The opinion in the social network: influence and dynamic on Facebook/ A opiniao na rede: influencia e dinamica no Facebook.
Martinuzzo, Jose Antonio ; Ribeiro, Renata Rezende
A opiniao e historica. Suas fontes, constituicao, desenvolvimento,
difusao e transformacao, naquilo que chamaremos neste estudo de
"regime de opiniao", dependem das condicoes socioeconomicas,
politico-culturais e tecnologicas em que se formam as subjetividades e
as comunidades.
Com a pesquisa da qual deriva este artigo, buscamos verificar a
condicao da constituicao da opiniao pessoal (2) em tempos de comunicacao
hipermidiatica, era em que midias on e off-line compoem um painel
comunicante que se projeta, se pretende e se diz ubiquo, onisciente e
onipotente, alem de dialogico e imersivo. Nesse contexto, o estudo se
realizou no e a partir do ambiente das redes sociais, tendo como objeto
de estudo o Facebook (3), o maior site de rede social do mundo, lider
tambem no Brasil.
Partimos de questoes basicas, ja discutidas ao longo de seculos,
sobre o nosso tema, como, por exemplo, o que e uma opiniao?. Para
chegarmos a questao central deste estudo: qual e a relacao da
constituicao da opiniao pessoal com um novo ambiente comunicacional,
notadamente as redes sociais? Com as redes sociais, o regime de opiniao
teria novos elementos e dinamicas?
Para verificar como se da a interface entre opiniao e redes
sociais, propusemos uma pesquisa aos usuarios do Facebook, que aderiram
voluntariamente a investigacao, seguindo o fluxo das conexoes randomicas
que se estabelecem por compartilhamentos, curtidas, etc. Importante
salientar que se trata de uma pesquisa sobre redes sociais digitais,
realizada no ambito de uma propria rede social digital. A divulgacao, a
mobilizacao e a obtencao de respostas foram realizadas a partir de nos e
conexoes do proprio Facebook.
O questionario, com 16 perguntas fechadas, especificas sobre o
processo de formacao da opiniao e sua relacao com a rede social digital,
ficou disponivel durante 10 dias (4), entre 27 de marco e 7 de abril de
2014, alcancando dias uteis e finais de semana. Ao todo, 402 pessoas
responderam voluntariamente a enquete (5), a partir de 102
compartilhamentos em rede, alem centenas de curtidas. As respostas
colhidas foram direcionadas e mantidas na plataforma especifica para
realizacao de enquetes do Nucleo de Processamento de Dados (NPD) da
Universidade Federal do Espirito Santo, para posterior processamento.
Sobre o metodo, e importante pontuar que a internet, como objeto de
estudo ampliado, e aqui vista como "artefato cultural", numa
perspectiva que "favorece a percepcao da rede como um elemento da
cultura e nao como uma entidade a parte [...], pela integracao dos
ambitos on-line e off-line", ressaltam Fragoso, Recuero &
Amaral (2013, p. 42).
Acerca das estrategias e criterios de amostragem, seguimos um tipo
de amostra "intencional", de acordo com Fragoso, Recuero &
Amaral (2013, p. 81), de subtipo "em bola de neve", segundo o
qual "a partir de um primeiro caso ou elemento de interesse,
identifica-se outro (s), a partir desse (s), ainda outro (s), e assim
por diante".
No ambito da analise de redes sociais (ARS), segundo a qual, em
linhas gerais, se pode, estudando "acoes e interacoes entre atores
sociais", "compreender elementos a respeito desses grupos e,
igualmente, fazer generalizacoes a seu respeito", conforme
salientam Fragoso, Recuero & Amaral (2013, p. 115), propusemos uma
pesquisa exploratoria. Esse procedimento, segundo Gil (2002, p. 41),
fundado em pesquisa bibliografica, entrevistas e analises de exemplos,
"tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torna-lo mais explicito ou construir hipoteses".
A partir da constituicao desse metodo, a pergunta fundamental a que
buscamos responder e: Qual o papel dos conteudos e processos
comunicacionais de uma rede social--no caso, o Facebook--na constituicao
da opiniao pessoal (formacao, mudanca, ajuste, etc.) contemporanea?
Buscamos delinear o alcance do Facebook, por meio de seus conteudos
e dinamica comunicacional, nos processos de formacao da opiniao do
internauta, na tentativa de identificar o papel da rede social na
dinamica da opiniao na atualidade. E importante salientar que nao se
trata de verificar qualitativamente os conteudos ou de se discutir a
opiniao publica no ambiente das redes sociais. Partimos para a pesquisa
com a hipotese de que as interfaces comunicacionais efetivadas via
Facebook agregam-se como elemento importante a constituicao da opiniao
na contemporaneidade, introduzindo novidades em seus processos e
dinamicas, mas nao tomando para si um papel determinante ou conclusivo.
Relembrando que este artigo deriva de uma pesquisa mais ampla
acerca da interface entre as redes sociais e o regime de opiniao atual,
por questoes de espaco, aqui destacar-se-ao as questoes relativas a
possivel influencia da rede no processo de formacao de opiniao pessoal
dos internautas, assim como a verificacao da ocorrencia ou nao de
lideres de opiniao nas redes sociais digitais. A investigacao desses
possiveis fenomenos e especialmente importante, considerando o processo
de formacao e difusao da opiniao nos paradigmas comunicacionais ate aqui
vivenciados, inclusive o de comunicacao de massa.
