摘要:A tecnologia tem tido importância crescente em inúmeras profissões, incluindo a enfermagem, que, enquanto atividade de prestação de cuidados de saúde, comporta crescentes exigências técnicas, relacionais e tecnológicas que vulnerabilizam os seus profissionais ao stress. Pretendem-se conhecer os níveis de tecnostress e de burnout de uma amostra de enfermeiros a exercer funções na Unidade Local de Saúde do Nordeste. Encontraram-se níveis baixos de tecnostress e de burnout, e correlações positivas entre a dimensão exaustão emocional do burnout e todas as dimensões do tecnostress. A análise de regressão revelou que o burnout explica, aproximadamente, 28% da ansiedade face às tecnologias de informação e comunicação (TIC) e 37% da fadiga pela utilização das TIC. As variáveis sociodemográficas e profissionais, no seu conjunto predizem 43% da ansiedade e 19% da fadiga face às TIC, apresentando pouca expressividade preditiva, comparativamente ao burnout. Embora os resultados não sejam preocupantes, estudos regulares de monitorização constituem uma mais-valia, numa população trabalhadora cada vez mais envelhecida e com carreiras profissionais mais longas, na qual os crescentes desafios da tecnologia poderão constituir fator de stress acrescido e condicionar a saúde e bem-estar, destes profissionais, no local de trabalho.