摘要:http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2007000300006 O papel do amor na dinâmica da intimidade é inegável nas sociedades ocidentais, sendo inclusivamente um dos elementos centrais da vida social. O argumento de que o amor constitui o motor do desenvolvimento das relações interpessoais, sobretudo para as mulheres, representa uma peça fundamental na construção dos discursos sociais sobre a felicidade humana e os factores que a configuram. Tradicionalmente perspectivado como feminino, o amor tem sido apontado às mulheres como a sua suprema vocação,1 enredando-as, não raras vezes, num ideal de intimidade potencialmente castrador da sua autonomia e liberdade pessoal. Este artigo pretende reflectir criticamente a respeito das implicações da construção social dos discursos sociais sobre o amor na vivência da intimidade adulta feminina heterossexual, a partir de uma leitura feminista crítica. Discute-se neste documento a importância de assumir o discurso amoroso como um discurso paritário e democrático.