Vale ressaltar que, por meio das perguntas especificas acerca da
constituicao da opiniao, tambem se buscou verificar aspectos sobre
possiveis interferencias/novidades no processo; convivencia/tolerancia a
divergencia numa mesma rede; confiabilidade dos conteudos; usos da rede;
tematicas em pauta; e dieta de midia relativa a formacao da opiniao.
Apesar de nao ser obrigatoria a resposta sobre a localidade onde do
respondente, pode-se verificar o alcance geografico da pesquisa a partir
das indicacoes voluntarias. Foram identificadas respostas oriundas de 14
Estados (Espirito Santo, Rio de Janeiro, Sao Paulo, Minas Gerais, Rio
Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Para, Sergipe,
Bahia, Goias, Parana, Roraima e Mato Grosso do Sul). Do exterior, houve
respondentes na Franca, Italia, Argentina, Alemanha, Escocia, Irlanda e
Estados Unidos.
Para contextualizar as analises propostas no recorte deste artigo,
vamos analisar o cotidiano midiatizado, tambem atravessado pelas redes
sociais digitais, com destaque ao Facebook, ambiente da pesquisa, e os
conceitos de opiniao e de lider de opiniao, para, em seguida, apresentar
os resultados da pesquisa empirica, efetivada a partir de um
questionario on-line.
Cotidiano midiatizado
De acordo com Heller (2008, p. 32), "a vida cotidiana e a vida
de todo homem", compondo-a organicamente "a organizacao do
trabalho e da vida privada, os lazeres e o descanso, a atividade social
sistematizada, o intercambio", entre outros. Complementa ainda a
autora: "A vida cotidiana e a vida do homem inteiro; ou seja, o
homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua
individualidade, de sua personalidade", colocando "em
funcionamento todos os seus sentidos, todas as suas capacidades
intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixoes,
ideias, ideologias" (Heller, 2008,p. 32).
Para Certeau (2008), o cotidiano e constituido a partir de uma
releitura, ou uma reconstrucao que as pessoas fazem das referencias
(materiais e ideologicas) que lhes sao importantes. Assim, cada
individuo produz um jeito proprio de existir, a partir de seus
referencias peculiares, das ferramentas que tem a disposicao e do saber
proprio de cada um. Enfim, e no cotidiano que o homem nasceu, nasce e
renasce, dia apos dia.
Vive-se atualmente um cotidiano midiatizado. Nessa realidade,
"as instituicoes, as praticas sociais e culturais articulam-se
diretamente com os meios de comunicacao, de tal maneira que a midia se
torna progressivamente o lugar por excelencia da producao social de
sentido, modificando a ontologia tradicional dos fatos sociais",
configurando-se o que Sodre (1996, p. 27) denomina como "sociedade
midiatizada". Castells (2001, p. 353) fala da ocorrencia da
"cultura da virtualidade real", em que as relacoes sociais,
incluindo-se a conformacao da subjetividade individual e a maioria dos
coletivos contemporaneos, sao estabelecidas a partir de interfaces
comunicacionais e mobilizadas por conteudos midiaticos.
Para Cardoso (2007), essa cultura tem lugar no paradigma da
comunicacao em rede. O pesquisador destaca que a comunicacao em rede se
da basicamente pela articulacao de mediacoes, pela constituicao de um
mix de acessos e emissoes conformado a partir das intencoes, desejos e
necessidades do usuario, configurando-se um mosaico de interfaces.
"Como seres sociais, nao usamos apenas uma unica midia como fonte
de comunicacao, informacao, acao e entretenimento, mas as combinamos,
usamo-las em rede" (Cardoso, 2010, p. 29).
Segundo este conceito, essas redes particulares de comunicacao
"estao baseadas na televisao e na Internet, estabelecendo ligacoes
ao usar diferentes tecnologias de comunicacao e informacao, como o
telefone, o radio, a imprensa escrita etc.", esclarece Cardoso
(2010, p. 28), falando do estabelecimento de uma dieta de midia.
Constituida como uma metafora da dieta alimentar, a partir da
citacao de Cardoso, entende-se "dieta de midia" como o
conjunto de midias pessoais e de massa, on e offline,
articuladas/utilizadas pelo utilizador conforme suas necessidades e
desejos de trocas comunicacionais.
Essa dieta de comunicacao pessoal, que, em razao do alcance das
redes sociais digitais, por exemplo, pode se tornar de massa, conforma
salienta Castells (2009), e um novo componente no processo de formacao
de opiniao. Em que medida e como ela participa dessa que poderia ser a
reinvencao do que chamamos de regime de opiniao e o que se busca
averiguar com este estudo.
A opiniao e seu regime sao fenomenos de atualizacao/reinvencao
constante, conectadas que estao a experiencia concreta/cotidiana da
existencia, seja em seus fundamentos (temas, crencas, valores, pautas,
etc.), seja em seus processos (meios, dinamicas, temporalidades, etc.).
