Transmedia consumption in television contents: exploring possibilities on a research agenda/Consumo transmidias de conteudos televisivos: exploracoes em torno de uma agenda de investigacao.
Fechine, Yvana Carla ; Bronsztein, Karla Patriota
Transmidiacao: Conceituacao e estrategias (1)
A producao contemporanea de conteudos audiovisuais nao pode mais
ser dissociada da atuacao dos grandes conglomerados de comunicacao, que
possuem interesses no cinema, na teve aberta e a cabo, em jornais e
revistas, no mercado editorial e nas midias digitais. Esses
conglomerados operam hoje de acordo com uma logica comercial que Jenkins
(2003) denomina de franquias de entretenimento referindo-se ao modo
como, a partir da convergencia (2), um mesmo produto e explorado,
sinergicamente, pelas suas diferentes empresas observando um fluxo
cross-media de consumo. Neste ambiente, no entanto, as experiencias de
integracao entre midias assumem um carater particular ao
compatibilizarem as estrategias mercadologicas com os pressupostos da
chamada cultura participativa, propiciada pela popularizacao dos mais
variados dispositivos digitais interativos, sobretudo a partir da ultima
decada. E neste cenario que se difunde a nocao de transmidiacao
associada as logicas de producao e consumo de conteudos em multiplas
plataformas (3). Sem limites conceituais bem definidos, a transmidiacao
nos desafia a pensar sobre suas estrategias ate mesmo como forma de
melhor caracteriza-la como fenomeno. O ponto de partida para esta
problematizacao e a ideia de transmedia storytelling forjada a partir da
industria do entretenimento.
De acordo com Jenkins, a transmedia storytelling, ou narrativa
transmidia, representa um processo no qual um conjunto de elementos de
uma ficcao estao dispersos sistematicamente por multiplas plataformas
com o proposito de criar uma experiencia unificada e coordenada de
entretenimento (2003a, 2008). As narrativas transmidias envolvem a
criacao de universos ficcionais compartilhados pelos diferentes meios,
cabendo a cada um deles desenvolver programas narrativos proprios, mas
de modo articulado e complementar com os demais. As historias que
comecam a ser contadas na tela do cinema tem continuidade na tela da
teve e, depois, no computador. O procedimento tambem ocorre ao contrario
com narrativas que surgem nas telas de computador, desdobram-se na tela
do cinema e, a partir dai, chegam a teve. Com esse tipo de estrategia, o
objetivo agora e construir um complexo mundo ficcional que sustenta
multiplas relacoes entre os personagens e suas historias.
Esses desdobramentos possiveis do universo ficcional proposto se
manifestam em multiplos meios, expandindo o enredo original em distintos
momentos de sua linha temporal, enfocando novos aspectos ou pontos de
vista, explorando personagens secundarios e/ou complexificando a atuacao
dos protagonistas a partir de situacoes e ambientes proprios a cada
plataforma. Para isso, e necessario investir na proposicao de universos
ficcionais capazes de acolher diversos personagens, do mesmo modo que
estes devem ser compostos para sustentar multiplas situacoes. Na
pratica, os fenomenos de transmidiacao mais bem-sucedidos, segundo
Jenkins (2008), tem sido aqueles nos quais cada midia da uma
contribuicao ao sistema narrativo como um todo, mantendo, no entanto,
sua autonomia. Idealmente, a narrativa proposta por cada meio deve fazer
sentido tanto para os espectadores que tomam contato com aquele universo
ficcional pela primeira vez, por meio de uma determinada midia, quanto
para os outros que buscam aquele universo ficcional em varias midias. O
desafio para criadores/realizadores passa a ser, entao, compatibilizar
os desdobramentos nas distintas midias a partir do mesmo environment
narrativo --um mesmo nucleo duro de personagens envolvidos em um mesmo
percurso --que se expande a cada midia.
