Stress at work: a challenge for managers of Brazilian organizations/Estresse no trabalho: um desafio para os gestores das organizacoes Brasileiras/Estres en el trabajo: un desafio para los gestores de las organizaciones Brasilenas.
Pereira, Luciano Zille ; Braga, Clarissa Daguer ; Marques, Antonio Luiz 等
1. INTRODUCAO
A velocidade e a frequencia com que as mudancas vem ocorrendo no
ambiente organizacional tem sido uma importante caracteristica do mundo
atual dos negocios. Isso ocorre, principalmente, em decorrencia de
transformacoes de ordem economica, politica, social e tecnologica,
implicando para as pessoas e organizacoes a necessidade permanente de
desenvolvimento e adaptacao, para antecipar novas demandas (CANDIDO;
ABREU, 2002).
Na realidade brasileira, os gerentes comecaram a enfrentar,
principalmente a partir da decada de 90, situacoes ambiguas, em razao
dos processos de reestruturacao pelos quais passou grande parte das
organizacoes, tendo em vista as exigencias do novo sistema capitalista
em construcao. Nesse processo de transformacao, o contexto passa a ser
marcado por competicao intensificada, desregulamentacao dos mercados,
desenvolvimento de novas tecnologias de informacao e producao, novas
politicas organizacionais e legislacoes governamentais.
Em funcao dessas transformacoes, impoe-se um novo estilo na gestao
dos negocios bem diverso daquele que marcou a economia brasileira nos
anos anteriores. Mudancas organizacionais acontecem a todo o momento, em
grande parte sob a egide dos gestores, que passaram a lidar com tensoes
intensificadas e constantes no ambiente de trabalho, as quais provocam
quadros de estresse ocupacional, entendido aqui como o estresse
decorrente das relacoes que o individuo estabelece com seu ambiente
ocupacional (ZILLE, L. P., 2011; ZILLE, L. P.; BRAGA; ZILLE, G. P.,
2011).
Em face desse novo momento que se apresenta para os ocupantes de
funcoes gerenciais, torna-se cada vez mais irrefutavel a relevancia de
aprofundar estudos sobre esta categoria de trabalhadores, considerando a
pressao que o trabalho lhes impoe e suas implicacoes sobre o
desencadeamento do fenomeno do estresse ocupacional.
Tendo em conta as mudancas significativas por que passam as
organizacoes, e seus consequentes impactos no trabalho dos gestores, o
objetivo geral deste trabalho foi identificar os niveis de estresse, as
principais fontes de tensao excessiva no trabalho e os indicadores de
impacto na produtividade desses profissionais.
Esse objetivo foi atingido a partir de um estudo descritivo, por
meio de survey. A coleta de dados foi realizada com uso do questionario
aderente ao Modelo Teorico de Explicacao do Estresse Ocupacional em
Gerentes--MTEG (ZILLE, 2005) e os dados foram tratados estatisticamente
a partir da utilizacao dos softwares Excell e PASW --Predictive
Analytics Software--Statistics 18, Versao 18.0.0 (MALHOTRA, 2001; HAIR,
2005).
O estudo, realizado em 2011 com os 637 gestores pesquisados,
apontou que 75,7% deles apresentaram manifestacoes de Estresse
Ocupacional em niveis que variaram de leve a moderado e intenso. As
fontes de tensao no trabalho que mais explicaram esses niveis de
estresse foram: ter o dia muito tomado com uma serie de compromissos de
trabalho assumidos, com pouco ou nenhum tempo livre, e nao conseguir se
desligar dos contextos relacionados ao trabalho, mesmo fora deles. Em
relacao aos indicadores de impacto na produtividade, os mais
significativos foram: a dificuldade de lembrar fatos recentes
relacionados ao trabalho, o que anteriormente era facilmente lembrado,
dificuldade na tomada de decisoes e fuga das responsabilidades de
trabalho, que anteriormente eram assumidas de forma natural.
Esses resultados abrem espaco para o aprofundamento de pesquisas
sobre o tema em referencia, fornecendo dados importantes para analises e
comparacoes em relacao as pesquisas nacionais e internacionais.
Para contextualizar as transformacoes que vem ocorrendo no ambiente
organizacional, e importante compreender o estresse ocupacional, suas
abordagens conceituais e as pesquisas relacionadas ao tema, para que se
possam analisar os niveis de estresse, as principais fontes de tensao
excessiva no trabalho e os indicadores de impacto na produtividade. Em
seguida, sao apresentados os procedimentos metodologicos, os resultados
e, a guisa de conclusao, consideracoes que puderam ser inferidas da
pesquisa.
2. ESTRESSE OCUPACIONAL
Stress e uma palavra derivada do latim. Durante o seculo XVII
ganhou conotacao de adversidade ou aflicao. No final do seculo seguinte,
seu uso evoluiu para expressar forca, pressao ou esforco. O conceito de
stress nao e novo, mas foi apenas no inicio do seculo XX que estudiosos
das ciencias biologicas e sociais iniciaram a investigacao de seus
efeitos na saude fisica e mental dos individuos. Desde entao, o stress
passou a ser visto como um estado do organismo apos o esforco de
adaptacao que pode produzir deformacao na capacidade de resposta do
comportamento mental e afetivo para com as pessoas (NASCIMENTO et al,
1998). Para fins deste trabalho, o termo stress, em ingles, sera grafado
em portugues: estresse.