Investigar o regime de opiniao em face das redes sociais e importante
quando se tem em conta que o cotidiano e um ininterrupto processo de
invencoes e reinvencoes a partir daquilo que o homem tem a sua
disposicao para tecer a sua historia, incluindo suas opinioes e, mais
recentemente, redes sociais.
Redes sociais digitais
O estudo da interface entre tecnologias e as sociabilidades requer
um pronto esclarecimento da referencia que se faz sobre a contingencia
de sua intersecao com os demais fundamentos da vida socioeconomica e
politico-cultural. Acreditamos que exista uma dialetica entre sociedade
e tecnologia, uma dinamica multidirecional que envolve relacoes sociais,
cultura, economia, politica, tecnologias, ideologias. Processo em que os
interesses sao multiplos, mas no qual tambem os usos concretos acabam
por influir na modelagem das tecnologias a medida que se realizam.
Nesse contexto, e que nas ultimas decadas se estabeleceram os sites
de redes sociais. De inicio, o que e uma rede? Santos (1999) afirma que
ha duas dimensoes matrizes para definicao de rede, uma que considera seu
"aspecto material" e outra em que tambem se considera seu lado
social. Tecnicamente falando, o autor reporta que uma rede e toda
infraestrutura que permite o transporte de materia, energia e/ou
informacao, inscrita sobre um determinado territorio e constituindo uma
topologia de "pontos de acesso ou pontos terminais, seus arcos de
transmissao, seus nos de bifurcacao ou de comunicacao" (Santos,
1999, p. 209).
Mas Santos (1999, p. 209) afirma que uma rede "e tambem social
e politica, pelas pessoas, mensagens, valores que a frequentam. Sem isso
e a despeito da materialidade com que se impoe aos nossos sentidos, a
rede e, na verdade, uma mera abstracao". Considerando o aspecto
social como crucial para a definicao do que seja uma rede, o geografo
cita a proposicao de que "o termo rede seja limitado aos sistemas
criados pelo homem, deixando aos sistemas naturais o nome de
circuitos" (Santos, 1999, p. 209).
Nessa direcao, conforme destaca Castells (2001), as redes sao a
base da experiencia humana. A sociabilidade se conforma a partir
conexoes varias, permitidas e viabilizadas pelos mais diversos meios. As
autoras Fragoso, Recuero & Amaral (2013, p. 117) afirmam que sites
de redes sociais "[...] sao caracterizados pela construcao de um
perfil com caracteristicas identitarias (que sao percebidos como atores
sociais) e com a apresentacao de novas conexoes entre esses perfis (as
arestas na rede social)".
De acordo com Recuero (2009, p. 24) uma rede social digital "
[...] e definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas,
instituicoes ou grupos; os nos da rede) e suas conexoes (interacoes ou
lacos sociais)", sendo que " [...] redes sociais na internet
possuem elementos caracteristicos que servem de base para que a rede
seja percebida e as informacoes a respeito delas sejam apreendidas"
(Recuero, 2009, p. 24).
Segundo Neiva (2009, p. 472), o diferencial inicial do Facebook foi
a disseminacao da ideia de microblogging, com publicacoes de tamanho
restrito, e da oferta de "[...] news feed diretamente aos usuarios
que eram 'amigos', transformando a rede de relacoes sociais
num vasto tsunami de fofocas".
Em linhas gerais, pode-se dizer que redes sociais digitais sao
"lugares" ou territorialidades (ou a experiencia que se
constitui em determinado territorio, aqui, territorio informacional,
registre-se) no ciberespaco que se destinam a "reunir" pessoas
para compartilhamento, entre amigos, organizacoes e comunidades, de
mensagens diversas, com narrativas feitas a partir de fotos, textos,
videos, animacoes, entre outros.
Segundo Santaella (2013, p. 43), ao criar um perfil nas redes,
"as pessoas passam a responder e a atuar como se esse perfil fosse
uma extensao sua, uma presenca extra daquilo que constitui sua
identidade. Esses perfis passam a ser como estandartes que representam
as pessoas que os mantem". Recuero (2013, p. 58) vai mais alem e
afirma que redes sociais permitem aos usuarios "criar e manter uma
'identidade' que pode ser legitimada pelos demais, gerando
ainda outros valores, tais como reputacao e autoridade".
O fato e que as redes sociais digitais se misturaram as tramas do
cotidiano atual, ate porque toda e qualquer tecnologia so se realiza no
seu uso social e este esta condicionado pelo homem e suas ideias, no
cotidiano nada simples, para nao dizer supercomplexo, que serve de
territorio a historia.
E a historia atual e atravessada pelas redes sociais digitais.
Segundo pesquisa recente feita pela PwC em quatro paises (EUA, Reino
Unido, China e Brasil), com mil entrevistados em cada nacao, o
brasileiro e o que mais acessa as redes sociais via smartphones e
celulares no mundo (6).
O Facebook faz parte dessa historia de modo bem particular. No
Brasil (7), e a rede social de maior alcance (8), totalizando 76 milhoes
de usuarios, abaixo da India e dos EUA. No entanto, o pais esta em
segundo lugar em acessos, atras apenas dos estadunidenses, sendo os
brasileiros mais assiduos que os indianos. Ao todo, 47 milhoes de
brasileiros acessam a rede todos os dias, so atras dos Estados Unidos em
frequencia. Quanto ao Facebook, e acessado pelo menos uma vez por semana
por 95% dos brasileiros.