Quando Jenkins (2008) difundiu no meio academico o conceito de
transmedia storytelling, o emprego de multiplas plataformas para
expressao de um mundo ficcional ja nao era uma novidade na industria do
entretenimento norte-americana. Desde Star Wars, que explorou
sinergicamente a expansao da narrativa entre a teve e o cinema e depois
para outros meios, ainda nos anos 70, essas estrategias de integracao
entre midias ja vinham sendo exploradas com exito pelos produtores
hollywoodianos. No comeco dos anos 90, Kinder (1991) havia, inclusive,
utilizado o mesmo termo transmedia para designar fenomenos como as
Tartarugas Ninja e Pokemon que exploravam um personagem ou grupo de
personagens em um conjunto de produtos correlacionados, tais como
filmes, seriados de teve, quadrinhos, brinquedos, entre outros. Ela
denominou esses fenomenos, na epoca, de "sistemas comerciais
transmidias", destacando o modo como a imbricacao desses produtos,
criados a partir dos mesmos personagens e universos ficcionais,
configurava "nucleos de entretenimento" e apelava para uma
intertextualidade entre midias inerente a cultura popular massiva
(Kinder, 1991). O merito de Jenkins (2008) foi, posteriormente,
descrever e chamar a atencao para um tipo de experiencia de integracao
entre midias--operada, sobretudo pelos seriados--na qual os fas tinham,
agora, um papel fundamental na articulacao dos conteudos. Desenvolvidos
em uma unica midia, os seriados tradicionais, explica Jenkins (2010,
p.24), ofereciam maior orientacao aos espectadores. Concebidos para
multiplas plataformas, seriados como Lost, Heroes, 24 Horas, entre
outros, oferecem agora um fluxo menos linear de informacao. Criam assim
um espaco no qual os usuarios sao estimulados a buscar a conexao entre
os elementos disponiveis em diferentes plataformas midiaticas,
compartilhando com outros usuarios aquilo que encontram em suas proprias
buscas. Jenkins (2010, p.16) destaca como esse ambiente de convergencia
propicia, por um lado, a fluidez com que o conteudo passa por diferentes
plataformas e, por outro, a capacidade do publico de empregar redes
sociais para se conectar de maneiras novas, moldando ativamente a
circulacao desse conteudo e desenvolvendo habilidades tanto para filtrar
quanto para se envolver amplamente com os produtos espalhados nas
distintas midias. Para Jenkins (2008; 2003b), os consumidores sao
agentes criativos fundamentais na constituicao do universo ficcional
transmidia, pois sao eles que, ao atenderem o convite para estabelecerem
essas conexoes, definem nao apenas os usos das midias, mas tambem aquilo
que efetivamente circula entre elas. A emergencia da cultura
participativa, portanto, nao e apenas a chave para caracterizacao dos
fenomenos transmidias. E tambem o elemento mais importante para
distincao deste novo tipo de fluxo cross-media de consumo que ficou
conhecido como transmedia (transmidia).
Os modos pelos quais os consumidores sao convidados a participar de
experiencias transmidias sao tambem muito variados. Ainda que o proprio
Jenkins (2008) nao proponha nenhum tipo de categorizacao dentre elas,
parece possivel, observando os exemplos que sao dados de projetos
transmidias, identificarmos pelo menos duas grandes estrategias que,
embora dotadas de suas especificidades, podem colaborar
concomitantemente para o exito de uma mesma experiencia de integracao
entre midias.
A primeira estrategia e caracterizada por uma expansao de
conteudos: ou seja, transbordamentos do universo tematico proposto a
partir da oferta de elementos dotados, por um lado, de uma funcao ludica
ou, por outro lado, de uma funcao narrativa propriamente dita. Neste
primeiro caso, promove-se inclusive a extracao de elementos do universo
narrativo para o cotidiano da audiencia por meio de conteudos que
estimulam o espectador a fabular, a vivenciar, a entrar em um jogo de
faz de conta a partir do seu envolvimento com os personagens e as
situacoes apresentadas. No ultimo caso, investe-se na proposicao de
extensoes textuais em plataformas associadas, tendo como referencia a
construcao de uma transmedia storytelling, ou narrativa transmidia, tal
como descrita aqui anteriormente.
Nao se pode esquecer, porem, que uma narrativa transmidia e tambem
narrativa, devendo observar, a despeito de suas especificidades, um
conjunto de procedimentos que a definem como tal, ja descritos em
trabalhos anteriores (Fechine e Figueiroa, 2011 e Fechine, 2012). Neste
caso, investe-se na complementaridade entre elementos e programas
narrativos interdependentes, mas dotados de sentido em si mesmos. Ha,
portanto, uma organicidade entre os conteudos postos em circulacao e
disponiveis para acesso dos agentes criativos (consumidores). Essa
interdependencia e organicidade entre os eventos distribuidos entre os
diferentes meios e o que nos permite enxergar o conjunto como um tipo
particular de narrativa que investe na integracao entre meios para
propor aprofundamentos a partir dessa distribuicao articulada de
conteudos (Fechine e outros, 2013).
A articulacao dos conteudos entre as plataformas, no entanto, nem
sempre e presidida pelo mesmo tipo de relacao de complementaridade e
aprofundamento, ainda que o objetivo seja sempre promover o engajamento
do fruidor. Ha casos, porem, em que os conteudos de uma ou mais midias
estao correlacionados, mas nao estao implicados diretamente uns nos
outros, o que acaba configurando um segundo tipo de estrategia. A chave
da experiencia transmidia passa a ser, agora, a ressonancia e a
retroalimentacao dos conteudos. Um conteudo repercute ou reverbera o
outro, colaborando para manter o interesse, o envolvimento e a
intervencao criativa do consumidor de midias no universo proposto, mesmo
que nao desempenhe, a rigor, uma funcao narrativa. Trata-se, muito
frequentemente, de uma estrategia destinada a repercutir um universo
ficcional em redes sociais na web ou fora dela, acionando o gosto dos
consumidores por conversarem e/ou por saberem mais sobre aquilo que
consomem nas midias. Com isso, colabora-se para manter o consumidor de
midias envolvido com o universo ficcional proposto, seja convocando-o a
algum tipo de atuacao colaborativa, seja simplesmente convidando-o a dar
ressonancia aos conteudos propostos, agendando-os entre outros usuarios
ou em outras instancias, constituindo comunidades de interesses.
