Internationalization of companies: strategic perspectives in the leather and footwear sector/Internacionalizacao de empresas: perspectivas estrategicas no setor coureiro-calcadista/Internacionalizacionde empresas: perspectivas estrategicas en el sector de cuero-calzados.
Scherer, Flavia Luciane ; Gomes, Clandia Maffini
1. INTRODUCAO
A intensificacao dos fluxos comerciais entre paises fez com que
diversos mercados se tornassem integrados em uma base mundial de
negocios, abrindo novas perspectivas de atuacao das empresas em um
contexto de elevada competicao. Tal movimento impulsionou o crescente
interesse academico no estudo da internacionalizacao e dos processos
envolvidos na administracao de empresas com atuacao no mercado externo.
O presente estudo pretende descrever e analisar aspectos referentes
a internacionalizacao de empresas gauchas do setor de couros e calcados,
especialmente aqueles relativos a gestao estrategica e de marketing. A
esse respeito, Vorhies e Morgan (2003:100) afirmam que "a
literatura sugere que uma importante causa das dificuldades na
implementacao estrategica esta na forma como sao organizadas as
atividades de marketing". Em consequencia, para possibilitar a
implementacao estrategica e alcancar desempenho superior, gestores
deveriam organizar as atividades de marketing de formas diferenciadas,
apropriadas as particulares estrategias de negocio adotadas.
Os relacionamentos entre estrategia e marketing sao tao intensos
que Piercy et al. (1997) apontam uma interface confusa entre os campos,
uma vez que existe alguma competicao entre seus conceitos. "No
nivel teorico, conceitos de estrategia sao encontrados em marketing
tanto quanto em literaturas sobre administracao estrategica"
(PIERCY et al., 1997:53). Tal confusao academica pode refletir o fato de
que, na perspectiva pratica dos negocios, ambas as areas assumiram uma
configuracao muito estreita e integrada.
Considerando-se tais aspectos, no presente artigo procurou-se
identificar qual e o perfil estrategico predominante em empresas gauchas
coureirocalcadistas com atuacao internacional, bem como verificar como
estao organizadas suas atividades de marketing, a fim de caracterizar
possiveis relacionamentos entre tais variaveis.
2. A TEORIA DE MARKETING E A INTERNACIONALIZACAO DE EMPRESAS
Um dos campos de estudo no qual o fenomeno da internacionalizacao
de empresas encontra suporte
teorico-empirico e o campo do marketing, em especial o marketing
internacional. Para Onkvisit e Shaw (1989:10), "o estudo do
marketing internacional e mais preocupado com o nivel micro do mercado e
usa a companhia como uma unidade de analise".
A existencia de diferentes modelos para descrever o processo de
internacionalizacao de empresas e seu uso recorrente na literatura de
marketing internacional fizeram com que Andersen (1993:227) manifestasse
preocupacao quanto a ausencia de qualquer avaliacao coerente sobre tais
modelos, ausencia que teria prejudicado o avanco teorico-empirico da
area de estudos.
Considerando tal preocupacao, o autor se propoe a avaliar
criticamente os principais modelos de processo de internacionalizacao
referenciados na literatura: o modelo desenvolvido por Johanson, Vahlne
e Wiedersheim-Paul, chamado de Modelo de Internacionalizacao de Uppsala,
e os Modelos de Internacionalizacao Relativa a Inovacao, que consideram
a internacionalizacao como uma inovacao para a firma. Neste segundo
tipo, Andersen (1993) reune os modelos propostos por Bilkey e Tesar
(1977), Cavusgil (1980), Czinkota (1982) e Reid (1981).
O Modelo de Internacionalizacao de Uppsala esta focado no
desenvolvimento de uma firma individual, entendido em uma perspectiva
evolutiva, e particularmente na gradual aquisicao, integracao e
utilizacao do conhecimento sobre mercados e operacoes estrangeiras. A
medida que aumenta o conhecimento, tambem cresce o comprometimento da
firma com mercados estrangeiros. Johanson e Vahlne (1977:23) explicam
que "os pressupostos basicos do modelo sao que a ausencia de tal
conhecimento e um importante obstaculo ao desenvolvimento das operacoes
internacionais e que o necessario conhecimento pode ser adquirido
principalmente atraves de operacoes estrangeiras". O modelo esta
baseado em quatro constructos interrelacionados: comprometimento de
mercado, conhecimento de mercado, decisoes de comprometimento e
atividades atuais.
A perspectiva dos autores e descrever a internacionalizacao como um
processo no qual a empresa gradualmente aumenta seu envolvimento
internacional, entendido sob a forma de ciclos causais. Na avaliacao do
Modelo de Uppsala, Andersen (1993) entende que ele nao explica a razao
ou a forma pela qual o processo de internacionalizacao inicia e tampouco
discute a sequencia de estados ou condicoes. Outro problema identificado
e a ausencia de discussoes relativas aos fatores que podem influenciar o
processo. Em relacao ao teste empirico do modelo, Andersen (1993)
entende que os relacionamentos entre os conceitos do modelo teorico sao
muito vagos, o que dificulta a testabilidade empirica.
Sob a denominacao de Modelos de Internacionalizacao Relativa a
Inovacao (ModelosI), Andersen (1993) reuniu os modelos dos autores
Bilkey e Tesar (1977), Cavusgil (1980), Czinkota (1982) e Reid (1981),
que consideram a decisao de internacionalizacao como uma inovacao para a
empresa. Na avaliacao de Andersen (1993), os modelos-I compartilham
muitas caracteristicas, e a diferenca central entre eles esta no numero de estagios do processo de internacionalizacao e na descricao de cada
estagio. A excecao do mecanismo que impulsiona a internacionalizacao,
"as diferencas entre os modelos parecem refletir diferencas
semanticas ao inves de diferencas reais sobre a natureza do processo de
internacionalizacao" (ANDERSEN, 1993:212). Assim como o modelo de
Uppsala, os modelos-I tambem podem ser entendidos como
comportamentalmente orientados. Nessa avaliacao, os modelos-I sao
essencialmente compostos de conceitos nao observaveis, o que dificulta a
delimitacao de cada um dos estagios. Outra constatacao e que os
argumentos para os procedimentos de classificacao e para a
operacionalizacao das variaveis explanatorias ainda sao muito vagos.
De forma geral, Andersen (1993) aponta como principal objecao aos
modelos-I a ausencia de um design apropriado para explicar o processo de
desenvolvimento. "Em alguns casos, as variaveis independente e
dependente estao muito proximas de serem identicas, e a direcao de
causacao nao esta clara" (ANDERSEN, 1993:227).
Soma-se a critica de Andersen (1993) a preocupacao de Miranda e
Arruda (2002), que afirmam que um dos pontos fracos no desenvolvimento
do pensamento de marketing e a ausencia de avaliacao e analise das
teorias propostas. Teoricos da area nao atentam para a necessidade de
criticar consistentemente outras teorias, a fim de identificar forcas e
fraquezas antes de formular seus proprios modelos.
Corroborando Andersen (1993), Aulakh e Kotabe (1992:23)
identificaram o fato de que, em algumas correntes de pesquisa, a
formulacao de constructos empiricos nao foi acompanhada por um teste
empirico sistematico desses constructos, de modo que tais teorias
pudessem ser integradas ao corpo geral da teoria de marketing
internacional.
Nessa perspectiva avaliativa da teoria de marketing tambem se
encontra a visao de Sheth, Gardner e Garret (1988), segundo a qual o
periodo de turbulencia que tem atingido os estudos de marketing vem
levando a uma relativa perda de credibilidade e gerando uma crise de
identidade na area. De acordo com a compreensao desses autores, e
preciso aproveitar a rica heranca que os pioneiros da area deixaram em
termos de contribuicoes teoricas.