Selye (1956) considerou o estresse como a resposta inesperada do
corpo a qualquer estimulo que seja solicitado, correspondendo a
situacoes as quais o organismo deve se adaptar.
Somando-se ao trabalho de Selye (1956), na decada de 1970, Albrecht
(1979:113) definiu o estresse como "o conjunto de condicoes
bioquimicas do corpo humano, refletindo a tentativa do corpo de fazer o
ajuste as exigencias do meio." Assim, na visao desse autor, o
estresse nao e tratado como uma doenca, mas sim como uma condicao de
descontrole da funcao fisiologica normal do corpo humano. Na mesma
direcao, Couto (1987:38), Admas (1980), Cooper et al. (1988), Levi
(2005), Maslach (2005) e Zille (2005) consideram o estresse como um
estado em que ocorre um desgaste anormal do organismo humano e/ou uma
reducao da capacidade de trabalho, ocasionados, basicamente, por uma
desproporcao prolongada entre o grau de tensao a que o individuo esta
exposto e sua capacidade de suporta-lo. Nesse sentido, o estresse pode
estar presente em todos os ambientes e niveis sociais, independentemente
de variaveis como sexo, idade e ocupacao.
A reestruturacao do trabalho e do emprego, nas ultimas decadas, tem
levado pesquisadores como Cahill e Schnall (1999) e Quinlan, Mayhew e
Bohle (2001) a argumentar que esses eventos podem produzir estresse e,
como consequencia, doencas fisicas e psicossomaticas nos trabalhadores.
Situacoes como o aumento da jornada de trabalho, comum na funcao
gerencial, apontam para preocupacoes com a intensificacao e sobrecarga
de trabalho. O enxugamento e as praticas de emprego temporario podem
prejudicar a capacidade dos trabalhadores e das organizacoes de acumular
e reter o conhecimento sobre seguranca, e desencorajam o relato de
riscos de acidentes ou a utilizacao dos servicos de saude por parte dos
trabalhadores, pelo medo de perda do emprego.
De acordo com Zille (2005:61),
[...] as sociedades estao passando por um
processo de intensificacao do ritmo em que as
mudancas acontecem. Aliado a essa conjuntura
verifica-se uma deterioracao da qualidade de
vida dos individuos. Dessa forma, o estresse
apresenta-se como um estado importante, que
vem atingindo as pessoas de uma forma geral.
Cada periodo da historia contribui de maneira
positiva para o desenvolvimento global, mas
cobra um preco por esse beneficio, sendo o
estresse um dos precos mais habituais da atual
epoca de turbulencia sociocultural por que passa
a humanidade.
Rifkin (1995) destaca que milhares de trabalhadores estao perdendo
seus postos de trabalho, em razao da substituicao do trabalho humano
pelas chamadas tecnologias inteligentes, que vem sendo desenvolvidas em
larga escala em todo o mundo. Para esse autor, o novo mundo do trabalho
esta deixando os individuos alienados, vitimas de um acentuado estresse
proveniente de pressoes decorrentes de um ambiente de trabalho de alta
tecnologia e crescente inseguranca.
Nesse cenario, o estresse no trabalho fica cada vez mais evidente e
recebe cada vez mais destaque, podendo ser entendido, de acordo com
Brief, Schuler e Sell (1981), como uma condicao que surge a partir da
interacao dos individuos com seu trabalho, e ser desencadeado pelas
mudancas que acontecem com as pessoas quando sao "forcadas" a
se desviar de suas funcoes naturais. Essas mudancas acontecem quando o
corpo e a mente das pessoas estao em estado de equilibrio e ocorre um
evento diferente relacionado ao trabalho que interrompe esse estado, ou
seja, que quebra a homeostase.
Para Adams (1981), Couto (1987), Cooper et al. (1988), Karasek e
Torres (1996), Karasek (1998), Levi (2003, 2005) e Zille (2005), o
estresse intenso ou muito intenso gera varios impactos no individuo,
como, por exemplo, mudancas nos habitos alimentares; mudancas no consumo
de alcool e cigarro; dores, mal-estar e problemas de estomago; agitacao
nervosa, ansiedade, insonia, dificuldade de se concentrar; preocupacao
excessiva; sentir-se tenso, ansioso, irritado, fadigado e nervoso;
sentir-se confuso, prostrado, vencido, depressivo e irritavel.
O estresse intenso e muito intenso afetam tambem varios
comportamentos e atitudes no trabalho, como, por exemplo, o absenteismo,
atrasos no comparecimento ao trabalho, falta de atencao na realizacao
das tarefas, atitudes negativas, resistencia a mudancas, baixo nivel de
cooperacao e hostilidade. Portanto, os gerentes precisam estar atentos
aos sinais de estresse neles proprios e nos trabalhadores de sua area de
responsabilidade (ADAMS, 1981).