Observa-se ainda, sobretudo na publicidade, o desenvolvimento de
conteudos articulados em multiplas plataformas para
"reiteracao" de valores. Forma-se, desse modo, um ciclo
sinergico no qual um conteudo chama atencao sobre o outro, acionando uma
producao de sentido apoiada nessas remissoes reciprocas e nessa
propagacao por distintos meios de um determinado universo ficcional.
Considerando a diversidade de estrategias dessas acoes de
integracao entre midias, propomos entao empregar o termo transmidiacao
para designar, de modo mais amplo, toda producao de sentido fundada na
reiteracao e familiaridade, pervasividade e distribuicao em distintas
plataformas tecnologicas de conteudos associados, cuja articulacao esta
ancorada na cultura participativa estimulada pelos meios digitais. Em
outras palavras, a transmidiacao pode ser pensada como uma logica de
producao multiplataforma ancorada no consumo participativo das midias no
cenario de convergencia. Nesta perspectiva, nao se limita apenas aos
conteudos ficcionais e de entretenimento no audiovisual, embora se
observe nestes os desenvolvimentos mais expressivos ate aqui. Partindo
dessa conceituacao de base e da identificacao de estrategias mais
gerais, e possivel propor uma agenda de investigacao do consumo
transmidia de conteudos televisivos, foco de nosso interesse, orientada
por ao menos tres eixos: (1) problematizacao teorico-conceitual dos
termos em que pode se dar a apropriacao das estrategias transmidias em
distintos campos de producao--entretenimento, publicidade, jornalismo
etc.--atentando, de um lado, para as limitacoes e potencialidades
delineadas por seus processos comunicacionais especificos e, de outro,
para as propriedades tecnico-expressivas das plataformas empregadas e da
midia regente; (2) definicao de protocolos metodologicos para
acompanhamento da circulacao e recepcao de conteudos transmidias; (3)
observacao do consumo dos meios por parte da populacao brasileira,
associando-o a comportamentais e atitudes.
Estamos diante, evidentemente, de uma agenda de investigacao
desafiadora e de longo prazo, para a qual pretendemos, por ora, apenas
apontar. Entretanto, como parte deste esforco, propomo-nos, nos limites
deste artigo, a trabalhar sobre o eixo (3), fazendo uma analise
exploratoria de dados referentes ao consumo dos meios, capazes de dar
sinalizacoes para a compreensao das praticas de consumo transmidias.
Para esta analise, usamos o software Sisem (4) Suite e nos debrucamos
sobre o banco de dados do primeiro trimestre de 2014 do Estudo Geral dos
Meios (EGM), realizado pelo Ipsos Marplan Media CT entre dezesseis
mercados brasileiros que, juntos, representam 86% de todos os
investimentos publicitarios no Brasil (5). Nesta exploracao, elegemos a
televisao como lugar privilegiado de observacao (midia de referencia) em
funcao dos nossos interesses de pesquisa e a partir de dados oferecidos
pelo proprio EGM em relacao aos chamados heavy users. (6) Como se pode
observar no grafico 1, ha um claro predominio da televisao aberta: 74%
dos entrevistados declaram ser este o meio que consomem mais
intensamente, havendo entre estes um predominio dos adultos jovens
(faixas entre 20 a 34 anos, que, juntos, representam 29% de todos os
consumidores heavy user do meio. Os menores grupos de consumidores heavy
user sao encontrados nas faixas etarias de 18 a 19 anos e 65 a 69 anos,
ambos com 3%.
Transmidiacao: sinalizacoes a partir do consumo dos meios
De forma mais ampla, o EGM consiste na coleta e analise dos
conteudos de midia/consumo e comportamento/atitude dos consumidores
diante dos meios de comunicacao e de toda uma gama de produtos e marcas.
Faz ainda um levantamento da percepcao que os entrevistados possuem
sobre as midias. Para isso, perguntas que revelam se o entrevistado
consome simultaneamente as midias ou ainda se consome (e em que nivel)
os conteudos de determinadas midias em distintas plataformas foram
feitos a 75.388 mil pessoas no periodo que analisamos (primeiro
trimestre de 2014), que representam, de forma projetiva, 80 milhoes de
pessoas na populacao brasileira, das classes A, B, C e D/E (7) (Criterio
Brasil (8)) e em todas as faixas etarias. Com base nesses dados, ja e
possivel extrair alguns indicativos capazes de orientar a formulacao de
estrategias de producao e consumo transmidias a partir da televisao,
midia escolhida para esta exploracao inicial.