Segundo Neiva (2013, p. 472), com o Facebook, passou-se a se saber,
instantaneamente, sem precisar ir atras, "[...] das novas relacoes
dos outros, dos gostos musicais, das mudancas de emprego, das novas
fotos postadas". Diriamos mais, passou-se a saber das opinioes
alheias e a se midiatizar as proprias, numa dinamica que aqui se busca
compreender.
Opiniao
A invencao da politica pelos gregos trouxe a tona a questao da
opiniao no contexto da vida coletiva. Este tema mobiliza pensadores ha
milenios, tendo Platao e Aristoteles entre os precursores. No ambito
desta pesquisa, opiniao e uma "crenca adotada como verdade pelo
senso comum, sem qualquer reflexao a respeito de sua validade, de seus
pressupostos e dos meios pelos quais foi obtida", registra Neiva
(2013, p. 411).
Dentre as varias possibilidades conceituais sobre a opiniao e seu
lugar na vida social, Kant (2009) se coloca como um filosofo que ate
hoje influencia reflexoes nesse campo. Para o filosofo, a opiniao e
juntamente com a fe e a ciencia, um dos tres graus possiveis de crenca:
"[...] fato de nosso entendimento, suscetivel de se estabelecer
sobre principios objetivos, mas que exige tambem causas subjetivas no
espirito daquele que julga"( Kant, 2009, p. 517).
O pensador afirma que nao se deve jamais "ter uma opiniao sem
pelo menos ter algum conhecimento por meio do qual o juizo em si
propriamente problematico se encontre ligado a verdade por uma relacao
que, sem ser completa, no entanto, e algo mais que uma ficcao
arbitraria" (Kant, 2009, p. 517).
Com o percurso entre a opiniao e a verdade, Matheus (2011) afirma
que Kant buscava reconstruir o caminho indicado por Platao. Segundo o
autor, "para ambos, a opiniao nao e a verdade, mas se constitui
numa disposicao para chegar a verdade", sendo que a opiniao estaria
num estagio intermediario, "acima da ignorancia e abaixo do saber.
Opinar seria ja ter saido da ignorancia, sem ter ainda atingido o
saber" (Matheus, 2011, p. 65).
Em linhas gerais, uma opiniao e uma consideracao articulada em
direcao a verdade de cada um ou a verdade de um grupo, mas tendo-se
consciencia de que essa avaliacao se sustenta a partir de uma
insuficiencia subjetiva ou objetiva do que seria a verdade ainda por se
alcancar. De acordo com Matheus (2011, p. 10), a opiniao "e uma
forca que nasce de algo inteiramente humano--o poder de julgar",
sendo a vida "uma soma de julgamentos proprios e alheios".
A opiniao esta na base das decisoes, das acoes, das projecoes, dos
projetos. Como conhecimentos e julgamentos, por incompletos e
provisorios que sejam, as opinioes ajudam a constituir o cotidiano de
decisoes sem fim, das mais ordinarias as mais extraordinarias.
Como diz Matheus (2011, p.10), a opiniao e importante porque,
primeiramente, "ao expressar suas proprias opinioes, cada individuo
se oferece aos demais, num ato de adesao social". Dai a sua
centralidade as sociabilidades e o interesse quanto aos seus aspectos
constitutivos, como ocorre com esta pesquisa, especialmente acerca da
influencia do Facebook e quanto a ocorrencia nas redes de lideres de
opiniao, cuja conceituacao se ve a seguir.
Formadores de opiniao
Com a comunicacao "dialogica", "autonoma",
"popularizada" e on-line permitida pela internet e muito mais
ainda pela web 2.0 na decada passada, os entusiastas do ciberespaco
previam o fim dos lideres ou formadores de opiniao, figuras centrais da
"mass communication". Como o tema e relevante, dada a sua
centralidade ao paradigma de comunicacao, sem falar que a opiniao e seu
regime sao centrais a sociedade de hoje, dedicou-se atencao nesta
pesquisa a questao dos formadores de opiniao.
Os lideres de opiniao, segundo Paul Lazarsfeld e Robert Merton,
investigadores renomados das pesquisas funcionalistas em comunicacao,
citados por Ferreira (2009, p. 224), se colocariam como elementos
intermediarios entre os meios de comunicacao - emissores--e a massa--os
receptores.
Para Ferreira (2009, p. 224), "[...] descobriu-se o papel da
credibilidade da fonte na mudanca da opiniao dos receptores [...].
Quanto maior a credibilidade, mais eficaz a transmissao de
conteudos". A partir dos estudos de Lazarsfeld, em meados do seculo
passado, verificou-se que os lideres de opiniao "sao as verdadeiras
mediacoes entre os meios de comunicacao e os individuos menos
interessados" (Ferreira, 2009, p. 224).
Mas quem seriam os lideres de opiniao? As palavras sao do proprio
Lazarsfeld, citado por Wolf (2003, p. 38): "individuos muito
envolvidos e interessados no tema e dotados de mais conhecimentos sobre
ele. Chama-los-emos de lideres de opiniao".
