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文章基本信息

  • 标题:Transmedia consumption in television contents: exploring possibilities on a research agenda/Consumo transmidias de conteudos televisivos: exploracoes em torno de uma agenda de investigacao.
  • 作者:Fechine, Yvana Carla ; Bronsztein, Karla Patriota
  • 期刊名称:Revista Famecos - Midia, Cultura e Tecnologia
  • 印刷版ISSN:1415-0549
  • 出版年度:2016
  • 期号:January
  • 语种:Spanish
  • 出版社:Editora da PUCRS
  • 摘要:A producao contemporanea de conteudos audiovisuais nao pode mais ser dissociada da atuacao dos grandes conglomerados de comunicacao, que possuem interesses no cinema, na teve aberta e a cabo, em jornais e revistas, no mercado editorial e nas midias digitais. Esses conglomerados operam hoje de acordo com uma logica comercial que Jenkins (2003) denomina de franquias de entretenimento referindo-se ao modo como, a partir da convergencia (2), um mesmo produto e explorado, sinergicamente, pelas suas diferentes empresas observando um fluxo cross-media de consumo. Neste ambiente, no entanto, as experiencias de integracao entre midias assumem um carater particular ao compatibilizarem as estrategias mercadologicas com os pressupostos da chamada cultura participativa, propiciada pela popularizacao dos mais variados dispositivos digitais interativos, sobretudo a partir da ultima decada. E neste cenario que se difunde a nocao de transmidiacao associada as logicas de producao e consumo de conteudos em multiplas plataformas (3). Sem limites conceituais bem definidos, a transmidiacao nos desafia a pensar sobre suas estrategias ate mesmo como forma de melhor caracteriza-la como fenomeno. O ponto de partida para esta problematizacao e a ideia de transmedia storytelling forjada a partir da industria do entretenimento.

Transmedia consumption in television contents: exploring possibilities on a research agenda/Consumo transmidias de conteudos televisivos: exploracoes em torno de uma agenda de investigacao.


Fechine, Yvana Carla ; Bronsztein, Karla Patriota


Transmidiacao: Conceituacao e estrategias (1)

A producao contemporanea de conteudos audiovisuais nao pode mais ser dissociada da atuacao dos grandes conglomerados de comunicacao, que possuem interesses no cinema, na teve aberta e a cabo, em jornais e revistas, no mercado editorial e nas midias digitais. Esses conglomerados operam hoje de acordo com uma logica comercial que Jenkins (2003) denomina de franquias de entretenimento referindo-se ao modo como, a partir da convergencia (2), um mesmo produto e explorado, sinergicamente, pelas suas diferentes empresas observando um fluxo cross-media de consumo. Neste ambiente, no entanto, as experiencias de integracao entre midias assumem um carater particular ao compatibilizarem as estrategias mercadologicas com os pressupostos da chamada cultura participativa, propiciada pela popularizacao dos mais variados dispositivos digitais interativos, sobretudo a partir da ultima decada. E neste cenario que se difunde a nocao de transmidiacao associada as logicas de producao e consumo de conteudos em multiplas plataformas (3). Sem limites conceituais bem definidos, a transmidiacao nos desafia a pensar sobre suas estrategias ate mesmo como forma de melhor caracteriza-la como fenomeno. O ponto de partida para esta problematizacao e a ideia de transmedia storytelling forjada a partir da industria do entretenimento.

De acordo com Jenkins, a transmedia storytelling, ou narrativa transmidia, representa um processo no qual um conjunto de elementos de uma ficcao estao dispersos sistematicamente por multiplas plataformas com o proposito de criar uma experiencia unificada e coordenada de entretenimento (2003a, 2008). As narrativas transmidias envolvem a criacao de universos ficcionais compartilhados pelos diferentes meios, cabendo a cada um deles desenvolver programas narrativos proprios, mas de modo articulado e complementar com os demais. As historias que comecam a ser contadas na tela do cinema tem continuidade na tela da teve e, depois, no computador. O procedimento tambem ocorre ao contrario com narrativas que surgem nas telas de computador, desdobram-se na tela do cinema e, a partir dai, chegam a teve. Com esse tipo de estrategia, o objetivo agora e construir um complexo mundo ficcional que sustenta multiplas relacoes entre os personagens e suas historias.

Esses desdobramentos possiveis do universo ficcional proposto se manifestam em multiplos meios, expandindo o enredo original em distintos momentos de sua linha temporal, enfocando novos aspectos ou pontos de vista, explorando personagens secundarios e/ou complexificando a atuacao dos protagonistas a partir de situacoes e ambientes proprios a cada plataforma. Para isso, e necessario investir na proposicao de universos ficcionais capazes de acolher diversos personagens, do mesmo modo que estes devem ser compostos para sustentar multiplas situacoes. Na pratica, os fenomenos de transmidiacao mais bem-sucedidos, segundo Jenkins (2008), tem sido aqueles nos quais cada midia da uma contribuicao ao sistema narrativo como um todo, mantendo, no entanto, sua autonomia. Idealmente, a narrativa proposta por cada meio deve fazer sentido tanto para os espectadores que tomam contato com aquele universo ficcional pela primeira vez, por meio de uma determinada midia, quanto para os outros que buscam aquele universo ficcional em varias midias. O desafio para criadores/realizadores passa a ser, entao, compatibilizar os desdobramentos nas distintas midias a partir do mesmo environment narrativo --um mesmo nucleo duro de personagens envolvidos em um mesmo percurso --que se expande a cada midia.