Um primeiro dado a destacar na observacao do comportamento dos
entrevistados que declaram assistir a televisao diariamente sao os
percentuais de espectadores que ligam a teve em busca de programas
especificos (tabela 2). Trata-se de um dado que conota um maior
envolvimento dos espectadores com determinados conteudos acessados, o
que e uma condicao sine qua non para a efetivacao do consumo
participativo inerente as experiencias transmidias. Sem este interesse,
dificilmente um espectador sera levado a buscar retroalimentacao ou
mesmo expansoes de conteudos em outras midias/plataformas. Outro dado a
ser levado em consideracao: em todas as classes economicas e infimo o
percentual de espectadores que consome conteudos televisivos no celular
(menos de 1%) e/ou na internet (1%) da populacao pesquisada (9). Os
dados mostram que nao ha ainda uma mudanca significativa quanto ao
dispositivo e situacao a partir dos quais sao consumidos os conteudos
televisivos.
Ha ainda indicadores relevantes quando investigamos o modo como as
pessoas assistem a televisao. Em todas as classes, a maioria dos
entrevistados conjuga o consumo do meio com atividades domesticas, sendo
ainda bem poucos os que acessam outras plataformas ao mesmo tempo em que
estao em frente a televisao (tabela 03). Entre os que assistem teve
diariamente e utilizam a internet ha, de modo geral, o predominio do uso
da internet para acessar os sites de relacionamento, ainda que seja
possivel verificar, entre as classes A e B, a indicacao do consumo de
noticias e esportes e o habito de baixar e assistir videos como
principais motivos de acesso, sem que isto diminua a relevancia, entre
estes, da utilizacao das redes sociais (tabela 04).
A partir destes indicadores comportamentais, surgem mais duas
sinalizacoes significativas: o uso das redes sociais para propagacoes
transmidias e uma aposta certeira, pois o acesso a internet em busca dos
sites de relacionamento e predominante em todas as classes, embora os
percentuais mais expressivos concentrem-se naquelas de maior poder
economico (tabela 4). De modo geral, porem, o uso dessas plataformas,
nao se da concomitantemente a fruicao da teve, como demonstra a tabela
3, o que sugere uma maior eficacia de estrategias pautadas no consumo
assincrono das midias e plataformas. Nao estamos ainda, como se
especula, sob a egide de um consumidor transmidia multitarefa.
Alem da observacao mais geral do comportamento de consumo de
midias, no caso da teve, e importante atentar para as determinacoes dos
generos/formatos televisuais na definicao de estrategias transmidias.
Entidades comunicativas por excelencia da cultura de massa, os generos
orientam todo o uso da linguagem no ambito de um determinado meio. Podem
ser pensados como matrizes de natureza estetica e sociocultural que
envolvem promessas de relacao com o mundo (ser ficcional ou nao
ficcional, por exemplo) e processos de reconhecimento. Operam a partir
de certos habitos produtivos (determinados modos de produzir) e de
certos habitos receptivos (determinado sistema de expectativa do
publico) que precisam, portanto, ser levados em conta quando a producao
de sentido aposta na articulacao multiplataforma dos conteudos.
Os dados do EGM Ipsos Marplan (tabela 5) apontam o telejornal e a
telenovela/minisseries como os generos televisuais mais consumidos entre
os brasileiros (80% e 69% dos entrevistados, respectivamente). Dentre
estes formatos, a telenovela, e, sem duvida, o que tem investido de modo
mais assumido e inovador em estrategias transmidias. Hoje, as
telenovelas da Rede Globo, principal referencia e produtora do genero no
Brasil, contam com um projeto transmidia cujas acoes sao pensadas a
partir das caracteristicas da trama e ficam a cargo de uma equipe
composta especialmente para este fim. As telenovelas foram o primeiro
unico setor de producao na Globo a contar com produtores especificos de
conteudos transmidias, embora as articulacoes entre teve e internet ja
estivessem presentes em outros programas. As equipes transmidias sao
escaladas por novela e passam a, partir dai, a trabalhar diretamente com
seus autores e diretores. Ha, assumidamente, um interesse da Globo na
transmidializacao de suas telenovelas (Medeiros e Gontijo, 2013). Cabe
entao, no contexto da televisao brasileira, uma observacao mais
cuidadosa sobre este genero (10).
