Does deposit insurance induce moral hazard? An empirical study with credit unions from the state of Minas Gerais/O seguro-deposito induz risco moral? Um estudo empirico com as cooperativas de credito do estado de Minas Gerais.
Bressan, Valeria Gama Fully ; Braga, Marcelo Jose ; Filho, Moises de Andrade Resende 等
1. INTRODUCAO
O seguro-deposito e um instrumento utilizado para garantir que a
totalidade ou uma fracao preestabelecida do principal e dos juros
acumulados em contas protegidas seja honrada, em caso de falencia da
instituicao financeira depositaria. Os EUA foram o primeiro pais a
instituir o sistema nacional de seguro-deposito, em meio a crise
bancaria de 1933, visando restaurar a confianca e a liquidez de seu
sistema financeiro e proteger os pequenos investidores (DEMIRGUC-KUNT;
KANE, 2002).
Por um lado, a instauracao de um sistema de seguro-deposito traz
maior estabilidade ao sistema financeiro, uma vez que, oferecendo
garantia aos correntistas, desestimula a corrida por retiradas em uma
eventual crise de confianca (HANNAFIN; McKILLOP, 2007). Por outro lado,
um sistema de seguro-deposito pode, paradoxalmente, reduzir a
estabilidade do sistema financeiro, ja que, reduzindo o risco das
operacoes correntes das instituicoes financeiras, abre espaco para que
elas se envolvam em operacoes excessivamente arriscadas, potencialmente
danosas a estabilidade do sistema financeiro.
Os interesses conflitantes das partes, a par da necessidade de
monitorar ou observar as acoes das instituicoes financeiras, torna
inviavel o desenho de contratos baseados no nivel de exposicao ao risco
dessas instituicoes. Assim, cada instituicao financeira, em funcao de
seus interesses, pode expor-se a um risco maior do que o preconizado
pelo fundo garantidor do seguro-deposito, sem que tal comportamento seja
detectavel (problema de risco moral). Com isso, a instauracao de um
sistema de seguro-deposito pode acarretar instabilidade ao setor que o
instaura e, por conseguinte, a todo o sistema financeiro, ao induzir o
problema de risco moral (CLAIR, 1984).
A primeira experiencia com seguro-deposito no Brasil ocorreu com a
criacao, pelo governo brasileiro, do Fundo Garantidor de Credito (FGC)
do sistema bancario brasileiro, em meio a crise bancaria de 1995. O FGC
foi criado como uma entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a
administrar o sistema de seguro-deposito para a protecao de titulares de
creditos em instituicoes financeiras, exceto as cooperativas de credito
e as secoes de credito das cooperativas. Apos a criacao do FGC do setor
bancario, o Sicoob-Crediminas, que congrega cooperativas singulares (1)
de credito do Estado de Minas Gerais, instituiu o seu Fundo Garantidor
de Depositos (FGD) em janeiro de 1999.
O FGD do Sicoob-Crediminas e a primeira experiencia de adocao de
seguro-deposito dentro do Sistema de Cooperativas de Credito do Brasil
(Sicoob) (2), que e o maior e o mais representativo sistema de
cooperativas do Brasil, pois congrega 46,32% das cooperativas de credito
singulares brasileiras (SOARES; MELO SOBRINHO, 2007). O
Sicoob-Crediminas e parte integrante do Sicoob e congregava 117
cooperativas singulares, entre janeiro de 1998 e maio de 2008. Desse
universo de cooperativas, apenas 97 ainda estavam operando em maio de
2008, mas, mesmo assim, representavam cerca de 50% das cooperativas de
credito do Estado de Minas filiadas ao Sicoob-Brasil.
As cooperativas filiadas ao Sicoob-Crediminas comecaram a
contribuir para o FGD do Sicoob-Crediminas em janeiro de 1999, mas
apenas em julho de 2003 o FGD passou a possuir personalidade juridica. O
FGD do Sicoob-Crediminas e alias mais antigo que o proprio Fundo
Garantidor do Sicoob (FGS), criado somente em 2005.
O presente artigo utiliza o caso do Fundo Garantidor de Depositos
(FGD) do Sicoob-Crediminas para testar a hipotese de que a instauracao
desse sistema de seguro-deposito nao suscitou o problema de risco moral.
A implicacao direta da rejeicao de tal hipotese e que a instauracao do
FGD do Sicoob-Crediminas pode ter reduzido a estabilidade do sistema de
cooperativismo de credito brasileiro.
O presente estudo e, pelo que nos consta, o primeiro a avaliar o
problema de risco moral em cooperativas de credito do Estado de Minas
Gerais, utilizando proxies de risco recomendadas pela literatura
internacional. O artigo, alem da presente introducao, compreende quatro
secoes. A proxima secao descreve as caracteristicas do sistema de
seguro-deposito do Sicoob-Crediminas e o contexto em que ele foi
instaurado. A terceira secao apresenta uma revisao da literatura sobre a
relacao entre o seguro-deposito e o problema de risco moral. A quarta
especifica a metodologia seguida e descreve a amostra e a fonte dos
dados. A quinta secao discute os resultados obtidos, e a sexta expoe as
conclusoes do trabalho.
2. O FUNDO GARANTIDOR DE DEPOSITOS DO SICOOB-CREDIMINAS
O Fundo Garantidor de Depositos (FGD) do Sicoob-Crediminas (3) visa
garantir creditos as cooperativas de credito singulares integradas ao
Sicoob Central Crediminas, localizadas no Estado de Minas Gerais, nas
seguintes condicoes: incorporacao da cooperativa participante,
exclusivamente por motivo de insolvencia confirmada pelo Sicoob Central
Crediminas, quando incorporadora e incorporada foram participantes do
fundo; descentralizacao de cooperativa participante, por motivo de
insolvencia, confirmada pelo Sicoob Central Crediminas; decretacao de
liquidacao extrajudicial da cooperativa participante pelo Banco Central
do Brasil; decretacao de liquidacao ordinaria da cooperativa
participante por insolvencia, decidida em assembleia geral, que devera
ser confirmada pelo Sicoob Central Crediminas. As diligencias do FGD
abarcam ainda as cooperativas que pertencam ao Sicoob Central
Crediminas, mas que nao participem do Fundo Garantidor do Sicoob (FGS)
(4) (SICOOB-CREDIMINAS, 2007).
Os principais objetos de garantia do FGD sao os depositos a vista e
os depositos a prazo. No entanto, no caso de incorporacao, o valor das
perdas decorrentes do processo de incorporacao tambem se torna objeto de
garantia. No caso de liquidacao da cooperativa participante, alem dos
depositos, o FGD garante as operacoes de emprestimos ou repasses e as
operacoes de financiamento contraidas pela cooperativa participante e
pelos cooperados da cooperativa participante junto a instituicoes
oficiais e privadas. No caso de coberturas que nao sejam para os
depositos a vista e a prazo, sao condicoes para a efetivacao da garantia
a apuracao e o parecer favoravel do Sicoob Central Crediminas
(SICOOB-CREDIMINAS, 2007). Alem disso, conforme o regulamento do FGD e
por proposta do conselho de administracao do Sicoob Central Crediminas,
outras garantias poderao, a criterio do conselho de administracao do
FGD, ser proporcionadas pelo fundo, desde que sejam necessarias a
preservacao da imagem do Sistema Crediminas. O Quadro 1 sintetiza as
principais caracteristicas do FGD do Sicoob-Crediminas.
3. REVISAO DE LITERATURA
As cooperativas de credito sao instituicoes financeiras sui
generis, pois sao os seus proprios membros (donos) que proveem (via
depositos) e consomem (via emprestimos) os seus recursos. O papel da
cooperativa de credito e intermediar o conflito de interesses entre os
cooperados aplicadores e tomadores de recursos, provendo taxas mais
elevadas para as aplicacoes e taxas mais baixas para os emprestimos do
que aquelas praticadas pelo sistema financeiro tradicional. Por isso
mesmo, tem sido amplamente reconhecido que as cooperativas de credito
podem aumentar o acesso dos mais pobres ao credito e, dessa forma,
contribuir para a reducao da pobreza e o desenvolvimento (NAIR;
KLOEPPINGER-TODD, 2007).
O interesse dos cooperados em preservar a cooperativa de credito,
visto que a mesma oferece taxas para emprestimos e aplicacoes
notadamente mais atrativas do que as praticadas pelo mercado financeiro,
pode fazer com que o problema de risco moral, apos a criacao do
seguro-deposito, seja menor para as cooperativas de credito do que para
outras instituicoes financeiras, como os bancos. Em outras palavras, e
possivel que as cooperativas de credito sejam, naturalmente, menos
propensas ao risco do que os bancos, em razao do interesse de seus
membros (donos) em preserva-las. De toda forma, ainda e possivel que a
instauracao do seguro-deposito leve as cooperativa de credito, a custa
do fundo de seguro-deposito, a se envolverem em transacoes que impliquem
um nivel de risco maior que o preconizado pelo fundo garantidor
(HANNAFIN; McKILLOP, 2007).
Black e Dugger (1981) e Clair (1984) obtiveram evidencias empiricas
de que cooperativas de credito dos EUA passaram a assumir maiores riscos
apos a instauracao do seguro-deposito, fato que consideraram indicativo
do problema de risco moral. Por outro lado, Karels e McClatchey (1999)
avaliaram as cooperativas de credito do EUA de 1970 a 1977 e nao
encontraram evidencias empiricas de que a adocao do seguro-deposito
tenha aumentado o comportamento pro-risco dessas cooperativas.
Resultados similares a esse foram obtidos tambem por Kane e Hendershott
(1996) e Hannafin e McKillop (2007).