Quando Jenkins (2008) difundiu no meio academico o conceito de transmedia storytelling, o emprego de multiplas plataformas para expressao de um mundo ficcional ja nao era uma novidade na industria do entretenimento norte-americana. Desde Star Wars, que explorou sinergicamente a expansao da narrativa entre a teve e o cinema e depois para outros meios, ainda nos anos 70, essas estrategias de integracao entre midias ja vinham sendo exploradas com exito pelos produtores hollywoodianos. No comeco dos anos 90, Kinder (1991) havia, inclusive, utilizado o mesmo termo transmedia para designar fenomenos como as Tartarugas Ninja e Pokemon que exploravam um personagem ou grupo de personagens em um conjunto de produtos correlacionados, tais como filmes, seriados de teve, quadrinhos, brinquedos, entre outros. Ela denominou esses fenomenos, na epoca, de "sistemas comerciais transmidias", destacando o modo como a imbricacao desses produtos, criados a partir dos mesmos personagens e universos ficcionais, configurava "nucleos de entretenimento" e apelava para uma intertextualidade entre midias inerente a cultura popular massiva (Kinder, 1991). O merito de Jenkins (2008) foi, posteriormente, descrever e chamar a atencao para um tipo de experiencia de integracao entre midias--operada, sobretudo pelos seriados--na qual os fas tinham, agora, um papel fundamental na articulacao dos conteudos. Desenvolvidos em uma unica midia, os seriados tradicionais, explica Jenkins (2010, p.24), ofereciam maior orientacao aos espectadores. Concebidos para multiplas plataformas, seriados como Lost, Heroes, 24 Horas, entre outros, oferecem agora um fluxo menos linear de informacao. Criam assim um espaco no qual os usuarios sao estimulados a buscar a conexao entre os elementos disponiveis em diferentes plataformas midiaticas, compartilhando com outros usuarios aquilo que encontram em suas proprias buscas. Jenkins (2010, p.16) destaca como esse ambiente de convergencia propicia, por um lado, a fluidez com que o conteudo passa por diferentes plataformas e, por outro, a capacidade do publico de empregar redes sociais para se conectar de maneiras novas, moldando ativamente a circulacao desse conteudo e desenvolvendo habilidades tanto para filtrar quanto para se envolver amplamente com os produtos espalhados nas distintas midias. Para Jenkins (2008; 2003b), os consumidores sao agentes criativos fundamentais na constituicao do universo ficcional transmidia, pois sao eles que, ao atenderem o convite para estabelecerem essas conexoes, definem nao apenas os usos das midias, mas tambem aquilo que efetivamente circula entre elas. A emergencia da cultura participativa, portanto, nao e apenas a chave para caracterizacao dos fenomenos transmidias. E tambem o elemento mais importante para distincao deste novo tipo de fluxo cross-media de consumo que ficou conhecido como transmedia (transmidia).

Os modos pelos quais os consumidores sao convidados a participar de experiencias transmidias sao tambem muito variados. Ainda que o proprio Jenkins (2008) nao proponha nenhum tipo de categorizacao dentre elas, parece possivel, observando os exemplos que sao dados de projetos transmidias, identificarmos pelo menos duas grandes estrategias que, embora dotadas de suas especificidades, podem colaborar concomitantemente para o exito de uma mesma experiencia de integracao entre midias.

A primeira estrategia e caracterizada por uma expansao de conteudos: ou seja, transbordamentos do universo tematico proposto a partir da oferta de elementos dotados, por um lado, de uma funcao ludica ou, por outro lado, de uma funcao narrativa propriamente dita. Neste primeiro caso, promove-se inclusive a extracao de elementos do universo narrativo para o cotidiano da audiencia por meio de conteudos que estimulam o espectador a fabular, a vivenciar, a entrar em um jogo de faz de conta a partir do seu envolvimento com os personagens e as situacoes apresentadas. No ultimo caso, investe-se na proposicao de extensoes textuais em plataformas associadas, tendo como referencia a construcao de uma transmedia storytelling, ou narrativa transmidia, tal como descrita aqui anteriormente.

Nao se pode esquecer, porem, que uma narrativa transmidia e tambem narrativa, devendo observar, a despeito de suas especificidades, um conjunto de procedimentos que a definem como tal, ja descritos em trabalhos anteriores (Fechine e Figueiroa, 2011 e Fechine, 2012). Neste caso, investe-se na complementaridade entre elementos e programas narrativos interdependentes, mas dotados de sentido em si mesmos. Ha, portanto, uma organicidade entre os conteudos postos em circulacao e disponiveis para acesso dos agentes criativos (consumidores). Essa interdependencia e organicidade entre os eventos distribuidos entre os diferentes meios e o que nos permite enxergar o conjunto como um tipo particular de narrativa que investe na integracao entre meios para propor aprofundamentos a partir dessa distribuicao articulada de conteudos (Fechine e outros, 2013).

