí-los para uma prática responsável.
其他摘要:Self-medication in children and adolescents consists in the administration of drugs to them by their parents or by themselves (in the case of older children and adolescents), without prior medical observation. National data on the prevalence and safety of this practice are scarce. This study aimed to assess the prevalence of self-medication in children, identifying the most used drugs and the main motivational factors for this practice. A cross-sectional, observational, descriptive and retrospective study was undertaken. Convenience sample was obtained from online and self-administered surveys to parents/caregivers of children and adolescents. 209 surveys were collected, containing data of children up to 17 years old (median 2 years old), without gender difference. Most participants (64%), reported having self-medicated their children, 24% in the previous month. The notion that it would be a simple health problem and the recommendation of the same drug in a similar previous situation were the main motivational factors. Antipyretics were the most used drugs (paracetamol in 84,7% and ibuprofen in 53,1%), with a wide variability of the administered dosage. Antitussives / mucolytics, antiemetics and antidiarrheals were used by 26% of the sample. The adverse reactions that result from self-medication were reported in 1,4%. The prevalence of self-medication in this study was high, which is consistent with the international studies. The main used drugs are over-the-counter. This study highlights the high use of drugs without proven effectiveness or not recommended for children. The inadequate child's dosage was one of the risk factors identified in the study, including some cases with potential toxicity. It's necessary to inform the parents of the consequences of improper self medication and instruct them for responsible practice.