3. GESTAO ESTRATEGICA E MARKETING: COMUNALIDADES E PONTOS DE
EXCLUSAO
No desenvolvimento do presente estudo, adotouse a nocao de que a
ida de uma empresa ao mercado externo e resultado de uma decisao de
carater estrategico. Suportes para esse argumento sao encontrados em
diversos autores, como Mata e Portugal (2004), Douglas e Craig (1989),
Dunning (1996), Li (1995), Johanson e Vahlne (1990) e Melin (1992), os
quais destacam as questoes estrategicas subjacentes a ida de empresas ao
mercado externo. Mata e Portugal (2004:285) afirmam, assim, que "a
entrada em mercados estrangeiros e provavelmente determinada por
consideracoes estrategicas". Para Melin (1992), a
internacionalizacao deve ser entendida--e estudada --sob a forma de
processo estrategico. Para esse autor, internacionalizacao e uma
dimensao maior do continuo processo estrategico da maioria das empresas.
Na visao de Johanson e Vahlne (1990:22), "processos de
internacionalizacao sao o resultado de uma mescla de pensamento
estrategico, acao estrategica, desenvolvimentos emergentes, oportunidade
e necessidade". Em Dunning (1996) tambem se encontra referencia ao
fato de que as tres vantagens determinantes da internacionalizacao
descritas no paradigma ecletico--nao dao conta de explicar, na
totalidade, diferencas identificadas na trajetoria de
internacionalizacao de empresas de um mesmo setor economico. Ve-se a
mencao implicita as questoes estrategicas quando o autor advoga o uso da
teoria da administracao estrategica--somada as abordagens
economicas--para explicar o surgimento e crescimento de multinacionais
(DUNNING, 1996:28). Dunning (1988:25) tambem expressa o desejo de ver
surgir um gradual entrelacamento entre os enfoques do economista, do
analista de negocios e do teorico organizacional para a compreensao da
producao internacional.
Para Douglas e Craig (1992), a partir da decada de 1990 os estudos
de marketing internacional se voltaram mais fortemente para a discussao
da formulacao da estrategia de marketing global. Para os autores,
decisoes de marketing internacional e estrategia nao podem ser
efetivamente estudadas de modo isolado. A evolucao da estrategia de
marketing global e entendida por Douglas e Craig (1989) como
consequencia do processo incremental de internacionalizacao, o qual diz
respeito aos movimentos de uma firma atraves de sucessivas fases, cada
uma formada por novos desafios estrategicos e prioridades decisorias.
Emerge dessa concepcao a premissa de que os imperativos estrategicos e
as questoes-chave com os quais uma empresa se depara variarao de acordo
com o grau de experiencia e natureza das operacoes em mercados
internacionais.
Em relacao a administracao estrategica, Schendel e Hofer (1979 apud
PIERCY et al, 1997) definiram-na como "um processo que lida com o
trabalho empreendedor da organizacao, com renovacao e crescimento
organizacional, e mais particularmente com desenvolvimento e utilizacao
da estrategia que guia as operacoes da organizacao" (SCHENDEL;
HOFER apud PIERCY et al., 1997:51). Tal conceito enfatiza o papel da
gestao estrategica na orientacao geral da empresa.
Sobre marketing, Day (1992) avalia que, tradicionalmente, seu papel
tem sido o de servir de "funcao-fronteira" entre a empresa e
seus consumidores, canais e ambiente de competicao. Nessa perspectiva,
ja se alinham alguns indicadores da inter-relacao do marketing com a
gestao estrategia, uma vez que ambas as funcoes lidam com questoes
referentes ao relacionamento empresa-ambiente externo. No caso da
estrategia do negocio, a preocupacao esta em definir uma orientacao
ampla sobre a postura em face do ambiente concorrencial de mercado. Para
Wensley (2000), a estrategia do negocio tem a ver com a "arena
total de vantagens potenciais, mas o foco primario esta nas vantagens
que consistem na integracao das areas funcionais dentro da firma".
Muitas sao as definicoes ja dadas para o marketing. Aqui, assume-se
que marketing e tanto uma filosofia de negocios quanto uma funcao
gerencial. A verdadeira essencia do marketing esta em "mutuamente
satisfazer relacionamentos de troca" (BAKER, 2000:1). As trocas
entre produtores e consumidores compoem o interesse basico de marketing,
nao importando por meio de qual tipo de organizacao esteja sendo concretizado o relacionamento de troca e nem mesmo se a transacao e
intermediada/realizada por um setor formalmente definido para marketing
na estrutura organizacional. Para Baker (2000), as perspectivas pessoais
sobre marketing podem variar, mas a proposicao central permanece:
marketing se preocupa com a identificacao, criacao e manutencao de
relacionamentos de troca (comercial) mutuamente satisfatorios. Em
semelhante tratamento, Hunt (2002:29) argumenta que a maioria dos
pesquisadores de marketing percebe que o tema fundamental do marketing e
a transacao. "Marketing pode ser visto como a ciencia das
transacoes--sua estrutura, suas propriedades, e suas reacoes com outros
fenomenos" (HUNT, 2002:29).
Ao abordar os fundamentos da estrategia de marketing, Wensley
(2000:162) afirma que seus principios basicos "sao definidos de
modo simples: alcancar sucesso persistente no mercado acima da
competicao". Em decorrencia de sua argumentacao, o autor assume que
a estrategia de marketing concentra-se nas bases das vantagens
competitivas associadas a funcao de marketing. Assim, as fontes de
vantagens que estao associadas com o marketing geralmente surgem de
atividades que sao desenvolvidas por areas funcionais dentro da firma e,
portanto, nao podem ser vistas como totalmente independentes.
Para o entendimento do papel e dominio das areas de marketing e de
estrategia de negocios, Piercy et al. (1997) argumentam que nao se deve
desvincular essas areas por tres razoes. Primeiro, porque e necessario
considerar como as questoes estrategicas em marketing estao relacionadas
a estrategia corporativa. Segundo, porque qualquer analise mais
aprofundada ira sugerir que existe, de fato, alguma sobreposicao e
competicao entre os conceitos de marketing e de estrategia. A terceira razao apontada pelos autores e que ambas as areas estao experimentando
evidentes desafios e pressoes, gerados por uma evolucao nas formas e
praticas corporativas, e turbulencia ambiental.
Tratando-se das relacoes entre perfil estrategico e marketing, e
importante avaliar os modos pelos quais a organizacao de marketing se
ajusta com o tipo estrategico de uma organizacao e de que forma se
relaciona com o desempenho de marketing. A esse respeito, Vorhies e
Morgan (2003) desenvolveram estudo cuja questao de pesquisa foca o
relacionamento entre a configuracao da organizacao de marketing e a
estrategia de negocios. O modelo conceitual de Vorhies e Morgan (2003),
observado na Figura 1, combina insights da teoria de configuracao e da
literatura de marketing para desenvolver uma estrutura que denote os
relacionamentos holisticos entre fenomenos multidimensionais como
organizacao de marketing e estrategia de negocios.
A Figura 1 ilustra dois constructos que sao importantes para o
entendimento e a avaliacao do ajuste entre organizacao de marketing e
estrategia de negocios: tipo estrategico e caracteristicas
organizacionais de marketing (VORHIES; MORGAN, 2003:102). Para a
definicao de tipo estrategico, os autores se baseiam na proposta de
Miles e Snow (1978), a qual apresenta quatro tipos --prospector,
defensor, analista e reativo--, que representam padroes planejados de
adaptacao organizacional ao mercado. O tipo reativo nao foi estudado
porque os autores entenderam que ele representa, no longo prazo, firmas
que nao tem uma estrategia clara ou consistente.