A atuacao dos lideres de opiniao institui o que os pesquisadores da
mass communication research chamam de two-step flow of communication
(fluxo da comunicacao em dois niveis). Ou seja, nao ha comunicacao
direta entre as midias e os publicos, conforme se defendia nos
principios das pesquisas em comunicacao (Teoria Hipodermica). De acordo
com Wolf (2003, p. 40), os lideres de opiniao e a dinamica que impoem ao
processo de comunicacao compoem "um dos modos em que se formam as
opinioes do individuo dentro das relacoes estaveis de grupo".
O objetivo aqui e observar se este fenomeno, comum a comunicacao de
massa, se registra no paradigma da comunicacao em rede.
Influencia e dinamica de opiniao na rede
Antes de apresentar os resultados, salienta-se que o regime de
opiniao estudado ocorre no ambito do que se chama de comunicacao mediada
por computador (CMC), notadamente as redes sociais digitais. Entretanto,
realizamos o estudo entendendo que o regime de opiniao em rede social
digital nao se esgota no ciberespaco, mas integra um regime de opiniao
mais amplo, em rede, dir-se-ia, dialogando com outros lugares de
opiniao, como a conversa entre amigos ou familiares, por exemplo.
Recuero (2012, p. 9) afirma que a "conversa e uma pratica de
linguagem genuinamente cotidiana, pois, todos os dias, conversamos uns
com os outros, respondendo, contestando, concordando, opinando (grifo
nosso)". Assim, a conversacao "e o genero mais basico da
interacao humana".
Para Recuero (2012, p. 172) a conversacao sao "trocas de
mensagens ocorridas entre dois atores durante um determinado periodo de
tempo, caracterizado pela alternancia dos turnos de fala. Alem disso,
observamos essa conversacao em rede, ou seja, em espacos que expressam
essas redes e as constituem".
Nesse sentido, como estariam se relacionando elementos tao
corriqueiros ao dia a dia, como a opiniao e as redes sociais digitais,
amalgamados pelo fato comum de que ambos estao no universo da
comunicacao, no ambito da conversacao--"o genero mais basico da
interacao humana"?
Influencia
Para verificar se ha influencia dos conteudos e dinamicas do
Facebook no regime de opiniao pessoal dos internautas, e em que medida
ela se daria, na hipotese de as postagens influirem, foram feitas quatro
perguntas no inicio da enquete (1, 2, 3 e 4).
Quando se trata de terceiros, ou seja, do outro, 99,25% dos
respondentes dizem que o Facebook influencia a opiniao das pessoas.
Desse total, 53,23% acham que as postagens influenciam muito.
Mas quando se trata de se avaliar, ou seja, de verificar a
influencia no seu proprio caso, os respondentes ja sao mais economicos.
Quase 1/3 dos participantes diz que suas opinioes nao sofrem influencia
do Facebook. De toda sorte, a maioria absoluta se admite influenciada
pelas mensagens da rede social digital (73,88%).
Aprofundando o mapeamento da influencia do Facebook, perguntou-se
se alguma vez o participante ja tinha mudado de opiniao apos ter
acessado na rede uma opiniao diferente da sua. Cerca de 78% admitiram
que sim. Isso aconteceu poucas vezes para 68,41% desses respondentes e
muitas vezes para 9,20%.
Acerca da influencia do Facebook na formacao da pauta de assuntos
sobre os quais o respondente reflete ou busca formar opiniao, para cerca
de 91% ela e concreta. Os conteudos sempre influenciam 12,19% e as vezes
influenciam 53,48%, sendo que para 24,88% ha influencias, mas apenas
raramente.
Na avaliacao geral sobre a possivel influencia dos conteudos e
dinamicas do Facebook na opiniao dos internautas, as pessoas (99%) acham
que a rede social influencia a opiniao dos terceiros, mas nao tem tanta
influencia sobre si--apenas 74% confessam ser influenciados. Cerca de
78% ja mudou de opiniao por causa da rede social digital e mais de 90% a
utilizam para formar opiniao.
Dinamica
Para verificar a dinamica opinativa, buscando descobrir se ha
ocorrencia ou nao de lideres/formadores de opiniao na rede, e sua
eventual importancia com relacao a outros formadores de opiniao no
contexto de outros espacos de sociabilidade, formulamos as questoes 13 e
14. Mais de 75% dos entrevistados disseram que identificam formadores de
opiniao em suas redes.
A questao 14 era direcionada ao conjunto que marcou SIM na questao
anterior, demandando aos respondentes que fizessem uma comparacao quanto
ao nivel de influencia do formador de opiniao do Facebook com relacao a
lideres de opiniao atuantes em espacos tradicionais.
Vale dizer, antes de seguir e mostrar as comparacoes, que alguns
inabilitados responderam topicos desta questao e nem todos habilitados o
fizeram, causando uma margem de cerca de 2% para mais ou para menos, em
alguns casos, no numero de respondentes. Lembrando que a base de
entrevistados habilitados a fazer essas comparacoes, porque enxergaram a
ocorrencia de lideres na rede na pergunta anterior, e de 302.