Para esta analise exploratoria dos habitos de consumo de midias dos
espectadores de novelas e minisseries pareceu-nos pertinente observar
tambem, neste segmento que tem predilecao pela teledramaturgia, o tipo
de utilizacao e a intensidade de consumo da internet (11). Esta
intensidade foi aferida a partir de tres indicadores: consumo ocasional,
frequente e muito frequente dos espacos online. Desprezamos o primeiro
nao apenas pela inexpressividade dos numeros quanto pela pressuposicao
de que o consumo ocasional nao e relevante para definicao de estrategias
transmidias. Em todas as classes, os entrevistados declaram que o uso
mais intenso da internet (categorias frequente ou muito frequente) se da
para acessar sites de busca. Entretanto, e razoavel supor que o acesso
aos sites de busca nao representa, via de regra, uma finalidade em si
mesma. Passa entao a ter mais relevancia a constatacao que, depois do
acesso aos sites de busca, o uso da internet indicado como frequente ou
mais frequente pelos telespectadores de telenovelas/minisseries seja
para entrar em sites de relacionamento (tabelas 6 e 7). No caso
especifico dos consumidores de telenovelas/minisseries que tem o habito
de acessar as redes sociais muito frequentemente (exceto os agrupados na
classe A), eles o fazem com percentuais maiores do que o acesso muito
frequente aos sites de buscas (tabela 7). Estes habitos dos espectadores
de novelas e minisseries confirmam a tendencia geral de consumo da
internet apontada na tabela 4 e, novamente, reforcam o potencial das
redes sociais digitais na construcao de estrategias transmidias
associadas a teledramaturgia.
No Brasil, os sites de relacionamento com o maior numero de
usuarios sao o Facebook (12) e o Twitter (13). Contudo, o Youtube, que
tambem e considerado com um site de "relacionamento" em outros
moldes, abarca o segundo lugar na participacao dos brasileiros: 47%, de
acordo com o EGM Online (2014). Interessou-nos, entao, saber se os
espectadores de telenovelas utilizavam tais plataformas para o
relacionamento online (14). Os dados revelam uma predominancia geral de
mencoes ao Facebook (40%), com algumas diferencas em relacoes as classes
economicas (tabela 8). No caso especifico das novelas, a intensidade de
uso das redes sociais e, dentre estas, a expressividade do
Facebook--plataforma amplamente usada para discussoes do cotidiano e
ainda apresentando crescimento no Pais (15)--indicam o quanto a
televisao e a internet podem operar, sinergicamente, a partir de uma
caracteristica fundamental dos consumidores do genero ja apontada por
estudiosos da teledramaturgia brasileira: o gosto do publico por
conversar sobre e a partir das telenovelas.
As conversas provocadas pelas telenovelas nao dizem respeito apenas
ao destino dos personagens e aos caminhos que a historia tomou ou pode
tomar. Tratam tambem de problemas sociais e dilemas morais que estao
subjacentes as situacoes vividas pelos personagens ou as suas
caracterizacoes. Lopes (2009) lembra que a telenovela brasileira ja
abordou questoes polemicas como a reforma agraria, o
"coronelismo", a especulacao imobiliaria, as companhias
multinacionais, a corrupcao politica, o racismo, as minorias, entre
outras. Ao tratar de tais questoes, a telenovela brasileira tem
funcionado, segundo a autora, como uma instancia de debate publico,
definindo "uma certa pauta que regula as intersecoes entre a vida
publica e a vida privada" (Lopes, 2009, p.23), dando visibilidade a
certos assuntos, comportamento, problemas sociais ou dilemas morais, e
nao a outros. Abre-se, em funcao dessa pratica, um campo novo e fertil
de exploracao de elementos correlacionados aos temas propostos pela
telenovela a partir de estrategias de retroalimentacao de conteudos
entre as plataformas (Fechine, Figueiroa e Cirne, 2011).
Consideracoes finais
O levantamento e analise de dados do EGM Ipsos Marplan, explorados
aqui como etapa inicial de uma agenda de investigacao do consumo
transmidia, sinaliza, ao final, um grande dilema para os produtores de
conteudos televisivos nesse cenario de convergencia: a incipiente
insercao do publico brasileiro sobretudo, nas classes economicas C e
D/E--na dinamica da cultura participativa. Para Jenkins (2006), o cerne
dessa cultura participativa e a transformacao do consumidor de midias
tambem em um produtor de conteudos distribuidos por canais alternativos
abertos pela internet (plataformas colaborativas, rede sociais, por
exemplo). Estes conteudos sao o resultado, muitas vezes, da apropriacao
e reelaboracao do que e posto em circulacao pelos conglomerados de
midias (recriacoes, parodias) e, no extremo, culminam com a producao dos
chamados fandoms, dos quais surgem praticas como downloads e
distribuicao de episodios oficiais, spoiling, criacao de sites e
episodios proprios a partir das narrativas canonicas. Para Jenkins
(2006, p.136), a mais legitima expressao dessa cultura participativa
esta nessas comunidades de fas que interagem com o ecossistema midiatico
orientado por uma inteligencia coletiva (conhecimentos construidos de
modo colaborativo pela rede).