As principais fontes de estresse entre gerentes do mundo moderno
estao associadas aos processos de reestruturacao organizacional
decorrentes da globalizacao (ISMA, 2008). Os gerentes, em particular,
pela natureza de seu papel, estao expostos a fatores intrinsecos e
extrinsecos, tais como ritmo, natureza e conteudo do trabalho,
relacionamento interpessoal, carreira e realizacao, estrutura e clima
organizacional, e interface casa/trabalho, que se revelam como fontes de
pressao no trabalho. Estas, por sua vez, geram tensoes e podem ser
responsaveis por quadros de estresse ocupacional (COOPER et al. 1988).
Para entender o fenomeno do estresse ocupacional, e importante
entender suas abordagens conceituais. As abordagens bioquimica,
psicologica e sociologica, que podem ser consideradas complementares e
interligadas, sao os principais marcos conceituais que direcionam os
estudos do estresse. A abordagem bioquimica, ou seja, a abordagem da
fisiologia do estresse, surgiu nas decadas de 1930 a 1950, liderada
pelos estudos de Selye (1936, 1956). A abordagem psicologica, que se
relaciona com este estudo, centra-se na influencia da percepcao no
comportamento do individuo, tendo como consequencia as manifestacoes de
estresse (COOPER et al., 1988). Por fim, a abordagem sociologica, que
esta relacionada com a compreensao das relacoes entre variaveis da
sociedade e o estresse ocupacional (LEVI, 2003, 2005).
Mais recentemente, Zille (2005) desenvolveu um Modelo Teorico de
Explicacao do Estresse Ocupacional em Gerentes--MTEG, tendo como
referencia os estudos de Cooper et al. (1988), Chanlat (1996), Karasek
(1998) e Levi (2003). De acordo com o autor, a manifestacao do estresse
esta relacionada ao desequilibrio acentuado entre, os niveis de tensao a
que o individuo esta submetido e a sua capacidade psiquica de suportalo.
O modelo referido, o qual e composto de cinco constructos de primeira
ordem (fontes de tensao no trabalho, fontes de tensao do individuo e do
papel gerencial, mecanismos de regulacao, sintomas de estresse e
indicadores de impactos na produtividade), foi utilizado neste estudo.
Cada constructo de primeira ordem e explicado pelos constructos de
segunda ordem, que por sua vez estao relacionados aos seus respectivos
indicadores, os quais compoem o questionario aderente ao MTEG aplicado
aos sujeitos da pesquisa.
Como desdobramento do modelo teorico (MTEG), as fontes de tensao no
trabalho sao explicadas por tres constructos de segunda ordem, que sao:
processos de trabalho, relacoes no trabalho, inseguranca na relacao de
trabalho e convivencia com individuos de personalidade dificil. O
constructo fontes de tensao do individuo e do papel gerencial, por sua
vez, e explicado por responsabilidades acima dos limites, estilo e
qualidade de vida, aspectos especificos do trabalho do gerente e
desmotivacao. Ja o constructo mecanismos de regulacao e explicado por
interacao e prazos, descanso regular e experiencia no trabalho, e
atividade fisica. O constructo sintomas de estresse e explicado pelos
constructos de segunda ordem sintomas de hiper excitabilidade e senso de
humor; sintomas psiquicos, sintomas do sistema nervoso simpatico e
gastricos; e sintomas de aumento do tonus, tontura/vertigem, falta ou
excesso de apetite e relaxamento.
Por fim, o constructo indicadores de impactos na produtividade e
explicado pelos indicadores: dificuldade de lembrar fatos recentes
relacionados ao trabalho, o que anteriormente eram facilmente lembrado;
dificuldade na tomada de decisoes; fuga das responsabilidades de
trabalho, que anteriormente eram assumidas de forma natural; desejo de
trocar de emprego com frequencia; desmotivacao para o trabalho; perder o
controle sobre os eventos da vida (trabalho, familia, relacionamentos,
entre outros); excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais, no
trabalho ou fora dele; dificuldade de concentracao; diminuicao da
eficacia no trabalho; e queda na produtividade (ZILLE, 2005: 191).
Em relacao as pesquisas relacionadas ao estresse, a ISMA (2003)
realizou pesquisa com trabalhadores de diversos paises, que revelou alta
incidencia de estresse muito intenso em trabalhadores brasileiros, em
comparacao com os trabalhadores japoneses, estes identificados como os
mais estressados pela pesquisa. Com indices menores do que os
identificados no Brasil estao os trabalhadores da China, Estados Unidos,
Alemanha, Franca e Israel. A pesquisa revelou que os altos indices de
estresse estao relacionados com as fusoes e com a reducao do quadro de
pessoal das empresas, em consequencia da globalizacao. Outra pesquisa
realizada pela ISMA-Brasil, em 2004, com trabalhadores brasileiros que
atuavam em diversas ocupacoes, revelou que 70% dos pesquisados
apresentavam quadro de estresse.