A articulacao dos conteudos entre as plataformas, no entanto, nem sempre e presidida pelo mesmo tipo de relacao de complementaridade e aprofundamento, ainda que o objetivo seja sempre promover o engajamento do fruidor. Ha casos, porem, em que os conteudos de uma ou mais midias estao correlacionados, mas nao estao implicados diretamente uns nos outros, o que acaba configurando um segundo tipo de estrategia. A chave da experiencia transmidia passa a ser, agora, a ressonancia e a retroalimentacao dos conteudos. Um conteudo repercute ou reverbera o outro, colaborando para manter o interesse, o envolvimento e a intervencao criativa do consumidor de midias no universo proposto, mesmo que nao desempenhe, a rigor, uma funcao narrativa. Trata-se, muito frequentemente, de uma estrategia destinada a repercutir um universo ficcional em redes sociais na web ou fora dela, acionando o gosto dos consumidores por conversarem e/ou por saberem mais sobre aquilo que consomem nas midias. Com isso, colabora-se para manter o consumidor de midias envolvido com o universo ficcional proposto, seja convocando-o a algum tipo de atuacao colaborativa, seja simplesmente convidando-o a dar ressonancia aos conteudos propostos, agendando-os entre outros usuarios ou em outras instancias, constituindo comunidades de interesses. Observa-se ainda, sobretudo na publicidade, o desenvolvimento de conteudos articulados em multiplas plataformas para "reiteracao" de valores. Forma-se, desse modo, um ciclo sinergico no qual um conteudo chama atencao sobre o outro, acionando uma producao de sentido apoiada nessas remissoes reciprocas e nessa propagacao por distintos meios de um determinado universo ficcional.

Considerando a diversidade de estrategias dessas acoes de integracao entre midias, propomos entao empregar o termo transmidiacao para designar, de modo mais amplo, toda producao de sentido fundada na reiteracao e familiaridade, pervasividade e distribuicao em distintas plataformas tecnologicas de conteudos associados, cuja articulacao esta ancorada na cultura participativa estimulada pelos meios digitais. Em outras palavras, a transmidiacao pode ser pensada como uma logica de producao multiplataforma ancorada no consumo participativo das midias no cenario de convergencia. Nesta perspectiva, nao se limita apenas aos conteudos ficcionais e de entretenimento no audiovisual, embora se observe nestes os desenvolvimentos mais expressivos ate aqui. Partindo dessa conceituacao de base e da identificacao de estrategias mais gerais, e possivel propor uma agenda de investigacao do consumo transmidia de conteudos televisivos, foco de nosso interesse, orientada por ao menos tres eixos: (1) problematizacao teorico-conceitual dos termos em que pode se dar a apropriacao das estrategias transmidias em distintos campos de producao--entretenimento, publicidade, jornalismo etc.--atentando, de um lado, para as limitacoes e potencialidades delineadas por seus processos comunicacionais especificos e, de outro, para as propriedades tecnico-expressivas das plataformas empregadas e da midia regente; (2) definicao de protocolos metodologicos para acompanhamento da circulacao e recepcao de conteudos transmidias; (3) observacao do consumo dos meios por parte da populacao brasileira, associando-o a comportamentais e atitudes.

Estamos diante, evidentemente, de uma agenda de investigacao desafiadora e de longo prazo, para a qual pretendemos, por ora, apenas apontar. Entretanto, como parte deste esforco, propomo-nos, nos limites deste artigo, a trabalhar sobre o eixo (3), fazendo uma analise exploratoria de dados referentes ao consumo dos meios, capazes de dar sinalizacoes para a compreensao das praticas de consumo transmidias. Para esta analise, usamos o software Sisem (4) Suite e nos debrucamos sobre o banco de dados do primeiro trimestre de 2014 do Estudo Geral dos Meios (EGM), realizado pelo Ipsos Marplan Media CT entre dezesseis mercados brasileiros que, juntos, representam 86% de todos os investimentos publicitarios no Brasil (5). Nesta exploracao, elegemos a televisao como lugar privilegiado de observacao (midia de referencia) em funcao dos nossos interesses de pesquisa e a partir de dados oferecidos pelo proprio EGM em relacao aos chamados heavy users. (6) Como se pode observar no grafico 1, ha um claro predominio da televisao aberta: 74% dos entrevistados declaram ser este o meio que consomem mais intensamente, havendo entre estes um predominio dos adultos jovens (faixas entre 20 a 34 anos, que, juntos, representam 29% de todos os consumidores heavy user do meio. Os menores grupos de consumidores heavy user sao encontrados nas faixas etarias de 18 a 19 anos e 65 a 69 anos, ambos com 3%.