[FIGURE 1 OMITTED]
O constructo caracteristicas organizacionais de marketing refere-se
as mais importantes caracteristicas estruturais e de tarefa que, juntas,
constituem o modo pelo qual as atividades de marketing sao organizadas
no negocio. Das caracteristicas estruturais, os autores investigam tres
aspectos considerados relevantes: centralizacao, formalizacao e
especializacao, as quais, em conjunto, indicam se as atividades de
marketing estao arranjadas de um modo burocratico ou organico (VORHIES;
MORGAN, 2003:103).
As caracteristicas de tarefa da organizacao de marketing, por seu
turno, estao relacionadas a natureza das atividades de marketing
empreendidas e aos modos pelos quais sao executadas. Tres
caracteristicas dizem respeito a elas: complexidade da tarefa,
capacidades de marketing e interdependencia do grupo de trabalho
Sobre efetividade e eficiencia de marketing, os autores esclarecem
que a primeira diz respeito ao grau em que sao alcancados os objetivos
de mercado; eficiencia de marketing, por sua vez, e o quociente entre
resultados de marketing e recursos consumidos. A eficacia de marketing
foi analisada pelos autores por meio da avaliacao do alcance por parte
das empresas pesquisadas--de objetivos relativos a crescimento no share
de mercado, crescimento de vendas e posicao no mercado. A eficiencia foi
calculada a partir da divisao do valor gasto com marketing e vendas pela
receita bruta (VORHIES; MORGAN, 2003).
O modelo conceitual dos autores procura resolver uma das questoes
importantes na area de gestao estrategica: a forma pela qual o tipo
estrategico e a organizacao de marketing se relacionam. Para os autores,
diferentes perfis estrategicos exigirao uma estrutura especifica de
marketing, para que resultados positivos sejam alcancados. Assim, por
exemplo, e esperado que organizacoes prospectoras tenham um arranjo mais
flexivel e descentralizado da area de marketing, uma vez que a inovacao
e a busca permanente por novos produtos e/ou mercados sao
caracteristicas distintivas deste tipo estrategico. Da mesma forma,
acredita-se que a ausencia de ajuste entre perfil estrategico e
organizacao de marketing minimiza as chances de certa empresa obter bons
resultados.
4. TIPOS ESTRATEGICOS
De origens e objetivos diversos, os estudos no campo da estrategia
resultaram em amplo emaranhado de conceitos, teses e antiteses. Entre os
varios conceitos de estrategia ha muita similaridade semantica, ainda
que se proponham diferentes sintaxes. No esforco de mapear (e organizar)
o campo de pesquisas em estrategia, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000)
propuseram dez escolas que reunem a essencia do pensamento relativo a
formacao da estrategia, tal como tem sido estudada pelos academicos e
praticantes da area.
Das dez escolas apresentadas, cada qual com sua perspectiva unica,
interessa-nos a Escola de Configuracao, na qual se percebe que seus
autores, no esforco de serem integrativos, agrupam os elementos e
comportamentos organizacionais processos de formacao estrategica,
conteudo das estrategias e estruturas e/ou contextos--em distintos
estagios ou episodios, algumas vezes sequenciados em modelos de ciclo de
vida. Chandler, o grupo da McGill University (Miller, Mintzberg e
outros) e Miles e Snow sao apontados como as principais influencias
desta escola.
Os autores dessa escola enxergam o mundo como categorias
integradas. Assim, acreditam que os comportamentos das organizacoes sao
mais bem descritos como configuracoes, ou seja, grupos distintos e
integrados de dimensoes relativas a estado e tempo. A formacao
estrategica e vista como um processo episodico no qual uma particular
forma organizacional, unida a um tipo particular de ambiente, engaja-se
em um processo de forma particular por um periodo de tempo.
Sobre o processo de formacao estrategica e sobre a estrategia em
si, autores dessa escola admitem que ambos podem assumir quaisquer das
configuracoes propostas nas nove escolas anteriores. O importante e que
a configuracao seja entendida em sua propria epoca e em seu contexto.
Em relacao as categorizacoes e tipologias que sao tipicas dessa
escola, Mintzberg (1990) adverte que e preciso ficar atento a suas
limitacoes, sob pena de se acabar ignorando as nuancas de um mundo
desordenado. Apesar disso, ele acredita que a escola oferece clara
contribuicao a administracao estrategica por trazer alguma ordem ao
confuso mundo da formacao estrategica. Sua vocacao integradora faz com
que a escola proponha o uso da dispersa literatura existente no campo de
modo integral, adequado aos contextos particulares.
Dentre as possiveis tipologias de comportamento estrategico, a de
Miles e Snow tem sido considerada uma das mais importantes no campo.
Conforme Hambrick (2003), as ideias desses autores, e em particular sua
tipologia, influenciaram substancialmente as trajetorias de pesquisa de
varios campos das ciencias administrativas. A esse respeito, Desarbo et
al. (2005) lembram que a tipologia de Miles e Snow tem sido amplamente
utilizada por pesquisadores e recebido consideravel atencao nas
literaturas de gestao e de marketing. Para Ghoshal (2003), talvez a mais
duradoura e proficua contribuicao dos autores repouse no esquema para
categorizacao de organizacoes, baseado na forma pela qual estas
respondem ao desafio da adaptacao as mudancas. Ketchen (2003), por sua
vez, entende que a maior contribuicao de Miles e Snow esta na maneira
com que eles examinaram a estrategia do nivel do negocio. Finalizando,
Slater e Olson (2001) acreditam que as tipologias de Miles e Snow (1978)
e de Porter (1980) emergiram como os dois esquemas dominantes de
estrategia de negocios.
Com o objetivo de melhor compreender o processo de escolha
estrategica ou de adaptacao organizacional, Miles e Snow (1978) propoem
a analise do ciclo adaptativo. A intencao dos autores ao propor o ciclo
adaptativo foi retratar a natureza e o inter-relacionamento dos
problemas-chave que uma organizacao deve resolver a fim de alcancar uma
efetiva posicao no ambiente escolhido. Embora a adaptacao seja entendida
como um processo complexo e continuo, Miles e Snow acreditam que ela
possa ser, para fins de analise, dividida em tres problemas maiores, que
requerem a atencao e as decisoes dos gestores de topo:
* Problema empresarial: tanto nas organizacoes novas quanto nas ja
existentes, a solucao e dada pela aceitacao gerencial de um particular
dominio de produto-mercado.
* Problema de engenharia: este problema envolve a criacao de um
sistema que ponha em operacao a solucao administrativa para o problema
empresarial.
* Problema administrativo: envolve a reducao de incerteza no
sistema organizacional, ou seja, a racionalizacao e estabilizacao das
atividades. Tambem envolve a formulacao e implantacao de processos que
permitirao a organizacao continuar evoluindo.
Para Ghoshal (2003), a proposicao basica dos autores e que
companhias bem-sucedidas precisam desenvolver consistencia entre sua
estrategia, o modelo de negocios que adotam--incluindo a escolha de
tecnologia--e sua capacidade organizacional, que engloba praticas
relativas aos recursos humanos. Ou seja, e a consistencia, ou ajuste,
entre as decisoes para os tres problemas do ciclo adaptativo que define
os resultados obtidos por uma empresa.
Nesse processo de permanente adaptacao, empresas assumem diferentes
tipos estrategicos, que podem ser identificados. Tais perfis
caracterizam a postura estrategica predominante em dada organizacao e
servem para compreender trajetorias especificas de atuacao. Baseados nas
respostas que as empresas dao aos problemas empresarial (dominio
produto-mercado), de engenharia (tecnologias para producao e
distribuicao) e administrativo (racionalizacao e inovacao), Miles e Snow
(1978) propoem quatro diferentes perfis estrategicos: defensor,
analista, prospector e reativo. Mais recentemente, o tipo reativo deixou
de ser considerado como um tipo estrategico, por representar,
exatamente, a ausencia de qualquer postura estrategica e ser
caracterizado por acoes meramente reativas.
