摘要:Nos anos 1970, a Galeria Alaska funcionava como um espaço de sociabilidade homoafetiva na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Enquanto o discurso jornalístico representava o local como perigoso e mal frequentado, na canção “Galeria do Amor”, de Agnaldo Timóteo, o espaço dava lugar a encontros, paqueras e prazeres. Procuramos desenvolver um breve ensaio sobre a narrativa emocional da canção, destacando aspectos que julgamos relevante para o estudo das “emoções diferentes” da heteronormatividade e suas expressões corporais na cidade, construídas socialmente e mediadas pela indústria cultural. A partir de uma abordagem qualitativa, examinamos, além da letra da música, o registro audiovisual de uma apresentação do cantor em programa televisivo nos anos 1980 e a capa do disco em que foi lançada a música, material que nos permite pensar também sobre o corpo midiatizado.