Aqui nao e espaco para especulacoes, mas se pode imaginar que,
tratando-se de lideres que mais se colocam na berlinda cotidianamente,
as pessoas ficaram mais tentadas a comparar, mesmo ignorando que estavam
inabilitadas para tal. Sao os casos nos quais as marcacoes superam os
302 previsiveis: jornalistas, politicos e professores, que obtiveram
mais respostas (309, 305, 308) respectivamente.
Quando se trata de formadores menos questionados diariamente,
geralmente vistos como unanimidades nos seus grupos de
fieis/seguidores/fas, como padres e pastores, cientistas e artistas, as
respostas estao abaixo do patamar de 302 (293, 296, 298,
respectivamente). Ou seja, nem todos os habilitados se animaram fazer
comparacoes.
Ou seja, e bem plausivel demarcar que essa discrepancia numerica
mostre a afetacao (positiva ou negativa) que a questao causou nos
entrevistados, mesmo naqueles que nao se habilitaram a responde-la e
tambem nos habilitados, de forma diversa, e claro. A seguir, as
confrontacoes.
Em comparacao com os jornalistas, a maioria dos respondentes acha
que o nivel de influencia dos lideres do Facebook e igual ao dos
profissionais da imprensa. Cerca de 1/3 pensa que e maior e quase 26%
acham que os formadores de opiniao de suas redes tem menos importancia
discursiva que os jornalistas.
No confronto com os politicos, a maioria dos respondentes acha que
o nivel de influencia dos lideres da rede e maior. Cerca de 21% pensa
que e igual e mais de 35% acham que eles tem menos peso opinativo que os
politicos.
Em comparacao com padres e pastores, a maioria acha que o nivel de
influencia dos lideres de opiniao das redes e menor. Para cerca de 30% e
maior e 24% acham que eles tem o mesmo nivel de influencia.
No comparativo com professores, a maioria acha que o nivel de
influencia dos lideres de opiniao das redes e igual. Para cerca de 34%,
e maior e 25% acham que eles tem um nivel de influencia menor que os
professores.
Comparados com os cientistas, a maioria acha que o nivel de
influencia dos lideres de opiniao das redes e menor. Para cerca de 33%,
e maior e 20% acham que eles tem um nivel de influencia igual ao dos
cientistas.
Cotejados com os artistas, a maioria acha que o nivel de influencia
dos lideres de opiniao das redes e igual a deles. Para cerca de 35%, e
maior e 28% acham que eles tem um nivel de influencia menor que os
artistas.
Ou seja, pela pesquisa, constata-se que os formadores de opiniao
estao em plena forma neste novo ambito de comunicacao e se vislumbra que
as liderancas em rede tem prestigio maior que o dos politicos,
influencia igual a dos jornalistas, professores e artistas. So perdem em
referencia opinativa para cientistas e padres e pastores.
Primo (2009, p. 303) afirma que redes como a web ("sem
escalas") "caracterizam-se por uma grande quantidade de nos
com poucas conexoes e por poucos polos cujos nos tem um alto numero de
links (os hubs)". Barabasi (2009, p. 50) afirma que os hubs
("nos altamente conectados") equivalem, na web, aos conectores
presentes nas mais redes diversas redes de relacionamento: "eles
criam tendencias e modas, fazem contatos importantes, espalham novidades
[...]".
Para alem do marco eminentemente tecnico a sustentar tal afirmativa
(redes aleatorias, cujos nos teriam numero semelhante de conexoes versus
redes sem escalas, com nos diferenciados quanto ao numero de links),
esses perfis de referencia em opiniao nas redes poderiam ser
considerados um tipo peculiar de hub.
Assim, de acordo com nosso objeto de estudo, um hub lider de
opiniao seria o equivalente aos formadores de opiniao do paradigma da
comunicacao de massa. O proprio Primo (2009, p. 303) faz essa
aproximacao: "[...] partindo do pressuposto de que os nos com
grande numero de conexoes em uma rede social tem maior potencial de
fazer circular informacoes, muitas campanhas promocionais vem buscando
utilizar o potencial persuasivo desses hubs para fins
estrategicos".
Enfim, como lideres de opiniao ou hubs lideres de opiniao, o fato e
que o ambiente das redes sociais digitais herdou da comunicacao de massa
a figura do formador de opiniao, o individuo disposto a defender seus
pontos de vista, com mais informacao e argumentos, persuadindo ou
inspirando aqueles menos devotados a reflexao, por indisposicao ou falta
de elementos retorico-informativos.
"Os hubs sao o mais forte argumento contra a visao utopica de
um ciberespaco igualitario. Sim, todos temos o direito de colocar o que
quisermos na Web. Mas alguem percebera? ", argumenta Barabasi
(2009, p. 53), afirmando que, em razao de a Web nao ser randomica, nao
nos dando as mesmas chances de sermos vistos e ouvidos, por praticidade
de buscas e respostas e contra a invisibilidade da rede, "[...]
coletivamente, de certa forma, criamos hubs [...]", seja por meio
de decisoes conscientes e autonomas, seja por meio de algoritmos.
Conclusao
A pesquisa da qual deriva este artigo fornece, no limite de sua
metodologia e corpus, elementos para fazer ampliar a fronteira dos
estudos de redes sociais e, quanto ao seu objeto, a opiniao, produziu
elementos que se podem considerar uteis a discussao do problema
constituido para a investigacao, que articula dois importantes
ingredientes a vida atual, quais sejam, a propria opiniao e as redes
sociais digitais.