Miles e Snow (1978) explicam que organizacoes defensoras tem
dominios estreitos de produtomercado, com produtos estaveis,
direcionados a um segmento de mercado claramente definido. Defensoras
tipicamente crescem penetrando mais profundamente em seus mercados
atuais. Sao empresas que se preocupam em manter a eficiencia atual por
meio da atualizacao de suas tecnologias. Outra caracteristica deste
perfil e o grau relativamente alto de formalizacao de seus processos.
Prospectoras sao organizacoes que tipicamente criam mudanca e
incerteza ambiental, quase continuamente buscam oportunidades de mercado
e regularmente experimentam respostas potenciais a tendencias ambientais
emergentes. Seu dominio de produto-mercado e normalmente amplo e esta em
continuo estado de desenvolvimento. Ao contrario da defensora, a
prospectora desenvolve multiplas tecnologias para seus diferentes
produtos, garantindo a necessaria flexibilidade tecnologica.
Por fim, organizacoes analistas operam em dois tipos de dominio de
produto-mercado, um relativamente estavel e outro em mudanca. Seu
problema empresarial consiste em como localizar e explorar novos
produtos e oportunidades de mercado enquanto simultaneamente mantem uma
base estavel de produtos e clientes.
5. DELIMITACOES METODOLOGICAS
Foi realizada uma pesquisa conclusiva descritiva (MALHOTRA, 2001).
A populacao deste estudo compreendeu todas as empresas do setor
coureirocalcadista do Rio Grande do Sul, que, segundo dados do Sebrae/RS
(Servico de Apoio as Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul),
sao em torno de tres mil. No site da Abicalcados (Associacao Brasileira
das Industrias de Calcados) foi encontrado um cadastro com o contato de
82 empresas do RS. Todas elas foram contatadas primeiramente por
correspondencia e mais tarde por correio eletronico e telefonema.
No total, 21 empresas responderam o questionario adequadamente e
compuseram a amostra efetiva. Alem dessas, outras 4 afirmaram nao
trabalhar com o exterior, portanto nao contribuiriam com o estudo; havia
17 empresas cujo endereco e/ou telefone para contato nao existia, e nao
foram encontrados novos registros delas; e 4 estavam sob processo de
fechamento em razao das dificuldades enfrentadas nos ultimos meses, o
que totalizou 25 empresas a serem excluidas das 82 empresas possiveis.
As 57 empresas restantes foram convidadas a participar do estudo em 3
diferentes ocasioes, mas apenas 21 se dispuseram a responder o
questionario, o que perfez 37% de taxa de resposta. As empresas
restantes (63%) nao responderam o questionario, afirmando motivos como
falta de tempo, nao autorizacao da direcao para liberar informacoes
sobre a empresa e desinteresse em participar do estudo.
Atraves do envio do questionario por meio eletronico e por correio
foram identificadas as empresas internacionalizadas. O questionario foi
elaborado com base na literatura pesquisada e submetido a apreciacao de
especialistas--professores das areas de marketing, estrategia e gestao
internacional, alem de profissionais do setor --para, apos suas
consideracoes, realizar-se o preteste e a validacao.
Depois de coletados, os questionarios foram verificados, editados
(organizados), codificados e transcritos. Os dados foram avaliados em
sua consistencia e ajuste estatistico, e, por fim, selecionou-se o
metodo para a sua analise (MALHOTRA, 2001). Fez-se a analise descritiva
dos dados, e as analises quantitativas tiveram auxilio do software SPSS.
Tambem foram coletados dados secundarios sobre o comportamento do setor.
6. RESULTADOS
6.1. Pesquisa com base em dados secundarios
A industria calcadista apresenta grande importancia no cenario
mundial. Segundo dados do Sebrae/RS (Servico de Apoio as Micro e
Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul), o consumo mundial de calcados,
atualmente, chega a 14 bilhoes de pares/ano. Do consumo mundial de
couro, 25% e direcionado a fabricacao de calcados--no Brasil, esse
porcentual e de 11,49%. A China detem quase metade do total do mercado
de calcados, cerca de 48,57%. O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking
mundial de couro curtido e calcados de couro. O setor de couro e calcado
tem mais de seis mil empresas instaladas no Brasil, entre fabricas de
calcados, componentes e maquinas e equipamentos especializados no
curtimento e acabamento do couro. Alem do consumo interno, 26% da
producao nacional de calcados e destinada a exportacao.
O Rio Grande do Sul concentra a maior parte da producao calcadista
do Pais, com cerca de tres mil empresas. E, portanto, o polo calcadista
mais importante do Brasil: em torno de 70% da exportacao brasileira de
sapatos sai desse Estado. Os polos calcadistas gauchos detem 60% da
industria de componentes e 80% da industria brasileira de maquinas para
couros e calcados. O RS abriga o maior APL (Arranjo Produtivo Local) de
calcados do mundo, no Vale dos Sinos, proximo a capital gaucha. APLs sao
aglomeracoes de empresas localizadas em uma mesma regiao que apresentam
especializacao produtiva e mantem vinculos de articulacao, interacao,
cooperacao e aprendizagem entre elas e com outros agentes locais, como
governos, associacoes empresariais e instituicoes de credito, ensino e
pesquisa.
Em 2002, cerca de 270 mil trabalhadores atuavam diretamente na
industria de calcados no Estado. Alem disso, no RS estao as principais
instituicoes de Ensino Tecnico e os mais importantes centros de pesquisa
e assistencia tecnologica de calcados do Brasil. Desde o inicio de 2005,
porem, o setor vem enfrentando uma seria crise. Nos ultimos anos
cresceram as dificuldades, em decorrencia, principalmente, da
valorizacao excessiva do real ante o dolar. Isso diminuiu a
competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e ja
provocou quedas nas exportacoes e no numero de empregos. So no setor
coureiro-calcadista, foram quase 40 mil demissoes nos ultimos dois anos
(www.novohamburgo.org).
Segundo a Assintecal (Associacao Brasileira de Empresas de
Componentes para Couro, Calcados e Artefatos), outros motivos da crise
sao os juros e a carga tributaria elevados, o que resulta em queda na
producao, fechamento de fabricas, demissoes em massa e uma crise social
e economica generalizada. Outro agravante e que o setor suga, tambem
para a roda de problemas, os fornecedores mais importantes da cadeia
produtiva: componentes e couro. De janeiro a outubro de 2005, o setor
calcadista deixou de exportar 17,97 milhoes de pares, o que representou
cerca de US$ 178 milhoes a menos no faturamento. Foi observada queda
tambem no setor de couro, que, de acordo com a Associacao das Industrias
de Curtume do Rio Grande do Sul (Aicsul), diminuiu em 18% a producao (em
volume fisico) para exportacao, tambem no acumulado ate outubro,
comparativamente ao mesmo periodo do ano passado.
A queda foi sentida em varios polos fabricantes de calcados,
principalmente no Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, onde mais de 11
mil pessoas perderam o emprego de janeiro a junho de 2005. A Abicalcados
ainda relata que, mesmo com volume menor, o setor calcadista registrou,
de janeiro a junho de 2005, uma elevacao de oito por cento no
faturamento, obtendo divisas de US$ 765,9 milhoes, enquanto no ano
anterior estas foram de US$ 707,2 milhoes. O motivo foi o aumento do
preco medio do par de calcados vendido no exterior, ocorrido em parte
pelo aumento no preco do calcado exportado e em parte pela perda de
mercados de precos mais baixos.
