摘要:Este artigo tem por objetivo discutir a importância da ideia de progresso na fundamentação de um projeto de hegemonia política e econômica em Chapecó, Santa Catarina, entre 1950 e 1969. Com a intensão de ocupar a região considerada como “vazio demográfico”, o governo do estado de Santa Catarina articulou o projeto de conquista da região através da atuação de companhias colonizadoras, responsáveis pela acomodação de migrantes eurodescendentes provindos do Rio Grande do Sul. Neste sentido, durante a primeira metade da década de 1950, as companhias colonizadoras simbolizaram o empreendimento de um processo “civilizatório” para a região, baseados em ideias de trabalho árduo, religiosidade católica e progresso. Com o linchamento de quatro forasteiros acusados de incendiar a igreja matriz em 1950, contemporâneo do declínio do poder político e econômico das companhias colonizadoras, as elites locais precisaram se articular na composição de um projeto político em torno da agroindústria como nova matriz produtiva, como forma de levar adiante o projeto colonizador. A ideia de progresso, neste sentido, mais do que um conceito abstrato, passou a traduzir e fundamentar a construção de um projeto político hegemônico, reunindo em torno de si diferentes grupos políticos e econômicos e que, nas décadas de 1950 e 1960, se materializou no aumento da infraestrutura regional e se difundiu por todos os demais grupos sociais do município. O artigo conclui com a abordagem do que consideramos ser o momento mais significativo desta construção: os festejos do cinquentenário de Chapecó, em 1967, durante a ditadura civil-militar, e a aproximação das elites locais em torno de um projeto que se consolidou na década de 1970. Palavras-chave: Chapecó, SC – Política e Governo. Agroindústria. Chapecó, SC – História. Chapecó, SC – Colonização.