Em uma chave mais geral, e possivel compreender o consumo
transmidia como o modo de consumir as midias no seio dessa cultura
participativa, tal como descrita por Jenkins (2008). Nesta perspectiva,
porem, a problematizacao teorico-conceitual dos termos em que pode se
dar a apropriacao das estrategias transmidias em distintos campos de
producao deve comecar pela caracterizacao do modo como a cultura
participativa se manifesta em cada um deles a partir, tambem, dos
estagios e configuracoes economicas, tecnologicas e socioculturais de
cada pais. Evidentemente, quando olhamos para a televisao brasileira,
estamos diante de um cenario muito distante das praticas de producao e
consumo transmidias analisados por Jenkins (2008) a partir dos seriados
norte-americanos. Para estas distincoes, colaboram determinacoes de
varias ordens--a comecar pelo acesso facil e qualificado a rede--, mas,
interessa-nos, sobretudo, olhar para caracteristicas especificas de
producao e consumo dos produtos culturais de maior alcance na teve
brasileira, entre eles, a telenovela (16).
No contexto nacional, os indicadores com os quais trabalhamos aqui
revelam uma predisposicao dos que assistem a televisao diariamente para
o uso das midias sociais, indicando sua pertinencia e potencial na
elaboracao de estrategias transmidias. No entanto, mesmo nessas
plataformas, pode-se constatar no total (42%) e por classe ainda uma
participacao moderada (tabela 4). Observando, de modo particular, o
comportamento dos telespectadores que consomem telenovela, essa
dificuldade fica ainda mais evidente. Segundo os dados do EGM Ipsos
Marplan, as faixas de publico que mais assistem as telenovelas sao a
classe D/E (72%) e a classe C (71%) (17). Em ambas, o percentual dos que
publicam/atualizam blogs--o que sugere um comportamento mais ativo na
rede--e infimo. O percentual dos que acessam sites de relacionamentos
experimenta um crescimento maior,ja que observamos que 10% dos que
assistem telenovelas e minisseries frequentemente acessam sites de
relacionamento e 29% acessam muito frequentemente (tabelas 6 e 7,
respectivamente), contudo os numeros mais expressivos estao nas classes
A e B e nao no contingente maior de espectadores dos formatos em
questao, a despeito de ser esta uma das praticas na internet preferidas
pelos que consomem teve.
A analise dos dados do EGM Ipsos Marplan, aliada a observacoes
preliminares de campo, nos permite supor, por ora, que a elaboracao de
conteudos televisivos transmidias pelos produtores brasileiros devera
ser orientada muito mais por estrategias de
"retroalimentacao/ressonancias" que de
"expansoes/aprofundamentos" de conteudos (tabela 1). As
estrategias de propagacoes transmidias permitem explorar com eficacia
essa nossa predilecao por conversar, por estar em contato uns com os
outros nos sites de relacionamento, o que nos parece uma constatacao
inicial importante dentro da complexa agenda de investigacao que temos
pela frente para compreender essas novas praticas.
DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2016.1.21335
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Recebido em: 13/7/2015
Aceito em: 10/9/2015
Yvana Carla Fechine
Professora do Departamento de Comunicacao Social e do Programa de
Pos-graduacao em Comunicacao da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). E mestre e doutora em Comunicacao e Semiotica pela Pontificia
Universidade Catolica de Sao Paulo (PUCSP).
<
[email protected]>
Karla Patriota Bronsztein
Doutora em Sociologia e Mestre em Comunicacao pela Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Professora do Departamento de Comunicacao
Social e do Programa de Pos-graduacao em Comunicacao da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE).
<
[email protected]>
Endereco dos autores:
Yvana Carla Fechine <
[email protected]>
Programa de Pos-graduacao em Comunicacao
Universidade Federal de Pernambuco
Av. Prof. Morais Rego, 1235--Cidade Universitaria
CEP: 50670-901
Recife, PE--Brasil
Karla Patriota Bronsztein <
[email protected]>
Programa de Pos-graduacao em Comunicacao
Universidade Federal de Pernambuco
Av. Prof. Morais Rego, 1235--Cidade Universitaria
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Recife, PE-Brasil
(1) Adiscussao retoma ideias ja desenvolvidas por Fechini em
trabalhos anteriores realizados junto ao Observatorio Ibero-americano da
Ficcao Televisiva (OBITEL Brasil) e a Red Transmediaticos, grupo
latino-americano de investigadores sobre narrativa transmidia (Fechini,
2012).
(2) Por convergencia, entendemos aqui transformacoes relacionadas
"[...] ao fluxo de conteudos atraves de multiplos suportes
midiaticos, a cooperacao entre multiplos mercados midiaticos e ao
comportamento migratorio dos publicos dos meios de comunicacao."
(Jenkins, 2008, p.27).
(3) Compreendemos aqui como plataforma a articulacao de uma midia
com uma determinada tecnologia. Nesta perspectiva, e possivel
identificarmos distintas plataformas de distribuicao de conteudos em um
mesmo meio, como ocorre, por exemplo, na teve e na internet.