Segundo informacoes do Sebrae/RS, a industria tambem tenta superar
a crise mediante planejamentos que visam a expansao. Exemplo disso e a
Regiao do Vale do Rio do Sinos, que iniciou um Plano de Desenvolvimento
do Arranjo Produtivo Local (APL) de Calcados do Vale do Sinos e Vale do
Paranhana, buscando estabelecer diretrizes, metas e acoes para o setor
coureirocalcadista da regiao a partir de um diferencial competitivo.
Percebe-se com essas informacoes que a crise das empresas do setor
esta relacionada a um processo de internacionalizacao que nao previu
estrategicamente os impactos que mudancas de taxas cambiais e
tributarias poderiam causar. As empresas que mais sofreram nesse periodo
foram as de menor porte, que nao estavam preparadas para enfrentar tais
adversidades. Empresas de maior porte e mais bem estruturadas
conseguiram utilizar estrategias diferenciadas de internacionalizacao e
manter-se no mercado externo mesmo durante o periodo de crise, atingindo
resultados satisfatorios. Tais empresas compoem a maior parte da amostra
deste estudo, como podera ser visto adiante.
6.2. Pesquisa survey
6.2.1. Perfil dos respondentes
Para a analise do perfil dos respondentes foram avaliadas as
variaveis sexo, idade, tempo de trabalho na empresa, tempo de trabalho
no setor, cargo atual na empresa e cargos ocupados anteriormente. O
perfil predominante esta descrito na Tabela 1.
Em relacao ao perfil dos entrevistados, e possivel identificar que
a variabilidade dos dados sobre a idade e relativamente baixa,
evidenciando certa homogeneidade na faixa etaria dos respondentes, que
ficou entre 25 e 54 anos. A variabilidade do tempo de empresa e no setor
indica uma elevada amplitude, entre 1 e 35 anos. Em media, a idade e o
tempo de empresa e no setor sao relativamente baixos, indicando que no
comportamento das empresas analisadas predomina, em relacao a
contratacao de profissionais, a procura por pessoas jovens e elevado
grau de rotatividade. E possivel observar tambem que a maioria dos
respondentes e do sexo masculino, tem menos de 40 anos e possui relativa
experiencia no setor, pois trabalha na empresa ou no setor ha mais de 6
anos. A analise dos cargos ocupados evidenciou, conforme a expectativa
inicial da pesquisa, que a maioria dos respondentes atua na area
comercial e/ou de exportacao.
6.2.2. Caracterizacao das empresas
Para a caracterizacao das empresas, foram avaliadas as variaveis
tempo da empresa no setor, praticas internacionais da empresa, porte,
fatia de mercado que ocupa e a realizacao de planejamento e
monitoramento. Os dados relativos as variaveis tempo e praticas
internacionais, em suas caracteristicas predominantes, sao apresentados
na Tabela 2.
Conforme os dados apresentados na Tabela 2, as empresas
respondentes demonstram tradicao no mercado, pois tem, em sua maioria,
mais de 21 anos de atividade. Sao empresas maduras na atividade. O tempo
minimo de atuacao e de 10 anos, o maximo e de 90 e a media e de 31,6
anos. Quanto as praticas no exterior, todas elas realizam exportacao,
somente 19% praticam licenciamento e nenhuma possui fabrica instalada em
territorio estrangeiro. Alem disso, 9,5% dos respondentes afirmaram
realizar outro tipo de atividade no exterior, como investimento externo
direto--subsidiaria no exterior voltada a comercializacao--e
terceirizacao de producao no exterior.
As empresas participantes da amostra sao, em sua maioria, de grande
porte, o que ratifica a avaliacao de especialistas de que as maiores
empresas estao conseguindo manter suas atividades, apesar da seria crise
pela qual passa o setor.
A respeito da postura da empresa diante da necessidade de realizar
planejamento e de efetuar
monitoramento ambiental, os dados evidenciaram que a pratica de
planejamento e comum a todas as empresas, assim como o monitoramento
ambiental. Os dados da Tabela 3 mostram os resultados obtidos.
A realizacao frequente de planejamento e de monitoramento ambiental
e tipica de empresas que desenvolvem visao de futuro e se preocupam em
identificar precocemente mudancas no ambiente externo, a fim de se
adaptarem com mais efetividade.
6.2.3. Perfil estrategico
As empresas foram classificadas segundo o perfil estrategico
verificado: prospectora, analista e defensiva, conforme tipologia de
Miles e Snow (1978). A Tabela 4 apresenta os dados oriundos do perfil
estrategico.
A estrategia com a qual as empresas mais se identificaram foi a
prospectora. Isso evidencia que os entrevistados julgam estar arriscando
em investimentos que tornam suas organizacoes pioneiras no mercado. Em
seguida, com 23,8%, vem a estrategia analista, um pouco mais cuidadosa
que a primeira, pois alia praticas inovadoras a busca de estabilidade.
Apenas 14,3% das empresas entrevistadas citaram a estrategia defensiva,
que busca uma posicao mais segura e estavel no mercado, sem muitos
riscos.
6.2.4. Atuacao no exterior
As empresas pesquisadas foram classificadas de acordo com a sua
atuacao no exterior. Para isso, foram avaliados tempo, razoes e formas
de atuacao internacional, numero de funcionarios no exterior, porcentual
da Receita Operacional Bruta originaria de operacoes internacionais e
definicao de metas para o mercado externo. Os resultados obtidos podem
ser observados na Tabela 5.
Como indica a Tabela 5, este periodo para a maioria das empresas e
de 10 a 30 anos, o que demonstra que se trata de empresas maduras na
atividade internacional. Tal constatacao pode indicar que este grupo de
empresas tem apostado no mercado externo como um segundo mercado de
atuacao e nao somente como "valvula de escape" que viabiliza
as operacoes da empresa quando o mercado domestico desaquece. As
principais razoes da ida para o mercado externo estao apresentadas na
Tabela 6.
Das razoes que explicam a ida da empresa para o mercado externo, a
que mais se destacou, como se pode observar na Tabela 6, foi a busca de
oportunidades em mercados externos, o que e condizente com o perfil
estrategico prospector, haja vista que essa opcao e tipica de uma
motivacao proativa. Em seguida, foram considerados motivos importantes a
saturacao do mercado brasileiro e a diversificacao do risco. Outros,
como ida de concorrentes brasileiros para o mercado externo e incentivos
governamentais foram considerados menos importantes.
A Tabela 7 apresenta os dados predominantes sobre formas de atuacao
internacional, numero de funcionarios no exterior, porcentual da Receita
Operacional Bruta originaria de operacoes internacionais, definicao de
metas para o mercado externo e existencia ou nao de subsidiaria fora do
Pais.
A forma de atuacao da maioria das empresas no exterior e
permanente, o que indica maior grau de comprometimento com a atividade
internacional. A baixa frequencia de funcionarios brasileiros no
exterior e explicada pelo elevado indice da atividade exportadora, o que
caracteriza uma forma de internacionalizacao com menor necessidade de
uma equipe propria nos mercados-destino. A exportacao e feita pela
propria empresa, a partir de seu mercado domestico, nao sendo necessaria
a presenca de funcionarios no exterior. O porcentual da receita
operacional bruta advinda de operacoes internacionais e, para a maioria
das empresas, menor que 20%, indicando que suas atividades sao
direcionadas principalmente para o mercado interno.
Para o mercado externo, as empresas definem suas metas
principalmente focando o crescimento de vendas. Em seguida, o
crescimento de participacao de mercado e, por ultimo, a posicao no
mercado. A definicao de metas e um indicador do uso efetivo das
ferramentas de planejamento por essas empresas, e a expectativa de
crescimento nas vendas despontou como a principal preocupacao no grupo
pesquisado.