Transmidiacao: sinalizacoes a partir do consumo dos meios

De forma mais ampla, o EGM consiste na coleta e analise dos conteudos de midia/consumo e comportamento/atitude dos consumidores diante dos meios de comunicacao e de toda uma gama de produtos e marcas. Faz ainda um levantamento da percepcao que os entrevistados possuem sobre as midias. Para isso, perguntas que revelam se o entrevistado consome simultaneamente as midias ou ainda se consome (e em que nivel) os conteudos de determinadas midias em distintas plataformas foram feitos a 75.388 mil pessoas no periodo que analisamos (primeiro trimestre de 2014), que representam, de forma projetiva, 80 milhoes de pessoas na populacao brasileira, das classes A, B, C e D/E (7) (Criterio Brasil (8)) e em todas as faixas etarias. Com base nesses dados, ja e possivel extrair alguns indicativos capazes de orientar a formulacao de estrategias de producao e consumo transmidias a partir da televisao, midia escolhida para esta exploracao inicial.

Um primeiro dado a destacar na observacao do comportamento dos entrevistados que declaram assistir a televisao diariamente sao os percentuais de espectadores que ligam a teve em busca de programas especificos (tabela 2). Trata-se de um dado que conota um maior envolvimento dos espectadores com determinados conteudos acessados, o que e uma condicao sine qua non para a efetivacao do consumo participativo inerente as experiencias transmidias. Sem este interesse, dificilmente um espectador sera levado a buscar retroalimentacao ou mesmo expansoes de conteudos em outras midias/plataformas. Outro dado a ser levado em consideracao: em todas as classes economicas e infimo o percentual de espectadores que consome conteudos televisivos no celular (menos de 1%) e/ou na internet (1%) da populacao pesquisada (9). Os dados mostram que nao ha ainda uma mudanca significativa quanto ao dispositivo e situacao a partir dos quais sao consumidos os conteudos televisivos.

Ha ainda indicadores relevantes quando investigamos o modo como as pessoas assistem a televisao. Em todas as classes, a maioria dos entrevistados conjuga o consumo do meio com atividades domesticas, sendo ainda bem poucos os que acessam outras plataformas ao mesmo tempo em que estao em frente a televisao (tabela 03). Entre os que assistem teve diariamente e utilizam a internet ha, de modo geral, o predominio do uso da internet para acessar os sites de relacionamento, ainda que seja possivel verificar, entre as classes A e B, a indicacao do consumo de noticias e esportes e o habito de baixar e assistir videos como principais motivos de acesso, sem que isto diminua a relevancia, entre estes, da utilizacao das redes sociais (tabela 04).

A partir destes indicadores comportamentais, surgem mais duas sinalizacoes significativas: o uso das redes sociais para propagacoes transmidias e uma aposta certeira, pois o acesso a internet em busca dos sites de relacionamento e predominante em todas as classes, embora os percentuais mais expressivos concentrem-se naquelas de maior poder economico (tabela 4). De modo geral, porem, o uso dessas plataformas, nao se da concomitantemente a fruicao da teve, como demonstra a tabela 3, o que sugere uma maior eficacia de estrategias pautadas no consumo assincrono das midias e plataformas. Nao estamos ainda, como se especula, sob a egide de um consumidor transmidia multitarefa.

Alem da observacao mais geral do comportamento de consumo de midias, no caso da teve, e importante atentar para as determinacoes dos generos/formatos televisuais na definicao de estrategias transmidias. Entidades comunicativas por excelencia da cultura de massa, os generos orientam todo o uso da linguagem no ambito de um determinado meio. Podem ser pensados como matrizes de natureza estetica e sociocultural que envolvem promessas de relacao com o mundo (ser ficcional ou nao ficcional, por exemplo) e processos de reconhecimento. Operam a partir de certos habitos produtivos (determinados modos de produzir) e de certos habitos receptivos (determinado sistema de expectativa do publico) que precisam, portanto, ser levados em conta quando a producao de sentido aposta na articulacao multiplataforma dos conteudos.

Os dados do EGM Ipsos Marplan (tabela 5) apontam o telejornal e a telenovela/minisseries como os generos televisuais mais consumidos entre os brasileiros (80% e 69% dos entrevistados, respectivamente). Dentre estes formatos, a telenovela, e, sem duvida, o que tem investido de modo mais assumido e inovador em estrategias transmidias. Hoje, as telenovelas da Rede Globo, principal referencia e produtora do genero no Brasil, contam com um projeto transmidia cujas acoes sao pensadas a partir das caracteristicas da trama e ficam a cargo de uma equipe composta especialmente para este fim. As telenovelas foram o primeiro unico setor de producao na Globo a contar com produtores especificos de conteudos transmidias, embora as articulacoes entre teve e internet ja estivessem presentes em outros programas. As equipes transmidias sao escaladas por novela e passam a, partir dai, a trabalhar diretamente com seus autores e diretores. Ha, assumidamente, um interesse da Globo na transmidializacao de suas telenovelas (Medeiros e Gontijo, 2013). Cabe entao, no contexto da televisao brasileira, uma observacao mais cuidadosa sobre este genero (10).