(4) Sistema Estudos Marplan.
(5) O EGM tem periodicidade trimestral e reune amostra das
seguintes pracas: Grande Sao Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Porto
Alegre, Grande Recife, Grande Belo Horizonte, Grande Salvador, Grande
Curitiba, Brasilia/DF, Grande Fortaleza, Grande Goiania, Grande
Florianopolis, Grande Vitoria e Interior de Sao Paulo. Para este
recorte, igualmente contamos com pesquisas nas cidades de Joao Pessoa,
Natal, Maceio e Sao Luiz. A pesquisa foi realizada com amostra
domiciliar (50% probabilistica e 50% projetiva), coletada atraves de um
questionario estruturado, preenchido pelo entrevistador, face a face com
o entrevistado. As perguntas sao fechadas e rapidas e, em alguns casos,
permitem respostas multiplas--o que possibilita em alguns itens, as
respostas ultrapassarem o percentual de 100%.
(6) O usuario/consumidor com maior nivel de intensidade de consumo.
(7) Faixa da populacao/ mercado com caracteristicas afins em termos
de grau de escolaridade do chefe de familia e itens de conforto e posse
familiar.
(8) O criterio considera a "Classificacao economica" sem
a pretensao de classificar a populacao em termos de "Classes
sociais".
(9) Amostra do filtro: 17.885 entrevistados.
(10) O OBITEL vem acompanhando esse processo desde 2009. Cf., por
exemplo: Lopes, 2011, e Lopes e Gomez, 2011.
(11) Para isso estabelecemos como filtro as atividades relevantes
para pensar o consumo transmidia, ignorando atividades como uso para
pesquisas profissionais ou compra em sites de leilao, entre outros.
(12) De acordo com o EGM Online (2014), que considerou apenas os
brasileiros que acessam a internet, o Facebook desfruta da preferencia
de 91% dos entrevistados.
(13) Que apesar de so apresentar 1% de mencoes na pesquisa do
EGM--Ipsos, fechou o ano de 2014 com um crescimento de
25,6%--considerado o maior crescimento percentual visto na plataforma
desde 2010 no Brasil. (Fonte: Divulgacao Twitter. Disponivel em:
<http://www.adnews.
com.br/internet/twitter-tem-maior-crescimento-no-brasil-desde-2010>.
Acesso em: 24 jan. 2015.
(14) Neste caso, nao consideramos todas as mencoes a outros sites e
portais que viabilizam o acesso aos diversos sites de relacionamento
atualmente disponiveis, nos concentramos apenas nas plataformas que
observamos como as mais usadas para as estrategias transmidia.
(15) Em 2014, o Facebook completou dez anos e contabilizou 1,23
bilhoes de usuarios ativos, cerca de 20% da populacao mundial.
Disponivel em: <http://www.portugues.rfi.fr/geral/20140204facebook-comemora-dez-anos- com-crescimento-e-mais-de-2-bilhoes-de-usuarios>.
Acesso em: 24 jan. 2015. De acordo com o EGM Online, 2014, entre os
brasileiros que acessam a internet, 75% o fazem para acessar as redes
sociais, com prioridade para o Facebook. Muito embora, o Instagram tenha
crescido em 66% sua base, em 2013, agregando 60 milhoes de novos
usuarios ativos mensais.
(16) Para uma discussao sobre as potencialidades e limitacoes para
desenvolvimento de uma narrativa transmidia a partir da telenovela, veja
Fechine, Figueiroa & Cirne (2011).
(17) Filtro: Ambos sexos com 10 anos e mais anos. Total do Universo
(em mil): 75388, amostra do Filtro: 17885, dados referentes ao primeiro
trimestre de 2014.
Fig. 1--Tabela 1--Sintese das estrategias transmidias
PROPAGACOES EXPANSOES TRANSMIDIAS
TRANSMIDIAS
repercussoes extensoes
ressonancias desdobramentos
reiteracoes complementaridades
retroalimentacao aprofundamentos
Fig. 2-Grafico 1-Consumo Heavy User dos meios.
Amostra do filtro: 17.885 entrevistados.
Jornais seg./dom 13
Radio AM 5
Radio FM 24
TV Aberta 74
TV Paga 29
Internet 41
Cinema 2
Revistas 10
Note: Table made from bar graph.