Os resultados conflitantes na literatura indicam que o efeito da
instauracao do seguro-deposito sobre o problema de risco moral em
cooperativas ainda nao e claro. Desse modo, deve-se estudar caso a caso,
o que reforca a importancia de verificar se a instauracao do Fundo
Garantidor de Depositos (FGD) nao induziu ao problema de risco moral.
Demirguc-Kunt e Detragiache (2002) investigaram os efeitos do
seguro-deposito sobre a estabilidade bancaria de 61 paises no periodo
entre 1980 e 1997, e descobriram que o segurodeposito tende, em geral, a
aumentar a probabilidade de ocorrencia de crises bancarias,
especialmente em paises onde as taxas de juros bancarias sao
desreguladas e o ambiente institucional e fraco. Observaram ainda que o
efeito negativo do sistema de seguro-deposito sobre a estabilidade
bancaria tende a ser maior quando o seguro-deposito e financiado e
fortemente administrado, e que tanto mais grave sera quanto maior for a
cobertura dada pelo seguro-deposito aos depositantes.
Grossman (1992) comparou o risk-taking das instituicoes de poupanca
e emprestimo, com e sem seguro-deposito, que operavam em regimes
regulatorios mais e menos rigorosos durante a decada de 30 nos Estados
Unidos. As analises dos balancos patrimoniais indicaram que instituicoes
recem-asseguradas estavam em posicao de menor risco do que as suas
contrapartes nao asseguradas. Entretanto, Grossman (1992) argumenta que,
possivelmente, em razao do acompanhamento das autoridades de
seguro-deposito, o problema de risco moral emergiu de modo gradual.
Chan, Greenbaum e Thakor (1992) analisaram o efeito do
seguro-deposito sobre o problema de risco moral, no tocante a
sensibilidade ao risco e a compatibilidade de incentivos. Os autores
demonstram que, se as instituicoes depositarias sao perfeitamente
competitivas, ou seja, se o lucro medio no setor e zero, entao seria
impossivel introduzir um mecanismo incentivo-compativel que contemplasse
a sensibilidade ao risco na precificacao do seguro-deposito. Chan,
Greenbaum e Thakor (1992) acreditam que a estrutura de premio insensivel
ao risco do seguro-deposito encoraja as instituicoes depositarias a
escolher ativos excessivamente arriscados. Contudo, Pyle (1984) afirma
que a precificacao do seguro-deposito sensivel ao risco demandaria mais
informacoes acerca do depositante assegurado. Seria necessario, por
exemplo, conhecer o grau de aversao ao risco e a funcao utilidade dos
segurados, o que traz dificuldades a operacionalizacao desse tipo de
precificacao.
Gropp e Vesala (2004) analisaram a relacao entre o seguro-deposito,
o monitoramento dos devedores e o risk-taking nos bancos europeus na
decada de 90. A partir da analise do setor bancario europeu, os autores
mostraram que o seguro-deposito pode reduzir o risco moral, se o mesmo
exclui credores nao-depositantes. Essa posicao contrasta com o argumento
frequentemente encontrado na literatura de que o seguro-deposito gera o
problema de risco moral e incentiva o excessivo comportamento
risk-taking dos bancos (GROPP; VESALA, 2004).
Clair (1984) examinou indicadores financeiros das cooperativas de
credito federais americanas antes e depois da introducao do
seguro-deposito, no periodo de 1948 a 1980, que foi subdividido em tres:
pre-seguro-deposito (1948-1970), transicao (1971-1973) e periodo do
seguro-deposito (1974-1980). De acordo com o autor, espera-se que as
cooperativas de credito iniciem o periodo do seguro-deposito em condicao
financeira superior a dos periodos pre-seguro-deposito e transicao.
Assim, a confirmacao da hipotese de existencia do problema de risco
moral implica o aumento progressivo do comportamento risk-taking apos a
instauracao do seguro-deposito, ou seja, o problema de risco moral surge
no terceiro periodo do periodo do seguro-deposito (CLAIR, 1984). Clair
(1984) concluiu que a exposicao ao risco de credito cresceu
significativamente depois da instauracao do seguro. Essa mesma conclusao
e defendida por Fischer e Fournier (2002), que desenvolveram um modelo
teorico e, por meio de simulacoes com esse modelo, demonstraram que o
seguro-deposito nas cooperativas de credito induz ao problema de risco
moral.
Conquanto o problema de risco moral exista, varios outros fatores
irao contribuir para determinar quao grave esse problema sera ou, em
outras palavras, quao maior sera o grau de exposicao ao risco em relacao
ao nivel eficiente. Exemplos desses fatores sao: o tipo de dominacao por
membros tomadores ou aplicadores de recursos; a extensao da cobertura
prometida pelo seguro-deposito; a disponibilidade no mercado financeiro
de ativos com elevado retorno e risco; e a intensidade com qual as
cooperativas de credito buscam maximizar seus resultados ou sobras.
Fischer e Fournier (2002) detectaram que a criacao do
seguro-deposito induz as cooperativas de credito ao problema de risco
moral, e que esse problema e mais grave para cooperativas dominadas por
membros tomadores de recursos do que para aquelas dominadas por membros
aplicadores de recursos.
Se existe incentivo para que as cooperativas de credito aumentem as
sobras, as receitas e a disponibilidade de credito, entao, por conta do
problema de risco moral, ha consideravel aumento da exposicao ao risco
das mesmas. Nesse sentido, Keating (1979) obteve resultados empiricos
sugerindo que os gestores das cooperativas de credito maximizam as
funcoes utilidade destas, condicionadas a restricao de beneficios
minimos para os seus membros. Esse resultado alinha-se com a hipotese de
que o gestor poderia ser recompensado individualmente por meio de
honorarios, em funcao do aumento dos retornos da cooperativa de credito
(KEATING, 1979).
Kane e Hendershott (1996) analisaram a maneira pela qual as
diferencas na estrutura de incentivos restringem a atratividade de
especuladores e as oportunidades de tomadores de risco para a
administracao e regulamentacao das cooperativas de credito. Os autores
encontraram pouco suporte para o risco moral quando estimaram a
solvencia do National Credit Union Share Insurance Fund (NCUSIF) e
constataram que ela superou consideravelmente o desempenho dos bancos e
associacoes de poupanca e emprestimo ao longo da decada de 1980.
Karels e McClatchey (1999) avaliaram as cooperativas de credito
americanas no periodo de 1970 a 1977 e nao encontraram evidencias de que
a adocao do seguro-deposito aumentou o comportamento risk-taking nessas
cooperativas. Essa mesma constatacao e verificada no estudo de Hannafin
e McKillop (2007), que avaliaram o periodo de 1991 a 2005 e concluiram
que o mecanismo de seguro-deposito para as cooperativas de credito
irlandesas nao causou o engajamento dos membros em comportamentos
marcados pelo aumento de risco.
O Quadro 2 faz um sumario dos principais estudos que avaliaram o
impacto do seguro-deposito sobre o comportamento de risco das
instituicoes financeiras na literatura internacional.
Nota-se, pelo Quadro 2, que a maioria dos trabalhos empiricos
indica que o seguro-deposito induz ao problema de risco moral no setor
bancario, mas nao no setor de cooperativas de credito. Um ponto
adicional e, como destacam Hannafin e McKillop (2007), que poucos paises
fora da Europa e da America do Norte adotam o seguro-deposito em seus
sistemas de cooperativas de credito.
4. METODOLOGIA
O procedimento adotado para testar a hipotese de que a instauracao
do FGD do Sicoob-Crediminas nao induziu ao problema de risco moral nas
cooperativas de credito de Minas Gerais consiste em investigar se houve
uma tendencia progressiva de aumento na exposicao ao risco dessas
cooperativas apos a instauracao do FGD do Sicoob-Crediminas, em janeiro
de 1999. Assim, caso seja detectada qualquer tendencia, concluirse-a se
que a instauracao do sistema de seguro-deposito pelo Sicoob-Crediminas
induziu ao problema de risco moral.
A amostra utilizada na pesquisa e constituida por setenta e duas
cooperativas de credito participantes do FGD do Sicoob-Crediminas, que
tiveram os seus balancos disponibilizados (7) para todo o periodo de
janeiro de 1995 a maio de 2008 (161 observacoes por cooperativa). Vale
mencionar que as setenta e duas cooperativas da amostra correspondem a
62% do universo de cooperativas de credito filiadas ao Sicoob-Crediminas
no periodo de janeiro de 1995 a maio de 2008. Dessa forma, a principio
os paineis seriam constituidos por um total de 11.592 observacoes, mas,
em razao da indisponibilidade de dados nao disponiveis para algumas
variaveis e cooperativas, foi necessario trabalhar com paineis de dados
nao balanceados, como ficara evidente adiante.
O modelo econometrico basico utilizado e formalizado pela equacao
(1) e e fundamentado nos estudos empiricos de Clair (1984), Karels e
McClatchey (1999) e Hannafin e McKillop (2007) e no modelo teorico de
Fischer e Fournier (2002).
[MATHEMATICAL EXPRESSION NOT REPRODUCIBLE IN ASCII] (1)
em que i = 1,..., 72 indexa a i-esima cooperativa de credito da
amostra; t = 1, ..., 161 indexa o t-esimo mes entre janeiro de 1995 e
maio de 2008; [ir.sup.j.sub.it] denota o j-esimo indicador de risco
utilizado como variavel dependente, com j = 1, ..., 6 (vide detalhes no
Quadro 3); [[beta].sub.0] e o intercepto do modelo; [[beta].sub.k] e o
coeficiente da k-esima variavel explicativa; [v.sub.i] denota os efeitos
fixos nao observaveis e invariantes no tempo da i-esima cooperativa de
credito. No modelo de efeitos aleatorios, [v.sub.i] sao erros aleatorios
identicamente e independentemente distribuidos, com media zero e
variancia constante; [e.sub.it] e o erro aleatorio que varia com as
unidades e com o tempo, denominado erro usual da regressao (BALTAGI,
2005). As variaveis explicativas do modelo e os sinais esperados de seus
coeficientes sao apresentados no Quadro 3.