Para esta analise exploratoria dos habitos de consumo de midias dos espectadores de novelas e minisseries pareceu-nos pertinente observar tambem, neste segmento que tem predilecao pela teledramaturgia, o tipo de utilizacao e a intensidade de consumo da internet (11). Esta intensidade foi aferida a partir de tres indicadores: consumo ocasional, frequente e muito frequente dos espacos online. Desprezamos o primeiro nao apenas pela inexpressividade dos numeros quanto pela pressuposicao de que o consumo ocasional nao e relevante para definicao de estrategias transmidias. Em todas as classes, os entrevistados declaram que o uso mais intenso da internet (categorias frequente ou muito frequente) se da para acessar sites de busca. Entretanto, e razoavel supor que o acesso aos sites de busca nao representa, via de regra, uma finalidade em si mesma. Passa entao a ter mais relevancia a constatacao que, depois do acesso aos sites de busca, o uso da internet indicado como frequente ou mais frequente pelos telespectadores de telenovelas/minisseries seja para entrar em sites de relacionamento (tabelas 6 e 7). No caso especifico dos consumidores de telenovelas/minisseries que tem o habito de acessar as redes sociais muito frequentemente (exceto os agrupados na classe A), eles o fazem com percentuais maiores do que o acesso muito frequente aos sites de buscas (tabela 7). Estes habitos dos espectadores de novelas e minisseries confirmam a tendencia geral de consumo da internet apontada na tabela 4 e, novamente, reforcam o potencial das redes sociais digitais na construcao de estrategias transmidias associadas a teledramaturgia.

No Brasil, os sites de relacionamento com o maior numero de usuarios sao o Facebook (12) e o Twitter (13). Contudo, o Youtube, que tambem e considerado com um site de "relacionamento" em outros moldes, abarca o segundo lugar na participacao dos brasileiros: 47%, de acordo com o EGM Online (2014). Interessou-nos, entao, saber se os espectadores de telenovelas utilizavam tais plataformas para o relacionamento online (14). Os dados revelam uma predominancia geral de mencoes ao Facebook (40%), com algumas diferencas em relacoes as classes economicas (tabela 8). No caso especifico das novelas, a intensidade de uso das redes sociais e, dentre estas, a expressividade do Facebook--plataforma amplamente usada para discussoes do cotidiano e ainda apresentando crescimento no Pais (15)--indicam o quanto a televisao e a internet podem operar, sinergicamente, a partir de uma caracteristica fundamental dos consumidores do genero ja apontada por estudiosos da teledramaturgia brasileira: o gosto do publico por conversar sobre e a partir das telenovelas.

As conversas provocadas pelas telenovelas nao dizem respeito apenas ao destino dos personagens e aos caminhos que a historia tomou ou pode tomar. Tratam tambem de problemas sociais e dilemas morais que estao subjacentes as situacoes vividas pelos personagens ou as suas caracterizacoes. Lopes (2009) lembra que a telenovela brasileira ja abordou questoes polemicas como a reforma agraria, o "coronelismo", a especulacao imobiliaria, as companhias multinacionais, a corrupcao politica, o racismo, as minorias, entre outras. Ao tratar de tais questoes, a telenovela brasileira tem funcionado, segundo a autora, como uma instancia de debate publico, definindo "uma certa pauta que regula as intersecoes entre a vida publica e a vida privada" (Lopes, 2009, p.23), dando visibilidade a certos assuntos, comportamento, problemas sociais ou dilemas morais, e nao a outros. Abre-se, em funcao dessa pratica, um campo novo e fertil de exploracao de elementos correlacionados aos temas propostos pela telenovela a partir de estrategias de retroalimentacao de conteudos entre as plataformas (Fechine, Figueiroa e Cirne, 2011).

Consideracoes finais

O levantamento e analise de dados do EGM Ipsos Marplan, explorados aqui como etapa inicial de uma agenda de investigacao do consumo transmidia, sinaliza, ao final, um grande dilema para os produtores de conteudos televisivos nesse cenario de convergencia: a incipiente insercao do publico brasileiro sobretudo, nas classes economicas C e D/E--na dinamica da cultura participativa. Para Jenkins (2006), o cerne dessa cultura participativa e a transformacao do consumidor de midias tambem em um produtor de conteudos distribuidos por canais alternativos abertos pela internet (plataformas colaborativas, rede sociais, por exemplo). Estes conteudos sao o resultado, muitas vezes, da apropriacao e reelaboracao do que e posto em circulacao pelos conglomerados de midias (recriacoes, parodias) e, no extremo, culminam com a producao dos chamados fandoms, dos quais surgem praticas como downloads e distribuicao de episodios oficiais, spoiling, criacao de sites e episodios proprios a partir das narrativas canonicas. Para Jenkins (2006, p.136), a mais legitima expressao dessa cultura participativa esta nessas comunidades de fas que interagem com o ecossistema midiatico orientado por uma inteligencia coletiva (conhecimentos construidos de modo colaborativo pela rede).