Varias pesquisas vem demonstrando alta incidencia de estresse em
ocupantes da funcao gerencial no Brasil, corroborando a extensa
literatura internacional sobre o tema. Couto (1987), em sua pesquisa
envolvendo 552 altos executivos brasileiros, revelou que 68% deles se
encontravam estressados. A pesquisa de Zille (2005) em 15 organizacoes
brasileiras de varios segmentos da economia nacional, envolvendo 550
gerentes de diversos niveis hierarquicos, constatou que 63% dos gerentes
pesquisados estavam estressados. Desses, 18% apresentavam quadro de
estresse intenso e muito intenso. Em outra pesquisa realizada com 288
gerentes, Zille e Braga (2007) constataram que 52% dos pesquisados
apresentavam quadro de estresse de intenso a muito intenso.
Pesquisa de Braga, Zille e Marques (2008), com uma amostra de 62
gerentes e superintendentes de uma grande empresa brasileira de energia
eletrica, revelou que 52% dos gerentes apresentavam estresse em nivel
leve a moderado e 11% apresentavam quadro de estresse intenso.
Focando de forma especifica a saude do trabalhador, a literatura ja
demanda bem o papel do estresse como indutor de determinadas doencas e
comportamentos. Entre estes estao as doencas cardiacas, com destaque
para o infarto prematuro de miocardio, hipertensao, acidente vascular
cerebral (AVC), dor de cabeca por tensao, gastrite, ulcera, abuso de
alcool e drogas (SELYE, 1936, 1956, 1976; FRIEDMAN; ROSENMAN, 1974;
ADAMS, 1981; COOPER; ARBOSE, 1984; COOPER et al., 1988; COUTO, 1987).
Esses resultados revelam que o estresse em gestores nas
organizacoes contemporaneas e evidente e requer estudos mais
aprofundados, para que se elucidem mecanismos e se obtenha melhor
gerenciamento.
3. METODOLOGIA DO ESTUDO EMPIRICO, ANALISE E APRESENTACAO DOS
RESULTADOS
Este estudo, em relacao a abordagem, e de natureza quantitativa e,
em relacao ao tipo de pesquisa, caracteriza-se como uma investigacao
empirica de natureza descritiva, que utiliza o survey como estrategia
(MALHOTRA, 2001).
Os sujeitos pesquisados foram profissionais que exerciam a funcao
gerencial nos seus diversos niveis (alta gerencia, gerencia
intermediaria e supervisao operacional) em organizacoes privadas
mineiras de setores diversos. No caso especifico deste estudo, a amostra
estudada foi de 637 casos analisados (HAIR, 2005). A amostra foi
aleatoria simples, obtida por meio de sorteio, e teve como base
informacoes com a identificacao dos gestores obtidas das empresas
privadas sediadas no Estado de Minas Gerais (ROESCH, 1996).
Para a coleta dos dados foi utilizado o instrumento MTEG,
questionario aderente Modelo Explicativo do Estresse Ocupacional em
Gerentes, desenvolvido e validado por Zille (2005) e suportado pelas
teorias sobre estresse ocupacional, tendo como referencia os estudos de
Cooper et al. (1988), Karasek e Torres (1996), Karasek et al. (1998),
Chanlat (1990) e Levi (2003). As contribuicoes de Selye (1936, 1956),
Friedman e Rosenman (1974), French (1983), Goldberg (1986), Couto
(1987), Albrecht (1990) e Sauter e Murphy (2005) tambem foram de grande
importancia para o desenvolvimento do modelo referido.
O MTEG esta estruturado em cinco constructos de primeira ordem:
Fontes de Tensao no Trabalho, Fontes de Tensao do Individuo e do Papel
Gerencial, Mecanismos de Regulacao, Sintomas de Estresse e Indicadores
de Impactos na Produtividade. Os constructos de primeira ordem sao
explicados por constructos de segunda ordem, que, por sua vez, sao
explicados por indicadores correspondentes; excecao se faz ao constructo
Impactos na Produtividade, que e explicado diretamente por seus
indicadores.
Em relacao ao questionario utilizado, foi estruturado em seis
partes. Na primeira parte constam os dados demograficos, funcionais e de
saude. Na parte dois constam os sintomas de estresse, as fontes de
tensao do individuo e os indicadores de impactos na produtividade. Ja na
parte tres constam as fontes de tensao no trabalho, e na parte quatro as
fontes de tensao decorrentes do papel gerencial. Na parte cinco estao
presentes os mecanismos de regulacao e na parte seis outras fontes de
tensao, como as de natureza familiar, social, caracteristicas proprias
dos sujeitos e outras que os respondentes julgassem importantes.
Antes de iniciar a coleta de dados foi realizado pre-teste do
questionario (MTEG) com vinte casos, para validacao do conteudo e
verificacao da equivalencia semantica pelos respondentes.
Posteriormente, os dados foram codificados e digitados em planilha
do Excel e, depois, processados com a utilizacao do software PASW
--Predictive Analytics Software--Statistics 18, Versao 18.0.0.