Pelo Quadro 3, deve ser possivel notar que o modelo econometrico
(1) foi estimado, ao todo, para seis proxies diferentes da variavel
dependente [ir.sup.j.sub.it], de modo que o j-esimo modelo deve ser
entendido como o modelo (1) estimado para o j-esimo indicador de risco
apresentado no Quadro 3. Dessa forma, o Modelo 1 utiliza o Risco de
Liquidez como variavel dependente, o Modelo 2 utiliza o Risco de
Inadimplencia, o Modelo 3 emprega a variavel Taxa de Capital, e assim
sucessivamente, ate o Modelo 6, que utiliza como medida de Adequacao do
Capital o Indice de Basileia.
Optou-se por estimar os modelos tomando-se seis proxies diferentes
para a variavel dependente, porque e crucial a escolha da variavel proxy
de medida de exposicao ao risco na deteccao ou nao do efeito da
instauracao do seguro-deposito sobre o problema de risco moral, ao mesmo
tempo em que nao ha na literatura consenso sobre qual variavel proxy
utilizar (LEE; KWOK, 2000). O Federal Deposit Insurance Corporation
(FDIC, 1983 a, b apud LEE; KWOK, 2000), por exemplo, sugere estimar o
risco especifico de cada banco com base na utilizacao das variaveis:
risco de credito, taxa de juros de risco e risco de liquidez. Ja com
relacao as medidas de risco para cooperativas de credito, os trabalhos
de Black e Dugger (1981), Clair (1984), Kane e Hendershott (1996),
Fischer e Fournier (2002) e Hannafin e McKillop (2007) sugerem estimar o
risco especifico de cada cooperativa de credito por meio dos
indicadores: Adequacao do Capital, Taxa de Inadimplencia e Liquidez,
como no presente artigo.
4.1. Procedimentos para a Estimacao dos Modelos Econometricos
Em razao da indisponibilidade de dados, a dimensao temporal dos
dados por cooperativa foi, com frequencia, diferente entre as
cooperativas da amostra. Por isso, cada painel de dados utilizado no
presente estudo e nao balanceado.
A estrategia geral utilizada no processo de selecao da melhor
especificacao, dentre os modelos estimados, consistiu em estimar,
primeiro, os modelos agrupados (pooled) e os efeitos fixos e verificar,
utilizando-se o teste Chow (teste F), se o modelo agrupado e preferivel
ao de efeitos fixos. No segundo passo, estima-se o modelo com efeitos
aleatorios e, utilizando-se o teste Breusch-Pagan (teste do tipo
multiplicador de Lagrange), verifica-se se o modelo agrupado e
preferivel ao modelo com efeitos aleatorios. O terceiro passo consiste
em averiguar se o modelo com efeitos aleatorios e preferivel ao modelo
com efeitos fixos, o que se fara por meio do teste de Hausman. Quando
dos passos anteriores se conclui que o modelo de efeitos fixos e o
melhor, executa-se o quarto passo, que consiste em testar a
autocorrelacao via teste proposto por Wooldridge (2002) e testar a
heterocedasticidade de grupo via teste de Wald. Finalmente, se a
autocorrelacao e a heterocedasticidade forem confirmadas, o que e,
segundo Gujarati (2006), o mais comum, o modelo com efeitos fixos e
reestimado com a utilizacao de estimadores Minimos Quadrados
Generalizados Factiveis (Feasible Generalized Least Squares--FGLS), como
sugerido por Judge et al. (1985) e Davidson e MacKinnon (1993). Note-se
que Baltagi e Wu (1999) e Hansen (2007) tambem utilizaram estimadores
FGLS quando detectaram que os erros dos seus modelos de dados em painel
nao balanceados apresentavam autocorrelacao.
5. RESULTADOS E DISCUSSAO
A Tabela 1 apresenta as variaveis utilizadas nas estimacoes do
modelo econometrico (1) e suas estatisticas descritivas.
Os resultados dos testes Chow, Breusch-Pagan e Hausman indicaram
que os modelos com efeitos fixos eram preferiveis aos modelos agrupados
(pooled) e aos modelos com efeitos aleatorios. Tais resultados nao foram
aqui apresentados por questoes de espaco e objetividade, de modo que o
leitor interessado deve requisita-los diretamente aos autores. O mesmo
pode ser dito para os resultados dos testes de Wooldridge (2002) e linha
da Tabela 2.
Wald, que nao rejeitaram as hipoteses de autocorrelacao e
heterocedasticidade de grupo. Dito isso, a Tabela 2 apresenta apenas os
resultados das estimacoes FGLS dos seis modelos com efeitos fixos, com
destaque, em cinza, para as linhas referentes as tres variaveis do
modelo (1): [dtsd.sub.it]*[t.sub.it], [dpsd.sub.it] e
[dpsd.sub.it]*[t.sub.it]. Note-se que todos os modelos sao globalmente
significantes pelos testes de Wald, como apresentado na penultima
A significancia individual das variaveis [dpsd.sub.it],
[dpsd.sub.it]*[t.sub.it] e [dtsd.sub.it]*[t.sub.it] e crucial para que
se possa testar a hipotese de risco moral nas cooperativas de credito
filiadas ao Sicoob-Crediminas apos a implantacao do FGD. Por isso,
certos modelos serao preferidos a outros quando apresentarem
coeficientes estatistica e individualmente significantes com respeito a
essas tres variave Reconhece-se que esse e um criterio ad hoc, m que se
faz necessario diante de uma cla indefinicao na literatura a respeito da
melh variavel proxy a ser utilizada para a varia dependente.
Os resultados na Tabela 2 para os modelos 1, 2 e 6 mostram que as
variaveis [dpsd.sub.it], [dpsd.sub.it]*[t.sub.it] e
[dtsd.sub.it]*[t.sub.it] nao foram, ao mesmo tempo, estatisticamente e
individualmente significantes, o que e um indicio de que o Indice de
Liquidez, o Indice de Inadimplencia e o Indice de Basileia nao foram
boas proxies de medidas de risco para esse grupo de cooperativas de
credito. Destaque-se ainda que, para os modelos com o Indice de
Inadimplencia (modelo 2) e Indice de Basileia (modelo 6), houve uma
reducao significativa do numero de observacoes em razao da nao
disponibilidade das mesmas contas COSIF (12) para todo o periodo
estudado.
Os resultados na Tabela 2 para os modelos 3, 4 e 5 mostram que as
variaveis [dtsd.sub.it]*[t.sub.it], [dpsd.sub.it] e
[dpsd.sub.it]*[t.sub.it] foram todas estatisticamente e individualmente
significativas, ao nivel de 1% de probabilidade, demonstrando que os
indicadores de Adequacao do Capital--Taxa de Capital, quotas-partes
sobre o total de emprestimos e patrimonio liquido sobre o total dos
emprestimos--revelaram-se boas proxies da medida do risco assumido pelas
cooperativas. Por esse motivo, as analises a seguir sao baseadas nos
resultados obtidos para os modelos 3, 4 e 5.
As variaveis dummies que captam o tamanho da cooperativa
([dtamm.sub.it] e [dtamg.sub.it]) foram, em geral, estatisticamente e
individualmente significativas para explicar os indicadores de adequacao
do capital (Modelos 3, 4 e 5). Contudo, a dummy para cooperativa de
tamanho medio ([dtamm.sub.it]) nao foi estatisticamente significativa no
modelo 3 e apresentou os sinais negativo no modelo 4 e o positivo no
modelo 5. Com base nesses resultados, nao foi possivel chegar a uma
conclusao acerca do efeito do tamanho medio da cooperativa sobre o
indice de Adequacao do Capital. Ja a dummy para cooperativa de tamanho
grande ([dtamg.sub.it]) apresenta coeficientes negativos, como esperado,
e individualmente significantes nos modelos 3, 4 e 5. Diante disso,
espera-se que cooperativas de tamanho grande apresentem menores
indicadores de Adequacao do Capital em comparacao com as cooperativas de
tamanho medio e pequeno, ou seja, espera-se que cooperativas de tamanho
grande assumam maior risco que as demais. Este resultado esta de acordo
com o trabalho de Karels e McClatchey (1999), que defendem que quanto
maior for a cooperativa, maior sera a sua experiencia e, assim, maior a
chance de que assuma maiores riscos.
A variavel [idade.sub.it] nao foi estatisticamente significativa
nos modelos 4 e 5 (vide Tabela 2). No entanto, o coeficiente de
[idade.sub.it] foi positivo e individual e estatisticamente
significativo no modelo 3. Seu sinal positivo indica que quanto mais
antiga for a cooperativa, melhor sera o indice de adequacao do capital,
ou seja, menor o risco assumido. Note-se que Melvin, Davis e Fischer
(1977 apud CLAIR, 1984) concordam que cooperativas mais antigas devem
apresentar menor propensao ao risco. Uma hipotese para justificar isso
seria a de que o desejo que impele os membros de uma cooperativa de
credito a mante-la operante, ou seja, a preserva-la, torna-se tanto
maior quanto maior for seu tempo de existencia.