Em uma chave mais geral, e possivel compreender o consumo transmidia como o modo de consumir as midias no seio dessa cultura participativa, tal como descrita por Jenkins (2008). Nesta perspectiva, porem, a problematizacao teorico-conceitual dos termos em que pode se dar a apropriacao das estrategias transmidias em distintos campos de producao deve comecar pela caracterizacao do modo como a cultura participativa se manifesta em cada um deles a partir, tambem, dos estagios e configuracoes economicas, tecnologicas e socioculturais de cada pais. Evidentemente, quando olhamos para a televisao brasileira, estamos diante de um cenario muito distante das praticas de producao e consumo transmidias analisados por Jenkins (2008) a partir dos seriados norte-americanos. Para estas distincoes, colaboram determinacoes de varias ordens--a comecar pelo acesso facil e qualificado a rede--, mas, interessa-nos, sobretudo, olhar para caracteristicas especificas de producao e consumo dos produtos culturais de maior alcance na teve brasileira, entre eles, a telenovela (16).

No contexto nacional, os indicadores com os quais trabalhamos aqui revelam uma predisposicao dos que assistem a televisao diariamente para o uso das midias sociais, indicando sua pertinencia e potencial na elaboracao de estrategias transmidias. No entanto, mesmo nessas plataformas, pode-se constatar no total (42%) e por classe ainda uma participacao moderada (tabela 4). Observando, de modo particular, o comportamento dos telespectadores que consomem telenovela, essa dificuldade fica ainda mais evidente. Segundo os dados do EGM Ipsos Marplan, as faixas de publico que mais assistem as telenovelas sao a classe D/E (72%) e a classe C (71%) (17). Em ambas, o percentual dos que publicam/atualizam blogs--o que sugere um comportamento mais ativo na rede--e infimo. O percentual dos que acessam sites de relacionamentos experimenta um crescimento maior,ja que observamos que 10% dos que assistem telenovelas e minisseries frequentemente acessam sites de relacionamento e 29% acessam muito frequentemente (tabelas 6 e 7, respectivamente), contudo os numeros mais expressivos estao nas classes A e B e nao no contingente maior de espectadores dos formatos em questao, a despeito de ser esta uma das praticas na internet preferidas pelos que consomem teve.

A analise dos dados do EGM Ipsos Marplan, aliada a observacoes preliminares de campo, nos permite supor, por ora, que a elaboracao de conteudos televisivos transmidias pelos produtores brasileiros devera ser orientada muito mais por estrategias de "retroalimentacao/ressonancias" que de "expansoes/aprofundamentos" de conteudos (tabela 1). As estrategias de propagacoes transmidias permitem explorar com eficacia essa nossa predilecao por conversar, por estar em contato uns com os outros nos sites de relacionamento, o que nos parece uma constatacao inicial importante dentro da complexa agenda de investigacao que temos pela frente para compreender essas novas praticas.

DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2016.1.21335

Referencias

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KINDER, M. Playing with Power in Movies, Television and Video games. In: Muppet Babies do Teenage Mutante Ninja Turtles. Berkeley/Los Angeles: University of California Press, 1991.

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Recebido em: 13/7/2015

Aceito em: 10/9/2015

Yvana Carla Fechine

Professora do Departamento de Comunicacao Social e do Programa de Pos-graduacao em Comunicacao da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E mestre e doutora em Comunicacao e Semiotica pela Pontificia Universidade Catolica de Sao Paulo (PUCSP).

<[email protected]>

Karla Patriota Bronsztein

Doutora em Sociologia e Mestre em Comunicacao pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professora do Departamento de Comunicacao Social e do Programa de Pos-graduacao em Comunicacao da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

<[email protected]>

Endereco dos autores:

Yvana Carla Fechine <[email protected]>

Programa de Pos-graduacao em Comunicacao

Universidade Federal de Pernambuco

Av. Prof. Morais Rego, 1235--Cidade Universitaria

CEP: 50670-901

Recife, PE--Brasil

Karla Patriota Bronsztein <[email protected]>

Programa de Pos-graduacao em Comunicacao

Universidade Federal de Pernambuco

Av. Prof. Morais Rego, 1235--Cidade Universitaria

CEP: 50670-901

Recife, PE-Brasil

(1) Adiscussao retoma ideias ja desenvolvidas por Fechini em trabalhos anteriores realizados junto ao Observatorio Ibero-americano da Ficcao Televisiva (OBITEL Brasil) e a Red Transmediaticos, grupo latino-americano de investigadores sobre narrativa transmidia (Fechini, 2012).

(2) Por convergencia, entendemos aqui transformacoes relacionadas "[...] ao fluxo de conteudos atraves de multiplos suportes midiaticos, a cooperacao entre multiplos mercados midiaticos e ao comportamento migratorio dos publicos dos meios de comunicacao." (Jenkins, 2008, p.27).