3.1. Analise e apresentacao dos resultados
A seguir serao apresentados o perfil da amostra pesquisada e o
diagnostico de estresse, para que se entenda o quanto o estresse
ocupacional tem sido um desafio ao desempenho da funcao gerencial nas
organizacoes.
3.1.1. Perfil da Amostra
A amostra da pesquisa foi composta de 637 gestores, que ocupavam
desde os primeiros niveis de gestao a supervisao e a alta gerencia.
Destes, 57% eram do genero masculino e 43% do genero feminino, com uma
faixa etaria que variava de ate 25 a mais de 55 anos; a maior
concentracao dos gerentes, 67%, encontrava-se na faixa etaria de 26 a 45
anos. No que se refere ao Estado Civil, a amostra apresentava a seguinte
distribuicao: 50% eram casados ou viviam com o conjuge; 42,0% eram
solteiros. Os 8,0% restante identificaram-se como viuvos, separados ou
divorciados, sendo o menor percentual, 1,0%, o de viuvos.
Em relacao ao Setor da Economia a que pertencem as organizacoes
pesquisadas, a maior concentracao identificada, 68,1%, corresponde ao
setor de prestacao de servicos, seguido dos setores comercial, 12,2%, e
industrial, 11,3%. Os demais setores pesquisados foram o bancario, o da
educacao e da agropecuaria, com menor representatividade em termos
porcentuais.
Com relacao ao Nivel Hierarquico, observouse um maior numero de
gestores no nivel de Supervisao Operacional, com 46,0% da amostra. Essa
prevalencia e explicada pelo fato de, nas organizacoes pesquisadas, a
estrutura predominante ser a funcional/piramidal, concentrando maior
numero de gestores na base da hierarquia. O segundo maior contingente,
36%, foi composto de Gerentes Intermediarios. Os gestores ocupantes do
nivel correspondente a Alta Gerencia foram 18,0% do total da amostra
pesquisada. O porcentual mais reduzido neste caso e explicado pelas
mesmas razoes apontadas em relacao ao nivel da Supervisao Operacional.
Outros dados revelam que, dos gestores pesquisados, 40% estavam de
1 ha 3 anos na funcao. Perguntados sobre o numero de Horas Efetivamente
Trabalhadas ou relacionadas ao trabalho, observou-se que 69% dos
gestores trabalhavam mais que o numero de horas contratadas. Essa
variacao era de no minimo 6 horas, ate o maximo de 38 horas semanais, o
que acresce a jornada 10 horas e 30 minutos, ocasionando uma jornada
diaria acima de 13 horas. Outros dados revelaram que a maior
concentracao em relacao a essas horas adicionais correspondeu a 39% da
amostra, que trabalhavam de 7 a 19 horas semanais adicionais. O trabalho
aos domingos e feriados era frequente para 23% dos gestores, e 43%
relataram que trabalhavam algumas vezes nessa situacao.
Quanto as Areas de Atuacao, estas se mostraram bastante
diversificadas, conforme se pode observar: Administracao Geral, 24,0%;
Comercial (vendas e atendimento), 19,0%; Producao/Operacao, 18,0%;
Gestao de Pessoas, 8,0%; Financas, 7,0%; Engenharia/Projetos, 5,0%;
Informatica, 3,0%; Logistica, Manutencao, Planejamento, Qualidade e
Tecnologia da Informacao, 2,0%; Marketing/Pesquisa e Desenvolvimento,
1,0%. Em relacao as demais areas, observou-se um porcentual de 3,0%.
Em relacao ao Nivel Educacional, analisando a escolaridade formal
em termos globais, verificou-se que 48% dos gerentes estavam realizando
ou possuiam curso de pos-graduacao, sendo 35% especializacao (lato
sensu), 11% mestrado e 2% doutorado.
Pesquisados sobre o consumo de cigarro e bebida alcoolica, os
entrevistados responderam o que segue: em relacao ao cigarro, 10,0% o
consumiam, dos quais 32,0% menos que de costume. Em relacao a bebida
alcoolica, seu consumo era feito por 62,0% dos pesquisados.
Investigando os Problemas de Saude, observou-se que 27,0% da
amostra relatou apresentar algum tipo de doenca. A maior incidencia,
64,3%, era de casos de doencas gastricas (gastrite e ulcera), alergicas,
21,4%, e hipertensao, que acometia 5,7% dos gestores pesquisados.
Observou-se tambem que 1,0% da amostra foi acometida por infarto
cardiaco. A literatura da area aponta que essas doencas podem estar
relacionadas ao estresse (GOLDBERG, 1986; COUTO, 1987; COOPER et a!.,
1988; LEVI, 2003, 2005).
3.1.2. Diagnostico de Estresse Ocupacional
Para a analise do nivel de intensidade de estresse ocupacional
apontado pela pesquisa, tomou-se como referencia a escala de cinco
pontos desenvolvida por Zille (2005:222-223): Ausencia de Estresse <
1,75; Estresse Leve a Moderado [] 1,75 a < 2,46; Estresse Intenso []
2,46 a < 3,16; e Estresse Muito Intenso [] 3,16.