Apenas tres empresas possuem subsidiarias no exterior, das quais
elas sao as unicas proprietarias. Entre os paises citados em que se
localizam essas subsidiarias estao Bolivia, Argentina, Mexico, Estados
Unidos, Peru, Colombia e Chile. A excecao das subsidiarias que atuam nos
Estados Unidos, as demais operam em paises latinos, cujas cultura e
lingua assemelham-se mais a portuguesa, o que pode reforcar a tese de
que a distancia psiquica e um fator importante na escolha de paises nos
quais ingressar (JOHANSON; VAHLNE, 1977).
As Tabelas 8 e 9 apresentam tabulacoes cruzadas entre perfil
estrategico e tempo e forma de atuacao no exterior. Ambos os cruzamentos
indicam que as empresas de perfil estrategico prospector tem a atividade
internacional como algo permanente e atuam ha relativamente bastante
tempo no mercado externo. Por sua caracteristica prospectora, era
esperado que tais empresas fossem, de fato, as primeiras a se lancar em
busca de novas oportunidades, haja vista que sua definicao de dominio de
produto-mercado e mais volatil e inovadora.
6.2.5. Relacionamento com o mercado
Nesta secao, as empresas foram avaliadas quanto a autonomia de
tomada de decisao na area de marketing, realizacao de atividades em
relacao aos concorrentes, alcance de objetivos e forma de trabalho na
area de marketing. A primeira questao autonomia de tomada de decisao na
area de marketing--tem seus resultados apresentados na Tabela 10.
As empresas tambem responderam sobre quao bem desenvolvem certas
atividades de marketing em relacao aos seus concorrentes. Os resultados
estao apresentados na Tabela 11.
Os resultados mostram que as empresas se julgam muito bem
posicionadas em relacao a concorrencia, pois em todos os itens a maioria
das empresas assinalou elevada intensidade. Os itens que mais se
destacaram foram: desenvolvimento de habilidades para lidar com o
mercado, desenvolvimento de novos produtos/servicos e definicao de
precos competitivos. A Tabela 12 apresenta a percepcao das empresas
sobre o alcance de seus objetivos.
Em virtude da crise que o setor vem enfrentando desde o inicio de
2005, esperava-se que na questao sobre alcance de objetivos as empresas
afirmassem estar descontentes e com dificuldades. O que se observou nas
respostas, porem, foi o contrario: a maioria respondeu que esta
alcancando bem seus objetivos relacionados com o crescimento na
participacao de mercado, o crescimento de vendas e a posicao no mercado.
O alcance dos objetivos estabelecidos demonstra, segundo Vorhies e
Morgan (2003), elevado grau de eficacia de marketing. A avaliacao da
forma de trabalho na area de marketing esta apresentada na Tabela 13.
Quanto a forma de trabalho na area de marketing, observa-se um
equilibrio entre seguir processos conhecidos e inovar com novas
atividades, pois a maioria das questoes tem maior porcentual de
respostas em torno da escala mediana, conforme evidencia a tabela. Da
mesma forma que em questao anterior, nesta tambem era esperado o
predominio de respostas bem proximas aos itens mais baixos da escala, o
que indicaria um comportamento flexivel e dinamico da area, coerente com
o perfil predominante de empresas prospectoras. No entanto, seguir
rotinas conhecidas e modos de trabalho previamente estabelecidos, dentre
outros procedimentos, e uma pratica na organizacao da tarefa de
marketing das empresas pesquisadas, o que evidencia relativo descompasso
--ou falta de ajuste--entre o perfil estrategico e a organizacao da
tarefa de marketing.
7. CONCLUSAO
O estudo foi conduzido com o proposito principal de identificar o
perfil estrategico predominante em empresas gauchas coureiro-calcadistas
com atuacao internacional, bem como verificar como estao organizadas
suas atividades de marketing, a fim de caracterizar possiveis
relacionamentos entre tais variaveis. Para tanto, partiu-se em busca da
literatura apropriada ao tema e aos objetivos do estudo, assim como de
empresas que viabilizassem a realizacao da fase empirica do estudo.
Os resultados obtidos na pesquisa survey e na pesquisa de dados
secundarios relativos ao setor foram fundamentais para as conclusoes
apresentadas. As informacoes da pesquisa bibliografica ajudaram a
caracterizar um setor que demonstra elevada importancia no RS, Estado
reconhecido pela importancia do seu cluster de calcados, formado por
muitas empresas que movimentam milhares de trabalhadores. O estudo de
suas estrategias e de sua configuracao de marketing, proposta da
pesquisa survey, ajuda a compreender a importancia do setor e o grau de
internacionalizacao que a pesquisa com dados secundarios descreve.
Os resultados do estudo evidenciaram que as empresas pesquisadas
sao, na sua maioria, de grande porte, com experiencia no ramo, e que
todas realizam alguma atividade internacional, notadamente exportacoes.
A busca de oportunidades em mercados externos com o objetivo de aumentar
o volume de vendas, principalmente por meio da exportacao, foi a razao
para a internacionalizacao que mais se destacou. Verificou-se o
predominio de motivacao proativa na ida para o exterior, o que e
coerente com o perfil estrategico predominante.
A maioria das empresas considera que esta alcancando seus objetivos
de crescimento de participacao de mercado, crescimento de vendas e
posicao no mercado, mesmo com a crise que o setor vem enfrentando.
Tambem afirma estar bem posicionada em varios aspectos, em relacao aos
seus concorrentes.
A respeito do modelo de Vorhies e Morgan (2003), os dados sugerem
que as empresas, ainda que se definam predominantemente como
prospectoras, tem uma organizacao de marketing mais de tipo burocratico
do que de tipo organico. Essa ausencia de ajuste, segundo a literatura,
pode ser um limitador ao alcance dos objetivos previamente tracados. As
empresas pesquisadas, no entanto, afirmam ter elevada eficacia de
marketing, uma vez que estao alcancando suas metas em relacao ao mercado
externo. A aparente contradicao entre o perfil estrategico e a maneira
como esta organizada a area de marketing pode sugerir, dentre outros
aspectos, que a autopercepcao de perfil estrategico nao corresponde,
efetivamente, as praticas estrategicas desenvolvidas nas empresas
estudadas. A ampliacao do estudo para um maior numero de respondentes,
aliada a utilizacao de outras estrategias para definicao do perfil
estrategico, poderia contribuir para explicar o quadro diagnosticado.
8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDERSEN, O. On the internationalization process of firms: a
critical analysis. Journal of International Business Studies, v. 24, n.
2, p. 209231, second quarter 1993.
AULAKH, P. S.; KOTABE, M. An Assessment of Theoretical and
Methodological Development in International Marketing: 1980-1990.
Journal of International Marketing, v. 2, n. 2, p. 5-28, 1992.
BAKER, M. J. Marketing--philosophy or function? In: BAKER, M. J.
(Ed.). Marketing theory: a student text. London: Business Press, 2000.
p. 1-20.
BILKEY, W. J.; TESAR, G. The export behaviour of smaller Wisconsin manufacturing firms. Journal of International Business Studies, v. 9, p.
93-98, Spring-Summer 1977.
CAVUSGIL, S T. On the internationalization process of firms.
European Research, v. 8, p. 273-81, 1980.
CZINKOTA, M. R. Export development strategies: US promotion
policies. New York: Praeger Publishers, 1982.
DAY, G. S. Marketing's contribution to the strategy debate.
Journal of the Academy of Marketing Science, v. 20, n. 4, p. 321-329,
1992.
DESARBO, W. S. et al. Revisiting the Miles and
Snow strategic framework: uncovering interrelationships between
strategic types, capabilities, environmental uncertainty, and firm
performance. Strategic Management Journal, v. 26, p. 47-74, 2005.