(3) Compreendemos aqui como plataforma a articulacao de uma midia com uma determinada tecnologia. Nesta perspectiva, e possivel identificarmos distintas plataformas de distribuicao de conteudos em um mesmo meio, como ocorre, por exemplo, na teve e na internet.

(4) Sistema Estudos Marplan.

(5) O EGM tem periodicidade trimestral e reune amostra das seguintes pracas: Grande Sao Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Porto Alegre, Grande Recife, Grande Belo Horizonte, Grande Salvador, Grande Curitiba, Brasilia/DF, Grande Fortaleza, Grande Goiania, Grande Florianopolis, Grande Vitoria e Interior de Sao Paulo. Para este recorte, igualmente contamos com pesquisas nas cidades de Joao Pessoa, Natal, Maceio e Sao Luiz. A pesquisa foi realizada com amostra domiciliar (50% probabilistica e 50% projetiva), coletada atraves de um questionario estruturado, preenchido pelo entrevistador, face a face com o entrevistado. As perguntas sao fechadas e rapidas e, em alguns casos, permitem respostas multiplas--o que possibilita em alguns itens, as respostas ultrapassarem o percentual de 100%.

(6) O usuario/consumidor com maior nivel de intensidade de consumo.

(7) Faixa da populacao/ mercado com caracteristicas afins em termos de grau de escolaridade do chefe de familia e itens de conforto e posse familiar.

(8) O criterio considera a "Classificacao economica" sem a pretensao de classificar a populacao em termos de "Classes sociais".

(9) Amostra do filtro: 17.885 entrevistados.

(10) O OBITEL vem acompanhando esse processo desde 2009. Cf., por exemplo: Lopes, 2011, e Lopes e Gomez, 2011.

(11) Para isso estabelecemos como filtro as atividades relevantes para pensar o consumo transmidia, ignorando atividades como uso para pesquisas profissionais ou compra em sites de leilao, entre outros.

(12) De acordo com o EGM Online (2014), que considerou apenas os brasileiros que acessam a internet, o Facebook desfruta da preferencia de 91% dos entrevistados.

(13) Que apesar de so apresentar 1% de mencoes na pesquisa do EGM--Ipsos, fechou o ano de 2014 com um crescimento de 25,6%--considerado o maior crescimento percentual visto na plataforma desde 2010 no Brasil. (Fonte: Divulgacao Twitter. Disponivel em: <http://www.adnews. com.br/internet/twitter-tem-maior-crescimento-no-brasil-desde-2010>. Acesso em: 24 jan. 2015.

(14) Neste caso, nao consideramos todas as mencoes a outros sites e portais que viabilizam o acesso aos diversos sites de relacionamento atualmente disponiveis, nos concentramos apenas nas plataformas que observamos como as mais usadas para as estrategias transmidia.

(15) Em 2014, o Facebook completou dez anos e contabilizou 1,23 bilhoes de usuarios ativos, cerca de 20% da populacao mundial. Disponivel em: <http://www.portugues.rfi.fr/geral/20140204facebook-comemora-dez-anos- com-crescimento-e-mais-de-2-bilhoes-de-usuarios>. Acesso em: 24 jan. 2015. De acordo com o EGM Online, 2014, entre os brasileiros que acessam a internet, 75% o fazem para acessar as redes sociais, com prioridade para o Facebook. Muito embora, o Instagram tenha crescido em 66% sua base, em 2013, agregando 60 milhoes de novos usuarios ativos mensais.

(16) Para uma discussao sobre as potencialidades e limitacoes para desenvolvimento de uma narrativa transmidia a partir da telenovela, veja Fechine, Figueiroa & Cirne (2011).

(17) Filtro: Ambos sexos com 10 anos e mais anos. Total do Universo (em mil): 75388, amostra do Filtro: 17885, dados referentes ao primeiro trimestre de 2014.
Fig. 1--Tabela 1--Sintese das estrategias transmidias

PROPAGACOES        EXPANSOES TRANSMIDIAS
TRANSMIDIAS

repercussoes       extensoes
ressonancias       desdobramentos
reiteracoes        complementaridades
retroalimentacao   aprofundamentos

Fig. 2-Grafico 1-Consumo Heavy User dos meios.
Amostra do filtro: 17.885 entrevistados.

Jornais seg./dom      13
Radio AM               5
Radio FM              24
TV Aberta             74
TV Paga               29
Internet              41
Cinema                 2
Revistas              10

Note: Table made from bar graph.