Os conceitos utilizados para a categorizacao do estresse, propostos
por Zille (2005), estao relacionados a seguir. Ausencia de
Estresse--significa um estado de bom equilibrio entre as demandas
psiquicas advindas do ambiente, tais como trabalho, familia e social,
entre outras, e a estrutura psiquica do individuo. Estresse Leve a
Moderado--indica a ocorrencia de manifestacoes de estresse, mas em grau
compensado, possivelmente sem gerar impactos importantes nos diversos
ambientes de interacao do individuo. Estresse Intenso--indica a
ocorrencia de manifestacoes de estresse num grau elevado, possivelmente
gerando impactos importantes no individuo; as condicoes organicas e
psiquicas podem apresentar alteracoes e, em alguns casos, os individuos
necessitam de tratamento/acompanhamento psicologico, podendo necessitar
tambem de tratamento clinico. Estresse Muito Intenso--indica a
ocorrencia de manifestacoes de estresse num grau muito elevado, que
geram impactos significativos nos diversos ambientes em que o individuo
opera; as condicoes organicas e psiquicas apresentam alteracoes muito
importantes, e os casos desta intensidade necessitam de tratamento/
acompanhamento clinico e/ou psicologico (ZILLE, 2005:223, 225, 226 e
288).
A Tabela 1, a seguir, indica que 75,7% dos individuos pesquisados
da amostra global apresentaram manifestacoes de Estresse: 55,9% de nivel
leve a moderado; 14,6% de estresse intenso; e 5,2% de estresse muito
intenso.
Quando a analise recai nos setores especificos pesquisados
(bancario, comercial, servicos, educacao e industrial), observa-se que o
setor que se revelou mais critico foi o da educacao, com 85,7% dos
sujeitos com algum nivel de estresse, seguido dos setores comercial,
83,3%, de servicos, 74,9%, bancario, 69,2%, e industrial, 66,7%.
Analisando a incidencia do estresse nos niveis hierarquicos
pesquisados da amostra global, observa-se que a maior ocorrencia de
estresse intenso/muito intenso deu-se na gerencia intermediaria e, em
seguida, na supervisao operacional. Uma explicacao para essa ocorrencia
pode ser o proprio nivel de atuacao--gerencia intermediaria--em relacao
a hierarquia das empresas. Ou seja, a pressao tende a ser mais acentuada
nesse nivel gerencial, uma vez que seus ocupantes tem de conviver com
pressoes advindas da base da estrutura organizacional, de seu topo e
tambem dos pares, o que torna essa categoria mais propensa a niveis
acentuados de pressao no trabalho. Essa ocorrencia e confirmada por
outros estudos realizados no Brasil (COUTO, 1987; ZILLE, 2005; ZILLE;
BRAGA, 2008; ZILLE L. P.; BRAGA; ZILLE, G. P., 2011; ZILLE, 2011).
Em relacao aos sintomas de estresse, no grupo de gerentes
diagnosticados com estresse intenso e muito intenso, os principais
identificados, com incidencia variando de 50% a 66,7%, por ordem de
importancia na amostra global, foram os seguintes: ansiedade;
nervosismo; fadiga (baixo nivel de energia); irritabilidade sem motivo
aparente; angustia (aflicao, sensacao de impotencia diante dos
problemas); e dor nos musculos do pescoco e ombros.
3.1.3. Fontes de Tensao e Indicadores de Impactos na Produtividade
Com base nos resultados da pesquisa, foi possivel observar que,
considerando-se a amostra global, 99,4% ou 633 dos gestores pesquisados
vem sofrendo tensao no ambiente de trabalho. Desse porcentual, 47,1% ou
300 relatam sofrer tensao intensa ou muito intensa. Quando a analise
recai sobre a hierarquia, a gerencia intermediaria e que mais sofre
esses niveis de tensao, o que explica o maior nivel de estresse
identificado nesses profissionais, como pode ser observado na Tabela 1.
As fontes de tensao mais importantes identificadas no estudo foram:
realizar trabalho que exige a execucao de varias atividades ao mesmo
tempo, com alto grau de cobranca; estar submetido a muitos prazos e a
prazos apertados; submeter-se a filosofia da direcao, pautada pela
obsessao e compulsao por resultados; ter o dia muito tomado por uma
serie de compromissos de trabalho assumidos, com pouco ou nenhum tempo
livre; nao conseguir se desligar dos contextos relacionados ao trabalho;
levar a vida de forma muito corrida, realizando cada vez mais trabalho
em menos tempo, mesmo quando nao ha exigencias para tal; e pensar e
realizar de forma frequente duas ou mais coisas ao mesmo tempo, tendo
dificuldades para conclui-las. Essas fontes de tensao no trabalho foram
identificadas nos gestores que apresentam nivel de tensao intenso e
muito intenso. Esses indicadores revelaram incidencia de estresse que
variou de 59,5% a 70,4% nos gestores pesquisados e diagnosticados com
estresse intenso e muito intenso.