DOUGLAS, S. P.; CRAIG, C. S. Advances in international marketing.
International Journal of Research in Marketing, n. 9, p. 291-318, 1992.
DOUGLAS, S. P.; CRAIG, C. S. Evolution of Global Marketing
Strategy: scale, scope, and synergy. Columbia Journal of World Business,
v. 24, n. 3, p. 47-59, Fall 1989.
DUNNING, J. H. The Ecletic Paradigm of International Production: a
restatement and some possible extensions. Journal of International
Business Studies, v. 19, n. 1, p. 1-31, Spring 1988.
DUNNING, J. H. The nature of transnational corporations and their
activities. In: UNITED NATIONS. Transnational corporations and world
development. London: International Thomson Business Press, 1996. p.
27-43.
GHOSHAL, S. Miles and Snow: enduring insights for managers. Academy
of Management Executive, v. 17, n. 4, p. 109-114, 2003.
HAMBRICK, D. C. On the stayng power of defenders, analyzers, and
prospectors. Academy of Management Executive, v. 17, n. 4, p. 115-118,
2003.
HUNT, S. D. Foundations of Marketing Theory: toward a general
theory of marketing. New York: M. E. Sharpe, 2002.
JOHANSON, J.; VAHLNE, J. The internationalization process of the
firm--a model of knowledge development and increasing foreign market
commitments. Journal of International Business Studies, v. 8, p. 23-32,
Spring-Summer 1977.
JOHANSON, J.; VAHLNE, J. The mechanism of internationalization.
International Marketing
Review, v. 7, n. 4, p. 11-24, 1990. KETCHEN JR., D. J. An interview
with Raymond
E. Miles and Charles C. Snow. Academy of Management Executive, v.
17, n. 4, p. 97-104, 2003.
LI, J. Foreign entry and survival: effects of strategic choices on
performance in international markets. Strategic Management Journal, v.
16, n. 5, p. 333351, 1995.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: uma orientacao aplicada. 3.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
MATA, J.; PORTUGAL, P. Patterns of Entry, post entry growth and
survival. Small Business Economics, n. 22, p. 283-298, 2004.
MELIN, L. Internationalization as a strategy process. Strategic
Management Journal, v. 13, p. 99-118, 1992.
MILES, R. E.; SNOW, C. C. Organizational strategy, structure, and
process. New York: McGraw-Hill, 1978.
MINTZBERG, H. Strategy formation: schools of thought. In:
FREDERICKSON, J. W. (Ed.). Perspectives on strategic management. Boston:
Balliger, 1990.
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safari de Estrategia: um
roteiro pela selva do planejamento estrategico. Porto Alegre: Bookman,
2000.
MIRANDA, C. M. C.; ARRUDA, D. M. A Evolucao do Pensamento de
Marketing: uma analise do corpo doutrinario acumulado no seculo XX.
ENCONTRO DA ASSOCIACAO
NACIONAL DE POS-GRADUACAO E PESQUISA EM ADMINISTRACAO, 26., 2002,
Salvador. Anais... Salvador: ANPAD, 2002.
ONKVISIT, S.; SHAW, J. J. International marketing: analysis and
strategy. 3. ed. New Jersey: Prentice Hall, 1989.
PIERCY, N. P. et al. Marketing management, market strategy and
strategic management: domain realignment and redefinition. Journal of
Strategic Marketing, n. 5, p. 50-62, 1997.
PORTER, M. E. Competitive strategy: techniques for analyzing
industries and competitors. New York: Free Press, 1980.
REID, S. D. The decision-maker and export entry and expansion.
Journal of International Business Studies, v. 12, p. 101-12, Fall 1981.
SHETH, J. N.; GARDNER, D. M.; GARRET, D. E. Marketing Theory:
evolution and evaluation. New York: John Wiley & Sons, 1988.
SLATER, S. F.; OLSON, E. M. Marketing's contribution to the
implementation of business strategy: an empirical analysis. Strategic
Management Journal, v. 22, p. 1055-1067, Nov. 2001.
VORHIES, D. W.; MORGAN, N. A. A configuration theory assessment of
marketing organization fit with business strategy and its relationship
with marketing performance. Journal of Marketing, v. 67, p. 100-115,
Jan. 2003.
WENSLEY, R. Marketing strategy. In: BAKER, M. J. (Ed.). Marketing
theory: a student text. London: Business Press, 2000. p. 161-180.
Flavia Luciane Scherer
Professora Adjunta do Departamento de Ciencias Administrativas
Vice-Coordenadora do Mestrado em Administracao da Universidade
Federal de Santa Maria
E-mail:
[email protected]
Clandia Maffini Gomes
Professora Adjunta do Departamento de Ciencias Administrativas
Coordenadora do Mestrado em Administracao da UFSM
E-mail:
[email protected]
Recebido em: 7/8/2009
Aprovado em: 14/9/2009
Tabela 1: Perfil dos respondentes
Sexo Masculino
Faixa etaria Acima de 40 anos
Tempo de trabalho na empresa Acima de 5 anos
Tempo de trabalho no setor Acima de 5 anos
Cargo ocupado Area Comercial e de Exportacao
Idade Tempo de trabalho na empresa
Media 37,18 Media 12,88
Maximo 54 Maximo 35
Minimo 25 Minimo 1
Desvio-Padrao 9,59 Desvio-Padrao 10,42
Idade Tempo de trabalho no setor
Media Media 13,31
Maximo Maximo 35
Minimo Minimo 1
Desvio-Padrao Desvio-Padrao 10,36
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 2: Perfil predominante das empresas
Caracteristicas do perfil Frequencia %
Tempo de atuacao da empresa no setor
De 21 a 30 anos 12 57,1
Acima de 40 anos 2 9,5
Praticas internacionais
Exportacao 21 100,0
Licenciamento 4 19,0
Outra 2 9,5
Numero de funcionarios
De 20 a 99 funcionarios (pequeno porte) 1 4,8
De 100 a 499 funcionarios (medio porte) 9 42,9
Mais de 500 funcionarios (grande porte) 11 52,4
Total 21 100,0
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 3: Planejamento e monitoramento ambiental
Planejamento e monitoramento ambiental Frequencia %
Realizacao de planejamento
Sim 17 81,0
As vezes 4 19,0
Total 21 100,0
Realizacao de monitoramento ambiental
Nao 3 14,3
Sim, sempre 9 42,9
As vezes 9 42,9
Total 21 100,0
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 4: Perfil estrategico
Perfil estrategico Frequencia %
Estrategia Prospectora 13 61,9
Estrategia Analista 5 23,8
Estrategia Defensiva 3 14,3
Total 21 100,0
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 5: Tempo de atuacao no exterior
Tempo de atuacao no exterior Frequencia %
Ate 5 anos 1 4,8
De 6 a 10 anos 1 4,8
De 11 a 20 anos 3 33,3
De 21 a 30 anos 4 33,3
Acima de 30 anos 1 4,8
Nao resposta 4 19,0
Total 21 100,0
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 6: Razoes da ida da empresa para o mercado externo
Razoes Intensidade (%)
NR 1 2
Busca de oportunidades em mercados 14,3 57,2 19,0
externos
Saturacao do mercado brasileiro 19,0 42,8 19,0
Diversificacao do risco 14,3 38,1 9,5
Manter-se lado a lado com as inovacoes 23,8 19,1 23,8
tecnologicas
Incentivos governamentais 19,0 19,0 9,5
Ida de concorrentes brasileiros para o 23,8 14,3 --
mercado externo
Razoes Intensidade (%)
3 4 5
Busca de oportunidades em mercados 4,8 4,8 --
externos
