摘要:http://dx.doi.org/10.5007/2178-4582.2008v42n1-2p139 O objetivo deste artigo é trazer à tona algumas reflexões sobre o conceito de memória, principalmente no que se refere aos fenômenos de esquecimento, silêncio e historicização, e situar essas discussões em relação ao processo vivido pelo assentamento Aruega (Novo Cruzeiro, Minas Gerais). Esse assentamento é fruto da primeira ocupação de terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em Minas Gerais, ocorrida em 1988. Aruega passou por uma intensa trajetória de mobilização, enfrentamento e, posteriormente, pela tentativa de integrar-se aos valores locais, situações que influenciaram fortemente a constituição da identidade e memória do grupo. Constituiu-se, assim, uma tendência social focada nas práticas e ideologia do MST, que se direcionou para a constituição de uma identidade de sujeito e, por outro lado, desenvolveu-se também uma identidade vulnerável ao estigma e à pressão social, que salienta a dor e a busca pela harmonia e inclusão no novo contexto cultural regional.