Fig. 3--Tabela 2--Motivacao para consumir Televisao
(percentual por classe economica)
Motivo A B C D/E
Passar o tempo livre 48 56 62 56
Saber das noticias 56 62 67 58
Sentir acompanhado 42 49 55 50
Para se distrair 47 54 59 54
Aprender/ cultura geral 39 45 52 46
Informacoes de shows/espet./etc. 29 32 35 32
Saber noticias de esportes 50 53 56 48
Estar atualizado 53 58 65 58
Ver/escutar programas especif. 56 62 66 58
Informar sobre que deseja comprar 33 39 46 42
Fig. 4--Tabela 3--Consumo de Televisao (ultimos 30 dias) associado
a outras atividades (percentual por classe economica). Amostra do
filtro: 17.515
Assiste TV e ... (simultaneamente) A B C D/E
toma cafe da manha 21 24 27 26
almoca/janta 39 45 48 50
come alguma coisa 44 44 41 38
toma banho 3 2 2 2
se arruma para sair 7 8 7 6
esta no carro/meio transporte c/pass 1 1 0 0
responde e-mail 7 5 2 1
fala no celular 15 13 11 7
entra em redes sociais/blogs 9 7 4 2
entra/posta mensagens em microblogs 3 2 1 0
ouve radio 2 3 2 2
le/folhea revista 4 2 1 0
le/folhea jornal 3 2 1 1
fica navegando na internet 12 9 5 2
le livro 3 2 1 0
trabalha 4 4 3 3
faz alguma atividade domestica 15 20 22 24
estuda 4 3 2 1
conversa com outra pessoa 30 32 31 28
pratica alguma atividade fisica/ginastica 3 2 1 1
nenhuma outra atividade 17 15 16 16
outras atividades 1 1 0 1
Fig. 5--Tabela 4--Consumo de internet pelos que assistem a Televisao
(ultimos 30 dias) (percentual por classe economica). Amostra do
filtro: 17.515
Acessa Internet para ... Total A B C D/E
noticias em geral 25 58 39 16 5
esporte 10 25 15 6 2
baixar videos/filmes 10 19 14 7 3
assistir videos/filmes 9 17 12 8 3
acessar bate papo (chats) 11 16 14 10 5
assistir TV 2 3 2 1 1
fofocas/gente famosa 4 7 6 3 1
sites relacionamento 42 65 54 36 16
publicar/atualizar blogs 2 3 2 1 0
informacoes exclusivas pagas 1 1 1 0 0
jogar on line 8 10 9 7 3
participar de forum de discussao 1 3 2 1 0
Fig. 6--Tabela 5--Os dez generos televisuais mais assistidos
(percentual total e por classe economica). Amostra do Filtro:
17.515
Total
Programas consumidos na TV Geral A B C D/E
TV--Noticiario geral--telejornal 80 79 80 80 80
TV--Telenovelas/ minisseries 69 58 64 72 76
TV--Filmes estrangeiros dublados 62 73 66 60 52
TV--Transmissoes esportivas--futebol 50 55 51 49 45
TV--Programas de auditorio 49 36 43 53 56
TV--Filmes nacionais 49 58 53 47 41
TV--Humorismo 45 44 45 46 44
TV--Campeonatos nacionais 44 50 46 43 40
(Brasil./Copa do Brasil
TV--Shows variados 39 44 39 38 36
TV--Seriados 38 47 42 36 31
Fig. 7--Tabela 6--Utilizacao (frequente) da internet por espectadores
de telenovela (percentual total e por classe). Amostra do filtro:
11.932
Frequentemente Total A B C D/E
Utiliza para bate papo 4 5 5 4 3
Utiliza para publicar/atualizar blogs 1 2 1 1 0
Utiliza para ver/part. blogs 1 2 1 0 0
Utiliza para sites relacionamento 10 13 11 10 6
Utiliza para sites busca 13 15 16 12 6
Utiliza para progr. lazer 2 7 4 1 0
Utiliza para fofocas/gente famosa 3 5 4 2 1
Utiliza para jogar on line 4 4 4 4 2
Utiliza para baixar videos/filmes 5 10 7 4 2
Utiliza para assistir videos 4 9 6 4 2
Utiliza para assistir TV 1 2 1 0 0
Fig. 8--Tabela 7--Utilizacao (muito frequente) da internet por
espectadores de telenovela (percentual total e por classe).
Amostra do filtro: 11.932
Muito frequentemente Total A B C D/E
Utiliza para bate papo 5 9 7 5 2
Utiliza para publicar/atualizar blogs 1 2 1 0 0
Utiliza para ver/part. blogs 1 3 1 0 0
Utiliza para sites relacionamento 29 53 41 24 10
Utiliza para sites busca 26 58 39 18 7
Utiliza para progr. lazer 1 4 2 1 0
Utiliza para fofocas/gente famosa 2 3 2 1 1
Utiliza para jogar on line 3 5 5 3 1
Utiliza para baixar videos/filmes 3 9 5 2 1
Utiliza para assistir videos 3 6 4 3 1
Utiliza para assistir TV 1 1 1 1 0
Fig. 9--Tabela 8--Sites/portais mencionados para acessar as redes
sociais. (total e por classes). Amostra do filtro: 11.932
Total mencoes-Sites relacionamento Total A B C D/E
Facebook 40 66 52 35 17
Twitter 1 3 1 1 0