Saturacao do mercado brasileiro 4,8 4,8 9,5
Diversificacao do risco 14,3 19,0 4,8
Manter-se lado a lado com as inovacoes 9,5 9,5 14,3
tecnologicas
Incentivos governamentais 19,0 14,3 19,1
Ida de concorrentes brasileiros para o 23,8 19,0 19,0
mercado externo
* Escala: 1= Muito importante ... 5= Pouco importante
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 7: Atuacao no exterior--perfil predominante
1. Forma de atuacao da empresa no exterior Permanente
2. Numero de funcionarios brasileiros no exterior Nao tem
3. Numero de funcionarios estrangeiros no exterior Nao tem
4. Porcentual da Receita Operacional Bruta Ate 20%
originaria de operacoes internacionais
5. Definicao de metas para o mercado externo em Sim
termos de crescimento de participacao no mercado
6. Definicao de metas para o mercado externo em Sim
termos de crescimento nas vendas
7. Definicao de metas para o mercado externo em Sim
termos de posicao no mercado
8. Existencia de subsidiaria no exterior Nao
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 8: Comparacao do Perfil Estrategico com o Tempo
de Atuacao no Exterior
Perfil Estrategico Tempo de Atuacao no Exterior
NR Ate 5 anos De 6 a 10
anos
Estrategia Prospectora 3 1
Estrategia Analista 1 1
Estrategia Defensiva
Total 4 1 1
Perfil Estrategico
De 11 a 20 De 21 a 30
anos anos
Estrategia Prospectora 6 3
Estrategia Analista 1 2
Estrategia Defensiva 2
Total 7 7
Perfil Estrategico
Acima de 30 Total
anos
Estrategia Prospectora 13
Estrategia Analista 5
Estrategia Defensiva 1 3
Total 1 21
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 9: Comparacao entre Perfil Estrategico
e Forma de Atuacao no Exterior
Perfil Estrategico Forma de Atuacao no Exterior
Permanente Eventucalmente
Estrategia Prospectora 10 1
Estrategia Analista 5 --
Estrategia Defensiva 3 --
Total 18 1
Perfil Estrategico Forma de Atuacao no Exterior
Outra Total
Estrategia Prospectora 2 13
Estrategia Analista -- 5
Estrategia Defensiva -- 3
Total 2 21
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 10: Tomada de decisao na area de marketing
Intensidade (%)
Tomada de decisao na area de marketing NR 1 2
Toda decisao tomada nos setores de -- 14,3 23,8
relacionamento com o mercado precisam
ter a aprovacao do chefe.
Ate que um superior/chefe tome uma 4,8 19,0 9,5
decisao, pode haver pouca acao nos
setores que tratam das relacoes com o
mercado.
Ate pequenas questoes devem ser levadas -- 23,8 28,6
para alguem com mais autoridade para a
decisao final.
Intensidade (%)
Tomada de decisao na area de marketing NR 1 2
Nos setores de relacoes com o mercado, -- 33,3 23,8
uma pessoa que desejasse tomar suas
proprias decisoes seria rapidamente
desencorajada.
Intensidade (%)
Tomada de decisao na area de marketing 3 4 5
Toda decisao tomada nos setores de 4,8 14,3 42,8
relacionamento com o mercado precisam
ter a aprovacao do chefe.
Ate que um superior/chefe tome uma 23,8 19,0 23,8
decisao, pode haver pouca acao nos
setores que tratam das relacoes com o
mercado.
Ate pequenas questoes devem ser levadas 9,5 14,3 23,8
para alguem com mais autoridade para a
decisao final.
Intensidade (%)
Tomada de decisao na area de marketing 3 4 5
Nos setores de relacoes com o mercado, 19,0 4,8 19,0
uma pessoa que desejasse tomar suas
proprias decisoes seria rapidamente
desencorajada.
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 11: Atividades em relacao aos concorrentes
Quao bem a empresa desenvolve as
seguintes atividades em relacao aos seus
concorrentes
Intensidade (%)
NR 1 2
Desenvolvimento de novos produtos/ -- -- 0
servicos
Desenvolvimento de habilidades para -- 4,8 14,3
lidar com o mercado
Monitoramento ambiental -- -- 14,3
Definicao de precos competitivos 4,8 -- 4,8
Venda pessoal / negociacao de vendas -- -- 4,8
Comunicacao com consumidores 4,8 4,8 9,5
Relacoes publicas -- 4,8 9,5
Planejamento de marketing -- 4,8 9,5
Intensidade (%)
3 4 5
Desenvolvimento de novos produtos/ 9,5 33,3 57,1
servicos
Desenvolvimento de habilidades para 9,5 28,6 42,9
lidar com o mercado
Monitoramento ambiental 14,3 23,8 47,6
Definicao de precos competitivos 23,8 23,8 42,9
Venda pessoal / negociacao de vendas 9,5 52,4 33,3
Comunicacao com consumidores 9,5 42,9 28,6
Relacoes publicas 14,3 42,9 28,6
Planejamento de marketing 14,3 33,3 38,1
Escala: 1= Muito baixa ... 5= Muito elevada
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 12: Alcance de objetivos
Quao bem a empresa tem alcancado seus objetivos em termos
de ...
Intensidade (%)
NR 1 2
... crescimento na participacao de mercado. -- 9,6 4,8
... crescimento de vendas. -- -- 14,3
... posicao no mercado. -- -- 9,5
Intensidade (%)
3 4 5
... crescimento na participacao de mercado. 14,3 38,1 33,3
... crescimento de vendas. 14,3 28,6 42,8
... posicao no mercado. 19,0 33,3 38,1
* Escala: 1= Muito baixa ... 5= Muito elevada
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 13: Forma de trabalho na area de marketing
Intensidade (%)
Em que medida... NR 1 3
... o trabalho se move entre os grupos -- 14,3 14,3
de trabalho de marketing de um modo
sequencial?
... ha um modo claramente conhecido de 4,8 9,6 14,3
realizar os principais tipos de
atividades com os quais os grupos de
trabalho de marketing lidam?
... o trabalho que as pessoas da -- 38,1 14,3
organizacao de marketing realizam e o
mesmo dia a dia?
... existe uma sequencia compreensivel -- 9,5 23,8
de passos que podem ser seguidos para o
desenvolvimento da maioria das tarefas
de marketing?
... o fluxo de trabalho no setor segue 4,8 4,8 33,3
de forma que o trabalho entra no setor e
diferentes subunidades diagnosticam,
resolvem problemas e trabalham juntas,
como um grupo, ao mesmo tempo?
... os profissionais de marketing tendem -- 28,5 28,6
a desenvolver as mesmas tarefas e da
mesma maneira?
Intensidade (%)
Em que medida... 4 5 6
... o trabalho se move entre os grupos 38,1 14,3 19,0
de trabalho de marketing de um modo
sequencial?
... ha um modo claramente conhecido de 33,3 28,6 9,6
realizar os principais tipos de
atividades com os quais os grupos de
trabalho de marketing lidam?
... o trabalho que as pessoas da 33,3 9,5 4,8
organizacao de marketing realizam e o
mesmo dia a dia?
... existe uma sequencia compreensivel 23,8 28,6 14,3
de passos que podem ser seguidos para o
desenvolvimento da maioria das tarefas
de marketing?
... o fluxo de trabalho no setor segue 19,0 23,8 14,3
de forma que o trabalho entra no setor e
diferentes subunidades diagnosticam,
resolvem problemas e trabalham juntas,
como um grupo, ao mesmo tempo?
... os profissionais de marketing tendem 28,6 14,3 --
a desenvolver as mesmas tarefas e da
mesma maneira?
* Escala: 1= Muito baixa ... 5= Muito elevada
Fonte: Dados da pesquisa.