A variavel dummy [ddomi.sub.it] para dominacao da cooperativa por
membros tomadores de recursos foi estatistica e individualmente
significante nos modelos 3, 4 e 5, mas, por apresentarar sinais
conflitantes, nao levarou a resultados conclusivos. Nos modelos 3 e 5 o
coeficiente estimado apresentou sinal positivo, indicando ser mais
provavel que cooperativas dominadas por membros tomadores possuam
melhores indicadores de Adequacao do Capital, ou seja, exponham se menos
ao risco. O fato de esses resultados serem contrarios ao preconizado por
Fischer e Fournier (2002) pode estar apenas refletindo uma
caracteristica peculiar das cooperativas de credito filiadas ao
Sicoob-Crediminas, as quais sao essencialmente dominadas por membros
tomadores. Por outro lado, o sinal negativo para a [ddomi.sub.it] no
modelo 4 indica que cooperativas de credito dominadas por membros
tomadores tendem a possuir indicadores de Adequacao de Capital menores
que os das cooperativas dominadas por aplicadores/poupadores. Esses
resultados conflitantes nao indicam exatamente o efeito da dominacao por
membros tomadores sobre a posicao de risco da cooperativa, e demonstram
a relevancia e a dificuldade que envolvem a escolha das proxies para o
risco, como ressaltado por Lee e Kwok (2000).
A variavel tendencia [t.sub.it], considerando-se os modelos 3, 4 e
5, apresentou coeficiente negativo e estatistica e individualmente
significante apenas no modelo 3. Assim, com base na estimativa obtida
para o modelo 3, pode-se concluir que ha uma tendencia de aumento no
nivel de risco assumido pelas cooperativas ao longo do tempo.
O efeito da taxa de crescimento do ativo sobre o nivel de risco
assumido pelas cooperativas filiadas ao Sicoob-Crediminas e captado
pelas variaveis [Y.sub.it (AT)] e [Y.sub.it-1 (AT)]. Nos modelos 3, 4 e
5, seus coeficientes sao positivos e significativos, exceto o
coeficiente de [Y.sub.it (AT)] no modelo 3, que foi negativo. Os
coeficientes positivos das variaveis [Y.sub.it (AT)] e [Y.sub.it-1 (AT)]
sao justificaveis, uma vez que, segundo Clair (1984), e provavel que
choques exogenos promovam um declinio na taxa de capital na maioria das
instituicoes financeiras, mas nao nas cooperativas, o que justifica uma
relacao positiva entre o crescimento do ativo e os indicadores de
adequacao do capital das cooperativas de credito.
O coeficiente [[beta].sub.10] da variavel [dtsd.sub.it]*[t.sub.it]
foi estatisticamente e individualmente significante nos modelos 3, 4 e
5. Note-se que esse coeficiente e especialmente importante, pois a
derivada parcial do modelo (1) com respeito a [dtsd.sub.it] e
[[beta].sub.10][t.sub.it], o que faz com que o sinal de [[beta].sub.10]
determine o sentido do efeito do periodo de transicao do FGD sobre o
indice de Adequacao do Capital. Note-se pela Tabela 2 que as estimativas
de [[beta].sub.10] apresentaram sinal positivo apenas nos modelos 3 e 5,
mostrando que os indicadores de adequacao do capital melhoraram
progressivamente no periodo de transicao para o FGD, ou seja, que ha uma
tendencia de reducao gradual da exposicao das cooperativas ao risco
nesse periodo (Tabela 2). Tais resultados sao coerentes com o trabalho
de Clair (1984), que afirma que as cooperativas deveriam cumprir altos
padroes financeiros durante o periodo de transicao, razao pela qual se
espera uma melhoria da condicao financeira das mesmas no periodo
denominado de transicao.
As variaveis [dpsd.sub.it] e [dpsd.sub.it]*[t.sub.it] captam o
efeito sobre o nivel de exposicao das cooperativas ao risco apos a
instauracao do seguro-deposito, pois a derivada parcial do modelo (1),
[ir.sup.j.sub.it]/[dpsd.sub.it], e [[beta].sub.6] +
[[beta].sub.7][t.sub.it]. Dessa forma, [[beta].sub.6] +
[[beta].sub.7][t.sub.it] quantifica o efeito total do FGD sobre o valor
esperado do indicador de risco das cooperativas, onde [[beta].sub.6] e o
coeficiente da variavel [dpsd.sub.it] e [[beta].sub.7] e o coeficiente
da variavel [dpsd.sub.it]*[t.sub.it]. Assim, por exemplo, se nos modelos
3, 4 e 5 o coeficiente [[beta].sub.7] for negativo, mesmo se
[[beta].sub.6] for positivo, com o tempo o nivel de exposicao ao risco
das cooperativas passara a um patamar superior ao que existia antes da
instauracao do seguro-deposito.
Os resultados na Tabela 2 mostram o sinal negativo e positivo para
as estimativas dos coeficientes [[beta].sub.6] e [[beta].sub.7] nos
modelos 3 e 5, e o padrao oposto (positivo e negativo) de sinais no
modelo 4. Note-se que um sinal negativo (positivo) de [[beta].sub.6]
indica piora (melhora) da Adequacao do Capital apos a implantacao do FGD
do Sicoob-Crediminas ou aumento da exposicao ao risco, e um sinal
positivo (negativo) para [[beta].sub.7] indica uma tendencia de melhora
(piora) progressiva da Adequacao do Capital apos a instauracao do FGD.
Dessa forma, sera o sinal negativo e significante de [[beta].sub.7] que
permitira rejeitar a hipotese de que a instauracao do FGD do
Sicoob-Crediminas nao induziu ao problema de risco moral, o que e
verificado para o modelo 4. Contudo, nos modelos 3 e 5, o sinal de
[[beta].sub.7] e positivo, o que nao permite rejeitar a hipotese de que
a instauracao do FGD do Sicoob-Crediminas nao induziu ao problema de
risco moral. Diante desses resultados conflitantes, nao foi possivel
rejeitar conclusivamente a hipotese de que a instauracao do FGD do
Sicoob-Crediminas nao induziu ao problema de risco moral.
5. CONCLUSOES
Em principio, a instauracao de um sistema de seguro-deposito deve
trazer maior estabilidade ao sistema financeiro, por desestimular a
retirada de depositos das instituicoes financeiras. Contudo, o
seguro-deposito pode, paradoxalmente, acabar reduzindo a estabilidade do
sistema financeiro por conta do problema do risco moral. Ou seja, a
impossibilidade de o fundo gestor do seguro-deposito monitorar
perfeitamente as acoes das instituicoes financeiras, somada aos
interesses conflitantes das partes envolvidas, pode induzir as
instituicoes financeiras a se expor a um risco maior do que o
preconizado pelo fundo gestor.
Em razao da ausencia de consenso na literatura sobre o efeito da
instauracao de sistemas de seguro-deposito sobre o nivel de exposicao ao
risco das instituicoes financeiras, o presente estudo buscou gerar
evidencias empiricas sobre esta tematica, aplicada ao Brasil. Em
particular, o estudo buscou obter evidencias sobre o efeito da
instauracao de um sistema de seguro-deposito sobre o nivel de exposicao
ao risco das cooperativas de credito do Estado de Minas Gerais. Assim,
testou-se a hipotese de que a introducao, a partir de janeiro de 1999,
do Fundo Garantidor de Depositos (FGD) no sistema Sicoob-Crediminas nao
induziu ao problema de risco moral nas cooperativas de credito filiadas
ao sistema. Para tanto, foram utilizados paineis de dados construidos
para uma amostra de 62% das cooperativas filiadas ao Sicoob-Crediminas
entre janeiro de 1995 e maio de 2008.
Por falta de uma direcao clara na literatura sobre qual variavel
proxy utilizar como indicador de exposicao ao risco das cooperativas,
foram estimados seis modelos de regressao com dados de painel e com a
mesma especificacao funcional, utilizando-se como variavel dependente
seis diferentes indicadores do nivel de exposicao ao risco das
cooperativas. Em apenas tres dos seis modelos estimulados as variaveis
relacionadas a medicao do impacto do deposito sobre o nivel de exposicao
ao risco das cooperativas revelaram-se estatistica e individualmente
significantes. Os tres modelos preferidos possuiam como variavel
dependente indicadores dentro da classe de indices de Adequacao do
Capital.
As principais conclusoes obtidas a partir das estimativas dos tres
modelos preferidos indicaram que, as cooperativas de credito de maior
porte tendem a se expor mais ao risco do que as de tamanho medio e
pequeno; quanto maior for o tempo de existencia da cooperativa, maior
sera, possivelmente, o seu nivel de exposicao ao risco; a dominacao de
uma cooperativa por membros tomadores de recursos nao impacta
necessariamente seu nivel de exposicao ao risco; e provavel que
cooperativas com taxas positivas de crescimento dos ativos assumam
menores riscos que as demais. Finalmente, as estimativas dos tres
modelos apresentaram resultados conflitantes, ou seja, os modelos 3 e 5
indicaram que o Fundo Garantidor de Depositos do Sicoob-Crediminas nao
induziu ao problema de risco moral, o que vai ao encontro dos resultados
dos estudos de cooperativas de credito americanas realizados por Kane e
Hendershott (1996) e Karels e McClatchey (1999), e de cooperativas de
credito irlandesas levados a efeito por Hannafin e McKillop (2007). Ja o
modelo 4 indicou que o Fundo Garantidor de Depositos do
Sicoob-Crediminas induziu ao problema de risco moral, resultado este
coerente com aqueles obtidos pelos estudos de Black e Dugger (1981) e
Clair (1984), relativos a cooperativas americanas.
Em razao dos resultados conflitantes das analises empiricas, nao se
pode afirmar que a instauracao do FGD do Sicoob-Crediminas tenha
induzido ao problema de risco moral. Diante disso, trabalhos futuros
devem investigar a utilizacao de procedimentos econometricos
alternativos, de modo que se possa chegar a resultados conclusivos sobre
a validade ou rejeicao da hipotese testada no presente estudo.