No quadro geral de analise sobre a influencia do Facebook no regime
de opiniao, pode-se se perceber a presenca muito marcante da rede social
na composicao das ideias e pensamentos cotidianos do internauta.
Essa dinamica de midiatizacao da opiniao, com o Facebook
participando do regime de opiniao dos internautas, e uma evidencia
concreta dos fundamentos do cotidiano midiatizado, discutido na secao
inicial deste artigo.
Segundo tal paradigma, na contemporaneidade, a vida e articulada,
cada vez mais, pelas conexoes midiaticas, e a existencia e
crescentemente mobilizada/dinamizada pelos conteudos que circulam no
sistema linfatico da comunicacao em rede de midias.
Em sua interface com o Facebook, o regime de opiniao se midiatizou
efetivamente, afinal quase 100% reconhece a influencia da rede social,
80% se confessam influenciados, 78% ja mudaram de opiniao por causa dela
e mais de 90% se diz pautado pelo Facebook na sua agenda cotidiana de
reflexao e opiniao.
Acerca da investigacao sobre uma possivel ocorrencia de formadores
de opiniao, fazendo jus a polemica em torno do assunto, o estudo mostra
que eles nao estao firmes e fortes na rede como, em alguns casos eles
rivalizam com lideres tradicionais.
Ao contrario do que se vaticinou, conforme dissemos, dos estudos
sobre campanhas eleitorais nos Estados Unidos, em tempos de comunicacao
de massa no seculo XX, a era da comunicacao em redes digitais, parece
que os lideres de opiniao sobreviveram e se mantem.
E o cotidiano se reinventado pelas praticas comunicacionais e suas
tecnologias correlatas, nao de forma abrupta, mas no ritmo das demandas,
sonhos, projetos e necessidades que sao, inclusive, moldados e
mobilizados pelas opinioes, cada vez mais midiatizadas e em rede.
http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2015.1.19448
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NOTAS
(1) Estudo derivado da pesquisa "A opiniao e a rede: dinamica
e processos no Facebook", realizada no ambito do estagio
pos-doutoral do primeiro autor, com a supervisao da segunda autora, no
Programa de Pos-Graduacao em Midia e Cotidiano da UFF, em 2014.
(2) Aqui nao se trata de estudar a chamada "opiniao
publica", area de pesquisa que movimenta as ciencias humanas e
sociais. O nosso objeto nao e o "acordo da totalidade, ou da grande
maioria, das opinioes de uma coletividade sobre questoes de interesse
geral", ou seja, a "opiniao publica" nas palavras de
Neiva (2013). O proposito e verificar as condicoes atuais da
constituicao da opiniao individual a partir da contingencia das redes
sociais. Nao se trata de estudar a formacao de opiniao da maioria e/ou
de consensos, mas da opiniao pessoal, que, por seu carater relacional,
pode ser virtualmente individual, coletiva, em rede ou ate publica.
(3) O Facebook e a maior rede social em atividade no mundo,
agregando mais de 1 bilhao de "curtidores", com capital
negociado na bolsa de valores das empresas de tecnologia, Nasdaq,
avaliado em mais de US$ 100 bilhoes. Fundado em 4 de fevereiro de 2004,
e aberto ao publico em 2006, e a rede social de maior alcance no Brasil,
totalizando 76 milhoes de usuarios, abaixo da India e dos EUA.
(4) Sobre o periodo de disponibilizacao da enquete, vale ressaltar
que a logica de atualizacoes do Facebook nao prescreve ou recomenda
longos intervalos de colheita de dados. A maioria das respostas, pudemos
verificar empiricamente, ocorre imediatamente apos as postagens das
mensagens solicitando a participacao. Assim, ficar repetindo tais posts
nao fara nada alem do que cansar aqueles que ja responderam e irritar
aos que nao interessaram logo de primeira. Vale dizer que fizemos uma
postagem inicial e mais tres compartilhamentos do post inicial.
(5) Mundo afora, a media de respondentes a pesquisas on-line em
redes sociais gira em torno de 300 pessoas, sendo que na, maioria das
vezes, se oferecem recompensas para incentivar a participacao. No nosso
caso, a adesao foi absolutamente voluntaria. Uma das pesquisas que mais
repercutiram mundialmente sobre o "universo" Facebook--estudo
de uma universidade alema que apontou a inveja como um sentimento comum
despertado entre os usuarios da rede social digital--ofereceu vales para
compras na www.amazon.de para incentivar respostas a seus dois
questionarios distintos sobre o mesmo tema. Em um levantamento, os
pesquisadores alemaes conseguiram 357 adesoes e em outro, foram
coletadas 227 respostas. Disponivel em: <http://warhol.
wiwi.huberlin.de/~hkrasnova/0ngoing_Research_files/WI%202013%20Final%20Submission%20Krasnova.pdf>. Acesso em: 1[degrees] abr. 2014.
(6) Disponivel em:
<http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/sou-brasileiro-nao-desligo-nunca-12195500>. Acesso em: 16 abr. 2014.
