摘要:A visão desenvolvimentista sobre o autismo o compreende como produto de uma predisposição inata em interação com contextos de desenvolvimento. Essa premissa implica em uma abordagem bidirecional às relações entre família e criança com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Um dos aspectos estudados nessa relação refere-se à investigação do papel dos cuidadores primários na construção da intersubjetividade primária. Para uma abordagem dinâmica das relações entre família e criança com TEA analisamos as trocas sociais entre 15 díades formadas por crianças com diagnóstico de TEA, submetidas a um programa de intervenção precoce, e suas mães. Por meio de análise microgenética, foram investigadas as trocas realizadas na sessão inicial e na sessão final do programa de intervenção. Observamos mudanças no padrão de trocas sociais que passaram a ser equilibradas em 13 das 15 díades participantes em decorrência do aumento na sintonia entre os meios de interação empregados na díade. Conclui-se que com sistema de acolhimento e orientação familiar é possível criar ambientes de desenvolvimento adequados à superação das dificuldades próprias do autismo que auxiliem os pais a se tornarem o melhor recurso de desenvolvimento para seus filhos.