Uma sugestao para pesquisas futuras consiste em testar se a
metodologia utilizada no presente artigo pode aplicar-se a outros
sistemas de cooperativismo de credito existentes no Brasil, como:
Sicredi, Unicredi, Ancosol, cooperativas independentes e outros
sistemas. Outros metodos para avaliar a presenca de risco moral tambem
podem ser testados, envolvendo abordagens relacionadas a modelos de
series temporais, modelos com variavel dependente binaria e analises
qualitativas, e nao apenas no cooperativismo de credito, pois a questao
do risco moral em instituicoes financeiras, evidenciado pela crise do
sub-prime nos EUA, constitui um amplo campo de pesquisas relacionadas as
tematicas de gestao do risco corporativo no segmento bancario e nao
bancario.
DOI: 10.5700/rege430
Artigo--Economia das Organizacoes
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALSTON, Lee J.; GROVE, Wayne A.; WHEELOCK, David C. Why do banks
fail? Evidence from the 1920's. Explorations in Economic History,
v. 31, n. 4, p. 409-431, 1994.
BALTAGI, Badi Hani. Econometric Analysis of Panel Data. 3. ed. New
York: John Wiley & Sons, 2005.
BALTAGI, Badi Hani; WU, Ping X. Unequally spaced panel data
regressions with AR(1) disturbances. Econometric Theory, v.15, n. ,p.
814-823, 1999.
BLACK, Harold; DUGGER, Robert H. Credit Unions: growth, competition
and regulatory problems. Journal of Finance, v. 36, n. 2, p. 529-538,
May 1981.
BREWER III, Eljah. The impact of deposit insurance on S&L
shareholders' risk/return trade-offs. Journal of Financial Services
Research, v. 9, n. 1, p. 65-90, Mar. 1995.
BREWER III, Eljah; MONDSCHEAN, Thomas H. An empirical test of the
incentive effects of deposit insurance. Journal of Money, Credit, and
Banking, v. 26, n. 1, p. 146-164, Feb. 1994.
CARR, Jack; MATHEWSON, Frank; QUIGLEY, Neil. Stability in the
absence of deposit insurance: The Canadian banking system, 1890-1966.
Journal of Money, Credit, and Banking, v. 27, n. 3, p. 1137-1158, Nov.
1995.
CHAN, Yuk-Shee; GREENBAUM, Stuart I.; THAKOR, Anjan V. Is fairly
priced deposit insurance possible? Journal of Finance, v. XLVII, n. 1,
p. 227-245, Mar. 1992.
CHU, Kam Hon. Deposit Insurance and Banking Stability. Cato
Journal, v. 31, n. 1, p. 99-117, Winter 2011.
CLAIR, Robert T. Deposit insurance, moral hazard, and credit
unions. Federal Reserve Bank of Dallas Economic Review, p. 1-12, July
1984.
DAVIDSON, Russel; MacKINNON, James G. Estimation and Inference in
Econometrics. New York: Oxford University Press, 1993.
DEMIRGUC-KUNT, Asli; DETRAGIACHE, Enrica. Does deposit insurance
increase banking system stability? An empirical investigation. Journal
of Monetary Economics, v. 49, n. 7,p. 1373-1406, 2002.
DEMIRGUC-KUNT, Asli; KANE, Edward J. Deposit Insurance Around the
Globe: Where Does It Work? Journal of Economic Perspectives, v. 16, n.
2, p. 175-195, Spring 2002.
DREYFUS, Jean-Francois; SAUNDERS, Anthony; ALLEN, Linda. Deposit
insurance and regulatory forbearance: Are caps on insured deposits
optimal? Journal of Money, Credit, and Banking, v. 26, n. 3, p. 412-437,
Aug. 1994.
FISCHER, Klaus P.; FOURNIER, Eric M. Does Corporate Governance
Matter in Deposit Insurance? DI and Moral Hazard in Joint Stock and
Mutual Financial Intermediaries. Quebec: Faculte des Sciences de
l'Administration, Universite Laval, Oct. 2002. (CIRPEE Working
Paper n. 02/06). Disponivel em SSRN:
<http://ssrn.com/abstract=350660>. Acesso em: 26 jun. 2007.
GROPP, Reint; VESALA, Jukka. Deposit insurance, moral hazard and
market monitoring. European Central Bank, Feb. 2004. 40p. (Working Paper
Series, n. 302), Disponivel em: <http://www.ecb.int or
http://ssrn.com/abstract_id=515064>. Acesso em: 15 nov. 2007.
GROSSMAN, Richard S. Deposit Insurance, Regulation, and Moral
Hazard in the Thrift Industry: Evidence from the 1930's. The
American Economic Review, v. 82, n. 4, p. 800-821, Sept. 1992.
GUJARATI, Damodar. Econometria Basica. 4. ed. Sao Paulo: Campus,
2006.
HANNAFIN, Kevin M. G.; McKILLOP, Donal G. Deposit insurance and
credit unions: an international perspective. Journal of Financial
Regulation and Compliance, v. 15, n. 1, p. 1358-1988, 2007.
HANSEN, Christian B.. Generalized least squares inference in panel
and multilevel models with serial correlation and fixed effects. Journal
of Econometrics, v. 140, p. 670-694, 2007.
HASSAN, Kabir M.; KARELS, Gordon V.; PETERSON, Manfred O. Deposit
insurance, market discipline and off-balance sheet banking risk of large
U.S. commercial banks. Journal of Banking and Finance, v. 18, n. 3, p.
575-593, 1994.
IOANNIDOU, Vasso P.; PENAS, Maria Fabiana. Deposit insurance and
bank risk-taking: Evidence from internal loan ratings. Journal of
Financial Intermediation, v. 19, n. 1, p. 95-115, Jan. 2010.
JUDGE, Gerge G.; GRIFFITHS, William E.; HILL, R. Carter; LUTKEPOHL,
Helmut. The Theory and practice of Econometrics. 2. ed. New York: Wiley,
1985.
KANE, Edward J.; HENDERSHOTT, Robert. The federal deposit insurance
fund that didn't put a bite on U.S. taxpayers. Journal of Banking
& Finance, v. 20, n. 8, p. 1305-1327, 1996.
KARELS, Gordon V.; McCLATCHEY, Christine A. Deposit insurance and
risk-taking behavior in the credit union industry. Journal of Banking
& Finance, v. 23, n. 1, p. 105-134, 1999.
KEATING, Barry P. Prescriptions for efficiency in nonprofit firms.
Applied Economics, v. 11, p. 321-332, 1979.
KEELEY, Michael C. Deposit Insurance, Risk, and Market Power in
Banking. The American Economic Review, v. 80, n. 5, p. 1183-1200, Dec.
1990.
KOPCKE, Richard W. Deposit Insurance, Capital Requirements, and
Financial Stability. Federal Reserve Bank of Boston, June 2000. (Working
Paper No. 00-3). Disponivel em SSRN: <http://ssrn.com/abstract=240005
or DOI: 10.2139/ssrn.240005>. Acesso em: 29 nov. 2007.
LEE, Wai Sing; KWOK, Chuch C. Y. Domestic and international
practice of deposit insurance: a survey. Journal of Multinational
Financial Management, v. 10, n. 1, p. 29-62, 2000.
MILHAUPT, Curtis J. Japan's Experience with Deposit Insurance
and Failing Banks: Implications for Financial Regulatory Design?
Monetary and Economic Studies, v. 17, n. 2, p. 21-46, Aug. 1999.
NAIR, A.; KLOEPPINGER-TODD, R. Reaching rural areas with financial
services: lessons from financial cooperatives in Brazil, Burkina Faso,
Kenya, and Sri Lanka. The International Bank for Reconstruction and
Development/The World Bank, 2007. Agriculture and Rural Development
Discussion Paper n. 35).
PATIN JR, Roy P.; McNIEL, Douglas W. Benefit imbalances among
credit union member groups: evidence of borrower-dominate,
saver-dominated and neutral behaviour? Applied Economics, v. 23, n. 4B,
p. 769-780, 1991.
PYLE, David H. Deregulation and deposit insurance reform. Economic
Review, Federal Reserve Bank of San Francisco, n. 2, p. 5-15, Spring
1984.
SICOOB-CREDIMINAS. Regulamento do Fundo Garantidor de Depositos do
Sistema Crediminas e Estatuto Social do Fundo Garantidor de Depositos do
Sistema Crediminas. Belo Horizonte: SICOOB CENTRAL CREDIMINAS, 2007. Nao
publicado.
SOARES, Marden Marques; MELO SOBRINHO, Abelardo Duarte de.
Microfinancas: o papel do Banco Central do Brasil e a importancia do
cooperativismo de credito. Brasilia: BCB, 2007.
TALLEY, Samuel H.; MAS, Ignacio. Deposit insurance in developing
countries. Policy Research, The World Bank, 1990. (Working Paper Series
548). Disponivel em:
<http://wwwwds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/W
DSP/IB/1990/11/01/000009265_3960930033131/
Rendered/PDF/multi_page.pdf>. Acesso em: 18 set. 2007.
WHEELOCK, David C. Deposit insurance and bank failures: New
evidence from the 1920s. Economic Inquiry, v. 30, n. , p. 530-543, July
1992.
WOCCU--World Council of Credit Unions. Deposit Insurance. Aug.
2003. Disponivel em: <http://www.woccu.org/lrac/files/Deposit_Insuran
ce_Systems.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2007.
WOOLDRIDGE, Jeffrey M. Econometric Analysis of Cross Section and
Panel Data. Cambrigde, MA: MIT Press, 2002.
WORLD BANK. Access to Financial Services in Brazil: A study led by
Anjali Kumar. Directions in Development 30858, 2005. Disponivel em:
<http://siteresources.worldbank.org/EXTINCLUS
IVEFINSYS/Resources/AccesstoFinancialServicesBrazil.pdf>.