Aprofundando o estudo e analisando as fontes de tensao especificas
do trabalho dos gestores, foi possivel identificar, na amostra global,
que as mais recorrentes foram: conhecer o que e qualidade de vida e sua
importancia e nao ter tempo para praticar esses conceitos; estar em
conflito por perceber a sobrecarga e nao poder questiona-la por ocupar
"funcao gerencial" e, por fim, vivenciar conflitos por ter que
ser inovador, dotado de autonomia, e estar sujeito as normas da
organizacao.
Em relacao ao constructo Indicador de Impacto na Produtividade, as
variaveis correspondentes foram: dificuldade de lembrar fatos recentes
relacionados ao trabalho, o que anteriormente era facilmente lembrado;
dificuldade na tomada de decisoes; fuga das responsabilidades de
trabalho, que anteriormente eram assumidas de forma natural; desejo de
trocar de emprego com frequencia; desmotivacao importante para o
trabalho; perder o controle sobre os eventos da vida (trabalho, familia,
relacionamentos, entre outros); excessivo desgaste nos relacionamentos
interpessoais, no trabalho ou fora dele; dificuldade de concentracao;
diminuicao da eficacia no trabalho; e queda na produtividade.
Analisando a presenca desses indicadores nos gestores pesquisados,
observa-se que, para 57,5% ou 366 dos individuos, os indicadores
referidos apresentaram-se relevantes e, para 16,1% ou 103, a relevancia
mostrou-se bastante acentuada.
Dessa forma, verificou-se que nao sao apenas os individuos que
sofrem com as decorrencias do estresse ocupacional, mas tambem as
organizacoes, principalmente no que se refere a produtividade.
4. CONCLUSOES
O estresse relacionado ao trabalho constitui, de acordo com Levi
(2005), um importante fator determinante dos transtornos depressivos,
alem de induzir ao aumento da pressao sanguinea, provavelmente
contribuindo para a morbidade por doencas cardiacas, desencadeamento de
quadros de diabetes, esgotamento fisico, aparecimento de outras doencas,
incluindo os disturbios cardiovasculares, como as molestias do coracao,
acidente vascular cerebral (AVC) e problemas renais decorrentes da
hipertensao arterial. Essas sao consequencias que, alem de gerar o
adoecimento dos individuos, quase sempre interferem no desempenho no
trabalho, com reflexos na produtividade das organizacoes. Diante desse
contexto, este estudo teve como objetivo identificar os niveis de
estresse, as principais fontes de tensao excessiva no trabalho e os
indicadores de impacto na produtividade dos gestores que atuam nos
niveis de alta gerencia, gerencia intermediaria e supervisao
operacional, em empresas privadas no Estado de Minas Gerais.
Neste estudo, constatou-se que 75,7% dos individuos pesquisados da
amostra global, ou 482, apresentaram manifestacoes de Estresse, dos
quais 55,9%, ou 356, um nivel de estresse de leve a moderado, 14,6%, ou
93, um quadro de estresse intenso, e 5,2%, ou 33, um estresse muito
intenso. A partir dessa constatacao, pode-se identificar que ter o dia
muito tomado com uma serie de compromissos de trabalho assumidos, com
pouco ou nenhum tempo livre, nao conseguir desligar-se dos contextos
relacionados ao trabalho, levar a vida de forma muito corrida,
realizando cada vez mais trabalho em menos tempo, mesmo quando nao ha
exigencias para tal, e pensar e realizar de forma frequente duas ou mais
coisas ao mesmo tempo, tendo dificuldades para conclui-las, foram as
principais fontes de tensao excessiva no trabalho para os gestores
identificados com quadro de estresse ocupacional.
Em relacao aos sintomas de estresse, os principais identificados
por ordem de importancia na amostra global foram: ansiedade, nervosismo,
fadiga, irritabilidade sem motivo aparente, angustia (aflicao, sensacao
de impotencia diante dos problemas) e dor nos musculos do pescoco e
ombros.
Esse resultado vai ao encontro das constatacoes das ultimas
pesquisas realizadas em diversos Paises e no Brasil (COUTO, 1987; ZILLE,
L. P. 2005; ISMA 2003, 2004; ZILLE, L. P.; BRAGA; ZILLE, G. P., 2011;
ZILLE, 2011).
Conhecendo o diagnostico de estresse ocupacional e as principais
fontes de tensao excessiva no trabalho dos gestores, tambem foi possivel
constatar que a dificuldade de lembrar fatos recentes relacionados ao
trabalho, o que anteriormente era facilmente lembrado, dificuldade na
tomada de decisoes, fuga das responsabilidades de trabalho, que
anteriormente eram assumidas de forma natural, desejo de trocar de
emprego com frequencia, desmotivacao importante para o trabalho, perder
o controle sobre os eventos da vida (trabalho, familia, relacionamentos,
entre outros), excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais, no
trabalho ou fora dele, dificuldade de concentracao e diminuicao na
eficacia no trabalho foram indicadores importantes de impacto na
produtividade, apresentados por 73,6% ou 469 dos gestores participantes
do estudo.