(7) Segundo dados do Ibope Media, publicados na Revista Info Exame
de 03 de outubro de 2013, somos 105 milhoes de internautas, sendo que
57,2 milhoes de usuarios acessam regularmente a Internet. Na edicao de
18 de dezembro de 2013, a revista IstoE informa, segundo dados da
Pesquisa TIC Domicilios e IBGE, que os maiores percentuais de acesso a
web estao entre os jovens (70% dos que tem entre 10 e 15 anos; 74% dos
que tem 16 a 24 anos; 62% dos que tem 25 a 34 anos; 46% dos que tem 35 a
44 anos; 31% dos que tem 45 e 59 anos; e 8% dos que tem mais de 60 anos)
e os mais ricos (94% dos que estao na classe A, 80% da classe B, 47% da
C e 14% da D/E) e os que tem os mais altos graus de instrucao (1% entre
analfabetos/educacao infantil; 30% dos que possuem ensino fundamental;
72% entre aqueles com ensino medio; e 93% daqueles detentores de nivel
superior).
(8) Disponivel em:
<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/09/brasil-e-o-2-pais-com-mais-usuarios-que- entramdiariamente-no-facebook.html>. Acesso em:
04 nov. 2013.
Recebido: 23.11.2014
Aceito: 10.02.2015
Endereco dos autores:
Jose Antonio Martinuzzo <
[email protected]>
Departamento de Comunicacao Social
Universidade Federal do Espirito Santo
Av. Fernando Ferrari, 514
29075-910 Vitoria, ES, Brasil
Renata Rezende Ribeiro <
[email protected]>
Universidade Federal Fluminense
Programa de Pos-Graduacao em Midia e Cotidiano/IACS 2
Rua Tiradentes, 148--Bairro Inga
24210-510 Niteroi, RJ, Brasil
JOSE ANTONIO MARTINUZZO
Professor Doutor do Departamento de Comunicacao Social da
Universidade Federal do Espirito Santo (UFES) e do Programa de
Pos-Graduacao em Comunicacao e Territorialidades, Universidade Federal
do Espirito Santo (UFES), do qual e coordenador-adjunto.
<
[email protected]>
RENATA REZENDE RIBEIRO
Professora Doutora do Departamento de Comunicacao Social da
Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Programa de Pos- Graduacao em
Midia e Cotidiano, Universidade Federal Fluminense (UFF).
<
[email protected]>
Tabela 1
Sexo Respondentes Percentual
Feminino 264 65,67%
Masculino 138 34,33%
Total 402 100%
Escolaridade Respondentes Percentual
Fundamental 03 0,75%
Medio 33 8,21%
Superior 200 49,75%
Pos 166 41,29%
Total 402 100%
Tabela 2
1--Voce acha que as postagens das redes Respondentes Percentual
sociais, incluindo o Facebook,
influenciam a opiniao das pessoas?
Nao influenciam 03 0,75%
Influenciam pouco 185 46,02%
Influenciam muito 214 53,23%
Total 402 100%
Tabela 3
2--As mensagens dos seus amigos virtuais Respondentes Percentual
no Facebook influenciam as suas
opinioes pessoais?
Nao influenciam 105 26,12%
Influenciam pouco 256 63,68%
Influenciam muito 41 10,20%
Total 402 100%
Tabela 4
3--Alguma vez, voce ja mudou de opiniao Respondentes Percentual
sobre determinado assunto apos acessar
uma opiniao diferente da sua no
Facebook?
Nunca mudei 90 22,39%
Poucas vezes 275 68,41%
Muitas vezes 37 9,20%
Total 402 100%
Tabela 5
4--Os conteudos do Facebook ajudam a Respondentes Percentual
definir os temas sobre os quais voce
busca refletir e formar opiniao no seu
dia a dia?
Nao influenciam 38 9,45%
Raramente influenciam 100 24,88%
As vezes influenciam 215 53,48%
Sempre influenciam 49 12,19%
Total 402 100%
Tabela 6
13--Na sua rede social, voce identifica Respondentes Percentual
algum lider/formador de opiniao, alguem
que influencia a opiniao dos demais
participantes do grupo?
Nao 100 24,88%
Sim 302 75,12%
Total 402 100%
Tabela 7
Lideres em rede X jornalistas
Influencia Respostas Porcentagem
Igual 125 40,45%
Maior 105 33,98%
Menor 79 25,57%
Total 309 100%
Tabela 8
Lideres em rede X politicos
Influencia Respostas Porcentagem
Igual 65 21,33%
Maior 132 43,27%
Menor 108 35,40%
Total 305 100%
Tabela 9
Lideres em rede X padres/pastores
Influencia Respostas Porcentagem
Igual 70 23,90%
Maior 89 30,37%
Menor 134 45,73%
Total 293 100%
Tabela 10
Lideres em rede X professores
Influencia Respostas Porcentagem
Igual 125 40,58%
Maior 105 34,10%
Menor 78 25,32%
Total 308 100%
Tabela 11
Lideres em rede X cientistas
Influencia Respostas Porcentagem
Igual 60 20,27%
Maior 98 33,10%
Menor 138 46,63%
Total 296 100%
Tabela 12
Lideres em rede X artistas
Influencia Respostas Porcentagem
Igual 109 36,59%
Maior 105 35,23%
Menor 84 28,18%
Total 298 100%