Valeria Gama Fully Bressan Professora do Programa de Pos-Graduacao
em Contabilidade e Controladoria da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)--Belo Horizonte-Minas Gerais, Brasil Pos-Doutora pela
Universidade Federal de Vicosa (UFV) Doutora em Economia Aplicada pela
Universidade Federal de Vicosa (UFV) E-mail:
[email protected]
Marcelo Jose Braga Professor do Programa de Pos-Graduacao em
Economia Aplicada, Universidade Federal de Vicosa (UFV)--Vicosa-Minas
Gerais, Brasil Pos-Doutorado pela University of California at Davis
(UCD) Estados Unidos Doutor em Economia Rural pela Universidade Federal
de Vicosa (UFV) E-mail:
[email protected]
Moises de Andrade Resende Filho Professor do Programa de
Pos-Graduacao em Economia, Departamento de Economia da Universidade de
Brasilia (UnB)--Brasilia-Distrito Federal, Brasil Ph.D. em Economia
Aplicada pela University of Minnesota, Estados Unidos E-mail:
[email protected]
Aureliano Angel Bressan Professor do Centro de Pos-Graduacao e
Pesquisas em Administracao da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)--Belo Horizonte-Minas Gerais, Brasil Doutor em Economia Aplicada
pela Universidade Federal de Vicosa (UFV) E-mail:
[email protected]
* Os autores agradecem o financiamento do CNPq e da CAPES.
(1) As cooperativas singulares ou de primeiro grau sao aquelas
constituidas por pelo menos vinte pessoas fisicas.
(2) Para maiores detalhes sobre o Sicoob, consulte <http ://www.
sicoob. com.br/site/conteudo/sistema_sicoob/>.
(3) Para maiores detalhes sobre as atribuicoes das cooperativas
centrais de credito, como e o caso do Sicoob-Crediminas, veja a
Resolucao no 3.321 de 2005 do Banco Central do Brasil.
(4) O FGS e o sistema de seguro deposito das cooperativas de
credito filiadas ao Sistema das Cooperativas de Credito do Brasil
(Sicoob), criado em 2005.
(7) Os dados foram fornecidos pelo SicoobCrediminas e sao de
carater confidencial.
(8) Para maiores detalhes sobre o indice de Basileia, ver
www.bcb.gov.br.
(9) Optou-se por trabalhar com a variavel "tamanho",
utilizando-se variaveis dummies, pois o valor do ativo total foi
utilizado (por meio da taxa de crescimento dos ativos) como alternativa
para avaliar choques exogenos, conforme descrito na ultima linha do
Quadro 3.
(10) A metodologia e os resultados dos Indices de Dominacao das
cooperativas de credito mineiras nao sao aqui apresentados por questoes
de espaco e objetividade. Assim, o leitor interessado deve requisita
-los diretamente dos autores.
(11) Note-se que a derivada parcial do modelo (1)
[ir.sup.j.sub.it]/[dtsd.sub.it] = [[beta].sub.10][t.sub.it]. Como a
variavel tendencia apresenta apenas valores positivos, o sinal de
[[beta].sub.10] determina o efeito do periodo de transicao ate o FGD.
(12) COSIF = Plano Contabil das Instituicoes do Sistema Financeiro
Nacional.
Tabela 1: Variaveis com medias e desvios-padrao (entre parenteses)
por ano, de 1995 a 2008.
De 1995 a
2008 1995 1996 1997
[ir.sup.1.sub.it]: 1,317 1,800 1,513 1,471
Risco de Liquidez (1,100) (2,178) (1,687) (1,837)
[ir.sup.2.sub.it]: 0,045 nd nd nd
Risco de (0,061)
Inadimplencia
[ir.sup.3.sub.it]: 0,174 0,294 0,243 0,194
Adequacao do Capital (0,208) (0,550) (0,193) (0,159)
(taxa de capital)
[ir.sup.4.sub.it]: 0,290 0,262 0,443 0,352
Adequacao do Capital (0,791) (0,714) (2,756) (0,215)
(quotas-partes/total
de emprestimos)
[ir.sup.5.sub.it]: 0,483 0,582 0,715 0,578
Adequacao do Capital (0,724) (0,333) (2,522) (0,283)
(patrimonio liquido/
total dos
emprestimos)
[ir.sup.6.sub.it]: 24,618 nd nd nd
Adequacao do Capital (25,151)
(indice de Basileia)
idadeit 11,621 5,418 6,408 7,408
(5,212) (3,496) (3,502) (3,502)
Yit (Taxa de 0,040 0,095 0,182 0,023
Crescimento (1,154) (0,787 (4,137) (0,102)
do Ativo)
Yit (Taxa de 0,034 0,075 0,122 0,034
Crescimento (0,674) (0,304) (2,429) (0,115)
do Emprestimo)
1998 1999 2000 2001
[ir.sup.1.sub.it]: 1,293 1,128 1,282 1,268
Risco de Liquidez (0,954) (0,729) (0,882) (0,699)
[ir.sup.2.sub.it]: Nd nd 0,067 0,050
Risco de (0,128) (0,048)
Inadimplencia
[ir.sup.3.sub.it]: 0,174 0,156 0,146 0,152
Adequacao do Capital (0,172) (0,132) (0,208) (0,119)
(taxa de capital)
[ir.sup.4.sub.it]: 0,344 0,362 0,325 0,304
Adequacao do Capital (0,191) (0,206) (0,158) (0,137)
(quotas-partes/total
de emprestimos)
[ir.sup.5.sub.it]: 0,551 0,547 0,489 0,476
Adequacao do Capital (0,258) (0,251) (0,258) (0,167)
(patrimonio liquido/
total dos
emprestimos)
[ir.sup.6.sub.it]: Nd Nd Nd 2,302
Adequacao do Capital (8,093)
(indice de Basileia)
idadeit 8,408 9,408 10,410 11,411
(3,502) (3,502) (3,502) (3,502)
Yit (Taxa de 0,022 0,038 0,016 0,013
Crescimento (0,093) (0,118 (0,084) (0,070)
do Ativo)
Yit (Taxa de 0,024 0,030 0,021 0,012
Crescimento (0,098) (0,111) (0,092) (0,073)
do Emprestimo)
2002 2003 2004 2005
[ir.sup.1.sub.it]: 1,314 1,326 1,169 1,155
Risco de Liquidez (0,721) (0,748) (0,527) (0,518)
[ir.sup.2.sub.it]: 0,050 0,047 0,048 0,038
Risco de (0,054) (0,061) (0,067) (0,038)
Inadimplencia
[ir.sup.3.sub.it]: 0,141 0,141 0,141 0,157
Adequacao do Capital (0,119) (0,123) (0,177) (0,100)
(taxa de capital)
[ir.sup.4.sub.it]: 0,270 0,254 0,248 0,229
Adequacao do Capital (0,111) (0,115) (0,109) (0,095)
(quotas-partes/total
de emprestimos)
[ir.sup.5.sub.it]: 0,426 0,409 0,404 0,396
Adequacao do Capital (0,145) (0,150) (0,150) (0,142)
(patrimonio liquido/
total dos
emprestimos)
[ir.sup.6.sub.it]: 24,256 26,652 30,862 30,128
Adequacao do Capital (7,607) (8,394) (13,630) (9,248)
(indice de Basileia)
idadeit 12,411 13,411 14,413 15,413
(3,502) (3,502) (3,502) (3,502)
Yit (Taxa de 0,030 0,021 0,021 0,019
Crescimento (0,097) (0,065) (0,071) (0,067)
do Ativo)
Yit (Taxa de 0,026 0,023 0,017 0,026
Crescimento (0,081) (0,070) (0,067) (0,070)
do Emprestimo)
2006 2007 2008
[ir.sup.1.sub.it]: 1,264 1,220 1,145
Risco de Liquidez (0,542) (0,485) (0,449)
[ir.sup.2.sub.it]: 0,035 0,034 0,032
Risco de (0,032) (0,028) (0,023)
Inadimplencia
[ir.sup.3.sub.it]: 0,167 0,165 0,165
Adequacao do Capital (0,096) (0,084) (0,088)
(taxa de capital)
[ir.sup.4.sub.it]: 0,212 0,205 0,204
Adequacao do Capital (0,090) (0,085) (0,091)
(quotas-partes/total
de emprestimos)
[ir.sup.5.sub.it]: 0,383 0,370 0,364
Adequacao do Capital (0,147) (0,127) (0,124)
(patrimonio liquido/
total dos
emprestimos)
[ir.sup.6.sub.it]: 30,639 26,921 25,970
Adequacao do Capital (59,230) (8,764) (8,702)
(indice de Basileia)
idadeit 16,413 17,413 18,123
(3,502) (3,502) (3,495)
Yit (Taxa de 0,028 0,025 0,013
Crescimento (0,072) (0,061) (0,050)
do Ativo)
Yit (Taxa de 0,026 0,023 0,012
Crescimento (0,063) (0,055) (0,048)
do Emprestimo)
Obs.: nd denota dados nao disponiveis.
Tabela 2: Estimativas FGLS do modelo (1) com efeitos fixos para
as cooperativas de credito filiadas ao Sicoob-Crediminas,
no periodo de janeiro de 1995 a maio de 2008
Variavel Variavel Dependente
Explicativa [ir.sup.1.sub.it] [ir.sup.2.sub.it]
[dtamm.sub.it] -0,0703 *** -0,0011 *
(0,0092) (0,0006)
[dtamg.sub.it] -0,1238 *** -0,0009
(0,0136) (0,0007)
[idade.sub.it] -0,0161 *** 0,0160
(0,0045) (0,0213)
[ddomi.sub.it] 0,0260 *** -0,0011 *
(0,0068) (0,0006)
[t.sub.it] 0,0029 *** -0,0012
(0,0007) (0,0017)
[dpsd.sub.it] -0,3441 *** 0,0054
(0,1213) (0,0033)
[dpsd.sub.it] 0,0005 -5,6E-05 *
* [t.sub.it] (0,0012) (3,04E-05)
[Y.sub.it-1] -0,0055 *** -0,0013 **
(AT) ou (ET) (0,0013)(AT) (0,0006)(ET)
[Y.sub.it] -0,0113 *** -0,0047***
(AT) ou (ET) (0,0018)(AT) (0,0006)(et)
[dtsd.sub.it] -0,0021*** Retirada [??]