Fig. 3--Tabela 2--Motivacao para consumir Televisao
(percentual por classe economica)

             Motivo                  A     B     C    D/E

Passar o tempo livre                48    56    62    56
Saber das noticias                  56    62    67    58
Sentir acompanhado                  42    49    55    50
Para se distrair                    47    54    59    54
Aprender/ cultura geral             39    45    52    46
Informacoes de shows/espet./etc.    29    32    35    32
Saber noticias de esportes          50    53    56    48
Estar atualizado                    53    58    65    58
Ver/escutar programas especif.      56    62    66    58
Informar sobre que deseja comprar   33    39    46    42

Fig. 4--Tabela 3--Consumo de Televisao (ultimos 30 dias) associado
a outras atividades (percentual por classe economica). Amostra do
filtro: 17.515

Assiste TV e ... (simultaneamente)           A     B     C    D/E

toma cafe da manha                          21    24    27    26
almoca/janta                                39    45    48    50
come alguma coisa                           44    44    41    38
toma banho                                   3     2     2     2
se arruma para sair                          7     8     7     6
esta no carro/meio transporte c/pass         1     1     0     0
responde e-mail                              7     5     2     1
fala no celular                             15    13    11     7
entra em redes sociais/blogs                 9     7     4     2
entra/posta mensagens em microblogs          3     2     1     0
ouve radio                                   2     3     2     2
le/folhea revista                            4     2     1     0
le/folhea jornal                             3     2     1     1
fica navegando na internet                  12     9     5     2
le livro                                     3     2     1     0
trabalha                                     4     4     3     3
faz alguma atividade domestica              15    20    22    24
estuda                                       4     3     2     1
conversa com outra pessoa                   30    32    31    28
pratica alguma atividade fisica/ginastica    3     2     1     1
nenhuma outra atividade                     17    15    16    16
outras atividades                            1     1     0     1

Fig. 5--Tabela 4--Consumo de internet pelos que assistem a Televisao
(ultimos 30 dias) (percentual por classe economica). Amostra do
filtro: 17.515

Acessa Internet para ...           Total    A     B     C    D/E

noticias em geral                    25    58    39    16     5
esporte                              10    25    15     6     2
baixar videos/filmes                 10    19    14     7     3
assistir videos/filmes                9    17    12     8     3
acessar bate papo (chats)            11    16    14    10     5
assistir TV                           2     3     2     1     1
fofocas/gente famosa                  4     7     6     3     1
sites relacionamento                 42    65    54    36    16
publicar/atualizar blogs              2     3     2     1     0
informacoes exclusivas pagas          1     1     1     0     0
jogar on line                         8    10     9     7     3
participar de forum de discussao      1     3     2     1     0

Fig. 6--Tabela 5--Os dez generos televisuais mais assistidos
(percentual total e por classe economica). Amostra do Filtro:
17.515

                                       Total
Programas consumidos na TV             Geral    A     B     C    D/E

TV--Noticiario geral--telejornal        80     79    80    80    80
TV--Telenovelas/ minisseries            69     58    64    72    76
TV--Filmes estrangeiros dublados        62     73    66    60    52
TV--Transmissoes esportivas--futebol    50     55    51    49    45
TV--Programas de auditorio              49     36    43    53    56
TV--Filmes nacionais                    49     58    53    47    41
TV--Humorismo                           45     44    45    46    44
TV--Campeonatos nacionais               44     50    46    43    40
  (Brasil./Copa do Brasil
TV--Shows variados                      39     44    39    38    36
TV--Seriados                            38     47    42    36    31

Fig. 7--Tabela 6--Utilizacao (frequente) da internet por espectadores
de telenovela (percentual total e por classe). Amostra do filtro:
11.932

Frequentemente                          Total    A     B     C    D/E

Utiliza para bate papo                     4     5     5     4     3
Utiliza para publicar/atualizar blogs      1     2     1     1     0
Utiliza para ver/part. blogs               1     2     1     0     0
Utiliza para sites relacionamento         10    13    11    10     6
Utiliza para sites busca                  13    15    16    12     6
Utiliza para progr. lazer                  2     7     4     1     0
Utiliza para fofocas/gente famosa          3     5     4     2     1
Utiliza para jogar on line                 4     4     4     4     2
Utiliza para baixar videos/filmes          5    10     7     4     2
Utiliza para assistir videos               4     9     6     4     2
Utiliza para assistir TV                   1     2     1     0     0

Fig. 8--Tabela 7--Utilizacao (muito frequente) da internet por
espectadores de telenovela (percentual total e por classe).
Amostra do filtro: 11.932

Muito frequentemente                    Total    A     B     C    D/E

Utiliza para bate papo                     5     9     7     5     2
Utiliza para publicar/atualizar blogs      1     2     1     0     0
Utiliza para ver/part. blogs               1     3     1     0     0
Utiliza para sites relacionamento         29    53    41    24    10
Utiliza para sites busca                  26    58    39    18     7
Utiliza para progr. lazer                  1     4     2     1     0
Utiliza para fofocas/gente famosa          2     3     2     1     1
Utiliza para jogar on line                 3     5     5     3     1
Utiliza para baixar videos/filmes          3     9     5     2     1
Utiliza para assistir videos               3     6     4     3     1
Utiliza para assistir TV                   1     1     1     1     0

Fig. 9--Tabela 8--Sites/portais mencionados para acessar as redes
sociais. (total e por classes). Amostra do filtro: 11.932

Total mencoes-Sites relacionamento   Total    A     B     C    D/E

Facebook                               40    66    52    35    17
Twitter                                  1     3     1     1     0
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