Apesar de haver mecanismos de regulacao, que sao praticas adotadas
por esses individuos que, de certa forma, buscam amenizar as situacoes
tensionantes vivenciadas na realizacao do trabalho, como, por exemplo,
experiencia profissional (background na area de autuacao), possibilidade
de gozar ferias regularmente, possibilidade de descansar nos finais de
semana e feriados, espirito de cooperacao entre os pares, possibilidade
de questionar prazos e prioridades, e canal aberto nas organizacoes para
conversar sobre as dificuldades e tensoes vivenciadas, esses mecanismos
nao estao sendo suficientes para neutralizar as situacoes tensionantes
vivenciadas e, consequentemente, os quadros de estresse identificados.
Espera-se que este estudo, a partir dos resultados apresentados,
possa contribuir com o balizamento de acoes por parte das organizacoes
para a reducao e o controle dos niveis de estresse ocupacional da
categoria pesquisada. Essas acoes poderao gerar melhorias nas condicoes
de trabalho e na qualidade de vida desses trabalhadores, bem como criar
condicoes favoraveis para a melhoria dos resultados de trabalho.
Portanto, os resultados apresentados requerem atencao por parte nao so
dos individuos, mas tambem das organizacoes.
Reforcando Albrecht (1990), assinala-se que as organizacoes devem
investir na reducao do estresse no trabalho como forma de manter os
gestores saudaveis e produtivos. Alem disso, tambem se deve evitar o
estresse, por seu efeito negativo e contagioso, que pode ser transferido
para outros trabalhadores, possibilitando um desencadeamento em cascata
e levando a uma epidemia de estresse, que tem um efeito nefasto sobre os
trabalhadores e nas organizacoes. Nesse sentido, de acordo com Levi
(2005), o estresse continuo relacionado ao trabalho constitui um
importante fator determinante dos transtornos depressivos, alem de
outros impactos na saude do trabalhador, gerando consequencias como o
aumento da pressao sanguinea e provavelmente contribuindo para a
morbidade por doencas cardiacas, desencadeamento de quadros de diabetes,
exaustao, perda de peso, esgotamento fisico e aparecimento de outras
doencas, como AVC e problemas renais devidos a hipertensao arterial.
Dessa forma, nao sao apenas os individuos que sofrem com as
decorrencias do estresse ocupacional, mas tambem as organizacoes,
principalmente no que se refere a queda da produtividade e a diminuicao
da eficacia no trabalho, com aumento de erros e ate mesmo de acidentes
de trabalho, alem da elevacao da taxa de absentismo e turnover nas
organizacoes.
Com relacao a pesquisas futuras, uma direcao importante e o
aprofundamento da investigacao das diferencas entre os niveis
hierarquicos e as manifestacoes de estresse, bem como o estudo das
manifestacoes de estresse relacionadas as diferencas de genero.
DOI: 10.5700/rege537
Recebido em: 29/6/2011
Aprovado em: 14/4/2014
Luciano Zille Pereira
Professor Titular e Pesquisador do Programa de Mestrado Academico
da Faculdade Novos Horizontes--Belo Horizonte-MG, Brasil
Psicologo. Doutor em Administracao pela Universidade Federal de
Minas Gerais Professor Aposentado do Centro de Pos-Graduacao e Pesquisas
em Administracao da Universidade Federal de Minas Gerais (CEPEAD/UFMG)
Pesquisador da FAPEMIG
E-mail:
[email protected]
Clarissa Daguer Braga
Mestre em Administracao pelo Centro de Pos-graduacao e Pesquisa em
Administracao da UFMG (CEPEAD/UFMG)--Belo Horizonte-MG, Brasil
Graduada em Psicologia pela Fundacao Mineira de Educacao e Cultura
E-mail:
[email protected]
Antonio Luiz Marques
Professor Titular e Pesquisador do Curso de Mestrado Academico em
Administracao da Faculdade Novos Horizonte--Belo Horizonte-MG, Brasil
Professor Titular aposentado do Departamento de Ciencias
Administrativas da UFMG Doutor em Administracao pela Aston University,
UK
Psicologo pela Universidade FUMEC. Mestre em Administracao pela
UFMG E-mail:
[email protected]
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Tabela 1--Nivel de estresse ocupacional por nivel
hierarquico--amostra global
Alta Gerencia Gerencia
Intermediaria
Frequencia Frequencia
Nivel de estresse Abs. % Abs. %
Ausencia de estresse 30 26,8 53 23,0
Estresse leve a moderado 63 56,3 129 56,1
Estresse intenso 15 13,4 40 17,4
Estresse muito intenso 4 3,6 8 3,5
Total 112 100,0 230 100,0
Supervisao Total (por
Operacional nivel de
estresse)
Frequencia Frequencia
Nivel de estresse Abs. % Abs. %
Ausencia de estresse 72 24,4 155 24,3
Estresse leve a moderado 164 55,6 356 55,9
Estresse intenso 38 12,9 93 14,6
Estresse muito intenso 21 7,1 33 5,2
Total 295 100,0 637 100,0
Nota: 637 questionarios validos.
Fonte: Dados da pesquisa.