* [t.sub.it] (0,0003)
Constante 1,1646 *** -0,0935
(0,0375) (0,1401)
N de
observa- 11.363 7.047
coes
N de 72 72
Grupos
NB minimo
de obs. por 131 92
Grupo
[Wald.sup.2] = (80)= (80)=
257,29 2817,88
[Prob>.sup.2] = 0,000 0,000
Variavel Variavel Dependente
Explicativa [ir.sup.3.sub.it] [ir.sup.4.sub.it]
[dtamm.sub.it] -0,0042 -0,0235 ***
(0,0026) (0,0023)
[dtamg.sub.it] -0,0079 ** -0,0527 ***
(0,0036) (0,0031)
[idade.sub.it] 1,0695 *** -0,2372
(0,1695) (0,1607)
[ddomi.sub.it] 0,0371 *** -0,0179 ***
(0,0017) (0,0016)
[t.sub.it] -0,0909 *** 0,0204
(0,0141) (0,0134)
[dpsd.sub.it] -0,1278 *** 0,0660 ***
(0,0190) (0,0121)
[dpsd.sub.it] 0,0022 *** -0,0011 ***
* [t.sub.it] (0,0002) (0,0001)
[Y.sub.it-1] -0,0020 *** 0,0180 ***
(AT) ou (ET) (0,0005)(AT) (0,0019)(AT)
[Y.sub.it] 0,0081 *** 0,0051 *
(AT) ou (ET) (0,0007)(AT) (0,0031)(AT)
[dtsd.sub.it] 0,0008 *** -0,0004 ***
* [t.sub.it] (0,0000) (0,0000)
Constante -6,6973 1,9495
(1,1131) (1,0554)
N de
observa- 11.352 11.363
coes
N de 72 72
Grupos
NB minimo
de obs. por 3 131
Grupo
[Wald.sup.2] = (81)= (81)=
2798,85 13862,47
[Prob>.sup.2] = 0,000 0,000
Variavel Variavel Dependente
Explicativa [ir.sup.5.sub.it] [ir.sup.6.sub.it]
[dtamm.sub.it] 0,0035 *** 1,8311 ***
(0,0035) (0,7152)
[dtamg.sub.it] -0,0327 *** 1,2048
(0,0051) (0,7965)
[idade.sub.it] 0,3024 -8,1226
(0,2436) (44,0371)
[ddomi.sub.it] 0,0067 ** 3,2863 ***
(0,0026) (0,3687)
[t.sub.it] -0,0273 0,5989
(0,0203) (3,6710)
[dpsd.sub.it] -0,1234 *** 98,5910 ***
(0,0221) (1,4905)
[dpsd.sub.it] 0,0016 *** Retirada [??]
* [t.sub.it] (0,0002)
[Y.sub.it-1] 0,0079 *** 1,3164
(AT) ou (ET) (0,0022)(AT) (1,1733)(AT)
[Y.sub.it] 0,0118 *** 1,3046
(AT) ou (ET) (0,0045)(AT) (1,2060)(AT)
[dtsd.sub.it] 0,004 *** 0,9343 ***
* [t.sub.it] (0,0001) (0,0144)
Constante -1,1798 -6,0797
(1,5996) (189,4217)
N de
observa- 11.363 6.408
coes
N de 72 72
Grupos
NB minimo
de obs. por 131 89
Grupo
[Wald.sup.2] = (81)= (80)=
7795,85 12864,98
[Prob>.sup.2] = 0,000 0,000
[ir.sup.1.sub.it]: Risco de Liquidez ou indice emprestimos/depositos =
total dos emprestimos/total dos depositos; Obs.:
[ir.sup.2.sub.it]: Risco de Inadimplencia ou taxa de inadimplencia =
provisao para liquidacao duvidosa sob operacoes de credito/carteira
classificada total;
[ir.sup.3.sub.it]: Adequacao do capital (taxa de capital) =
(sobras indivisiveis + reservas)/total dos emprestimos;
[ir.sup.4.sub.it]: Adequacao do capital = quotas-partes/emprestimos;
[ir.sup.5.sub.it]: Adequacao do capital = patrimonio liquido/total
dos emprestimos;
[ir.sup.6.sub.it]: Adequacao do capital = Indice de Basileia;
[Y.sub.it] (AT) denota a taxa de crescimento dos ativos (AT);
[Y.sub.it] (ET) denota a taxa de crescimento dos emprestimos (ET);
*** denota significante a 1%; ** denota significante a 5%; *
denota significante a 10%
[??] Estas variaveis geravam colineariedade perfeita e, por isso,
foram retiradas para a estimacao do modelo FGLS.
Quadro 1: Resumo das caracteristicas do FGD do Sicoob-Crediminas
Caracteristicas FGD
Seguro deposito Explicito
Ano da legalizacao/revisao 1999/2003 (5)
Cobertura de deposito em Nao
moeda no exterior
Limite de cobertura R$ 60.000,00 (6)
Existencia de cosseguro Sim (com o FGS)
Pagamento por depositante Sim
Sistema e permanentemente Sim
financiado
Contribuicao das cooperativas
participantes: 0,3% sobre a media mensal
Contribuicao fixa registrada na rubrica contabil de
adiantamento a depositantes. 0,1% sobre
a media mensal registrada na rubrica
contabil dos demais emprestimos das
cooperativas participantes.
Premio ajustado ao risco Nao
Associacao compulsoria Sim
Fonte dos fundos Contribuicao das singulares
associadas (Privado)
Administracao Conselho de Administracao formado por
Membros do Conselho de Administracao do
Sicoob Central Crediminas (Privado)
Fonte: Adaptado do Sicoob-Crediminas (2007).
Quadro 2: Estudos que avaliaram o impacto do seguro-deposito sobre
o comportamento de risco das instituicoes financeiras
Autores Analisam/
Metodos utilizados
Keeley (1990); Brewer III e Bancos/
Mondschean (1994); Dreyfus, Regressao Cross-Section e
Saunders e Allen (1994); Serie temporal Pooled; modelo de
Hassan, Karels e Peterson otimizacao; Regressao Cross-Section
(1994); Kopcke (2000); e Serie temporal Pooled utilizando
Milhaupt (1999); Brewer III o metodo de minimos quadrados
(1995); Carr, Mathemsson e generalizados; analise teorica
Quigley (1995) qualitativa; analise teorica
descritiva.
Wheelock e Wilson (1994 Bancos/
apud Gropp e Vesala, 2004); Modelo de Regressao linear e
Alston, Grove e Wheelock Modelo de Regressao Log-Lin.
(1994)
Grossman (1992), Wheelock Bancos/
(1992); Thies e Gerlowski Regressao por Minimos Quadrados
(1989 apud Gropp e Vesala, Ordinarios (MQO) com dados
2004) pooled, Probit, Regressao por
MQO em dois estagios com dados
pooled.
Demirguc-Kunt e Bancos/
Detragiache (2002) Probit, Logit, Logit em dois
estagios, Modelo de probabilidade
linear em dois estagios.
Gropp e Vesala Bancos/
(2004) Modelo de regressao com dados
painel utilizando efeitos fixos.
Ioannidou e Penas Bancos/
(2010) Regressao por MQO e Probit.
Chu (2011) Bancos/
Analise de tabela de
contingencias.
Black e Dugger Cooperativas de credito/
(1981) Analise teorica e qualitativa.
Clair (1984) Cooperativas de credito/
Modelo de Regressao Linear.
Kane e Hendershott Cooperativas de credito/
(1996) Modelo de regressao
logistica e Modelo de
Regressao por MQO.
Karels e McClatchey Cooperativas de credito/
(1999) Modelo de series temporais
AR1 e Modelo de Regressao
Linear estimado por MQO.
Fischer e Fournier Cooperativas de credito/
(2002) Modelo economico e matematico
com aplicacao de simulacao.
Hannafin e McKillop Cooperativas de credito/
(2007) Analise descritiva e qualitativa.
Autores Resultados
Keeley (1990); Brewer III e Constataram que a presenca do
Mondschean (1994); Dreyfus, seguro-deposito encoraja os
Saunders e Allen (1994); acionistas dos bancos a adotar
Hassan, Karels e Peterson politicas mais arriscadas.
(1994); Kopcke (2000);
Milhaupt (1999); Brewer III
(1995); Carr, Mathemsson e
Quigley (1995)
Wheelock e Wilson (1994 Nao encontraram relacao entre
apud Gropp e Vesala, 2004); as taxas de falencia nos EUA
Alston, Grove e Wheelock e o seguro-deposito.
(1994)
Grossman (1992), Wheelock Encontraram relacao positiva e
(1992); Thies e Gerlowski significativa entre o seguro-
(1989 apud Gropp e Vesala, deposito e o comportamento
2004) pro-risco nos bancos.
Demirguc-Kunt e Constataram que o seguro-
Detragiache (2002) deposito aumenta
significativamente a
probabilidade de crises
bancarias.
Gropp e Vesala Averiguaram que nos bancos
(2004) europeus o seguro-deposito
explicito reduziu
significativamente o
problema do risco moral.
Ioannidou e Penas Inferiram que, no periodo pos-
(2010) seguro-deposito, os bancos
bolivianos estao mais
propensos a iniciar
emprestimos mais arriscados.
