摘要:A conjuntura política dos anos 1980, marcada por conflitos de interesses de classe, representou um período rico na constituição de organizações, tanto de base empresarial quanto popular, no qual lutas sociais se configuram em processos de disputa pela hegemonia na reorganização do Estado no pós-ditadura militar. O palco da saúde não foi diferente, havendo uma confluência de forças para a construção da Reforma Sanitária Brasileira. Discutiremos, neste artigo, as possíveis concessões da classe trabalhadora no processo da Reforma Sanitária, sistematizando reflexões teóricas acerca da relação Estado e Reforma a fim de identificar os limites da Reforma Sanitária expressos na 8º Conferência Nacional de Saúde e na Constituinte de 1988. Em síntese, abstraímos que o produto das relações de forças se caracterizou como uma reforma setorial pactuada entre as classes, havendo uma vitória de Pirro para a classe trabalhadora na superação das contradições da propriedade privada penetradas na saúde.