Chu (2011) Verificaram que, em 52 paises,
ao longo do periodo 1996-2007,
quanto maior a cobertura do
seguro-deposito, mais grave e
a crise bancaria e que esta
maior cobertura tende a
agravar o problema de risco
moral associado ao
seguro-deposito.
Black e Dugger Constataram aumento do
(1981) comportamento pro-risco apos
a instauracao do seguro-
deposito nas cooperativas de
credito americanas.
Clair (1984) Concluiram que aumentou o
comportamento de risco apos a
introducao do seguro-deposito
nas cooperativas de credito
americanas.
Kane e Hendershott Encontraram pouco suporte
(1996) para o risco moral quando
estimaram a solvencia das
cooperativas de credito
americanas.
Karels e McClatchey Nao verificaram evidencias de
(1999) que o seguro-deposito aumenta
o comportamento pro-risco nas
cooperativas de credito
americanas.
Fischer e Fournier Certificaram, via simulacoes,
(2002) que a introducao do seguro-
deposito aumenta o nivel de
risco nas cooperativas de
credito, porem em menor
intensidade, comparativamente
ao aumento de risco do sistema
bancario.
Hannafin e McKillop Nao verificaram aumento do
(2007) risco nas cooperativas de
credito irlandesas apos a
introducao do seguro deposito.
Fonte: Adaptado pelos autores com base nos trabalhos citados
no quadro.
Quadro 3: Descricao das variaveis do modelo econometrico (1)
Variavel Descricao
[ir.sup.j.sub.it] Denota o j-esimo indicador de risco utilizado
como variavel dependente, tal que se:
j = 1, o indicador de risco e a variavel
Risco de Liquidez, mensurada pelo Indice
Emprestimos/Depositos = total dos emprestimos
sobre o total dos depositos;
j = 2, o indicador de risco e a variavel
Risco de Inadimplencia, mensurada pela Taxa
de Inadimplencia = provisao para liquidacao
duvidosa sob operacaes de credito sobre a
carteira classificada total. Foram utilizadas
quatro maneiras alternativas de calcular a
Adequacao do Capital como indicador de risco,
tal que se:
j = 3, o indicador de risco e a Taxa de
Capital = soma das sobras indivisiveis e
reservas sobre o total dos emprestimos;
j = 4, o indicador de risco sao quotas-
partes sobre o total de emprestimos;
j = 5, o indicador de risco e o patrimonio
liquido sobre o total dos emprestimos;
j = 6, o indicador de risco e o Indice de
Basileia (8).
[dtamm.sub.it] e Denotam as variaveis dummy para o tamanho da
[dtamg.sub.it. cooperativa, tal que:
sup.9] [dtamm.sub.it] recebe o valor 1 quando o
ativo total da cooperativa de credito esta
dentro da faixa de 33% a 66% do ativo total
da amostra; caso contrario, recebera
o valor 0.
dtamg recebe o valor 1 quando o ativo total
da cooperativa de credito e superior a 66%
do ativo total da amostra; caso contrario,
recebera valor 0.
[idade.sub.it] Corresponde ao tempo de existencia da
cooperativa em anos.
[ddomi.sub.it] Variavel dummy para o indice de dominacao,
tal que:
[ddomi.sub.it] recebe o valor 1 se a
cooperativa e dominada por membros tomadores
de recursos; se a cooperativa e dominada por
membros aplicadores ou poupadores, recebe o
valor 0. Essa classificacao das cooperativas
foi realizada com base na metodologia
proposta por Patin e McNiel (1991) (10).
[t.sub.it] Variavel tendencia.
[dpsd.sub.it] e Variaveis dummy para os periodos de
[dtsd.sub.it] transicao (dtsd) e pos-instauracao (dpsd) do
FGD do Sicoob-Crediminas, tal que:
[dtsd.sub.it] recebe o valor 1 para o
periodo entre janeiro de 1999 e dezembro de
2003; caso contrario, recebera o valor zero.
[dpsd.sub.it] recebe o valor 1 para o
periodo entre janeiro de 2004 e maio de 2008;
caso contrario, recebera o valor zero.
[Y.sub.it] e Taxa de Crescimento do Ativo = (ativo
[Y.sub.it-1] [total.sub.t]--ativo [total.sub.t-1])/ativo
[total.sub.t-1] para a regressao referente
ao indicador Risco de Liquidez (j = 1) e
para as regressoes com indicadores de
Adequacao do Capital (j = 3, ...,6).
Taxa de Crescimento do Emprestimo = (total
dos emprestimos--total dos [emprestimos.
sub.t-1])/total dos [emprestimos.sub.t-1]
para a regressao com o indicador Risco de
Inadimplencia (j = 2), como adotado por
Clair (1984).
Variavel Relacao Esperada
[ir.sup.j.sub.it] Maiores indicadores de Risco de Liquidez e
Risco de Inadimplencia indicam aumento de
risco; e menores indicadores de Adequacao
do Capital indicam reducao de risco.
[dtamm.sub.it] e Karels e McClatchey (1999) sugerem que o
[dtamg.sub.it. tamanho da cooperativa de credito reflete
a experiencia de seus gestores. Assim,
sup.9] quanto maior for a cooperativa mais
sofisticado sera seu gerenciamento, o que
a torna capaz de operar com menor
liquidez e capital do que outra
instituicao similar de menor tamanho.
[idade.sub.it] Melvin, Davis e Fischer (1977 apud CLAIR,
1984) sugerem que a idade da cooperativa
de credito pode ser usada para precificar
o premio do seguro ao risco, pois a
cooperativas de credito recem-criadas
fracassarem e aproximadamente de 40%, mas
declina com o tempo, e e praticamente zero
depois de 16 anos de operacao. Dessa
forma, espera-se que cooperativas mais
antigas assumam menor risco.
Contudo, Karels e McClatchey (1999)
acreditam que a idade deva ter uma relacao
negativa nos modelos em que a variavel
dependente e um indicador de Adequacao do
Capital. Dada a sua natureza, as
cooperativas de credito podem aumentar
seu capital via incremento das reservas.
Assim, cooperativas mais antigas teriam
um provavel aumento da base de capital, o
que propiciaria um comportamento de maior
risco.
[ddomi.sub.it] De acordo com Fischer e Fournier (2002),
cooperativas dominadas por tomadores
tendem a operar com maior nivel de risco.
Dessa forma, se o seu coeficiente for
significativo, espera-se sinal positivo
para os modelos com Risco de Liquidez e
Risco de Inadimplencia e sinal negativo
para os indicadores de
Adequacao do Capital.
[t.sub.it] Nao ha sinal esperado.
[dpsd.sub.it] e O cumprimento de altos padroes financeiros
[dtsd.sub.it] durante o periodo de transicao teria dois
efeitos:
a melhoria da condicao financeira das
cooperativas, o que implica
[[beta].sub.10] positivo nas regressoes
com Adequacao do Capital e [[beta].sub.10]
negativo nas regressoes com Risco de
Inadimplencia e Risco de Liquidez (11);
as cooperativas de credito iniciarao o
periodo sob seguro-deposito em condicoes
financeiras melhores que as do periodo
anterior. Assim, espera-se que o
coeficiente [[beta].sub.6] seja positivo
nas regressoes com Adequacao do Capital e
negativo nas regressoes com Risco de
Inadimplencia e Risco de Liquidez
(CLAIR, 1984).
a rejeicao da hipotese de nao inducao
do problema de risco moral implica que se
encontrara um [[beta].sub.7]
estatisticamente significativo com sinal
negativo nas regressoes com Adequacao do
Capital e sinal positivo nas regressoes
com Risco de Inadimplencia e Risco de
Liquidez, o que indicaria haver um aumento
progressivo no comportamento pro-risco
apos a instauracao do seguro-deposito
(CLAIR, 1984).
[Y.sub.it] e Estas variaveis irao captar choques
[Y.sub.it-1] exogenos e movimentos ciclicos nos
indicadores de risco (CLAIR, 1984). Na
regressao com indices de Adequacao do
Capital, espera-se que [[beta].sub.9]
seja negativo (CLAIR, 1984). Como
[Y.sub.t] e a taxa de crescimento do
ativo, um choque exogeno que aumente o
ativo provavelmente ocorrera a custa da
reducao na taxa de capital, ou seja, da
reducao nas sobras indivisiveis e
reservas, e/ou aumento dos emprestimos. O
intervalo de tempo entre o crescimento do
ativo e o crescimento do capital provoca
declinio na "adequacao do capital", por
isso espera-se que [[beta].sub.9]
seja negativo.
Na regressao com o Risco de Inadimplencia,
espera-se que o [[beta].sub.9] seja
negativo, pois Y, e o crescimento dos
emprestimos. Dessa forma, um choque
exogeno que aumentasse o crescimento dos
emprestimos aumentaria o denominador da
Taxa de Inadimplencia. Alem disso,
condicoes economicas que encorajam o
crescimento dos emprestimos, como o
aumento do emprego e o crescimento da
renda, sao tambem condicoes que tornam os
consumidores menos propensos a deixar seus
pagamentos em atraso. Consequentemente, e
provavel que o numerador da Taxa de
Inadimplencia aumente. Positivos
crescimentos de emprestimos seriam
associados com o declinio da Taxa de
Inadimplencia (CLAIR, 1984).
Nao ha expectativa a priori sobre o sinal
de [[beta].sub.9] na regressao com a razao
emprestimos/depositos. Neste caso, Y e o
crescimento do ativo, o que torna
impossivel determinar se o crescimento do
ativo total seria devido ao crescimento
dos emprestimos ou dos depositos, ou de
ambos (CLAIR, 1984).
Fonte: Elaborado pelos autores.