Com base na teoria do discurso de Ernesto Laclau, buscamos problematizar nesse texto concepções fundacionalistas da identidade docente, defendendo que os sentidos de professor hegemônicos não são a representação plena de uma essência dada a priori, mas são discursos que se constituem em um complexo processo político, onde identidade e diferença se encontram permanentemente tensionadas. Dessa forma, destacamos a dimensão relacional na constituição de toda identidade, na medida em que os sentidos de professor compartilhados no social são significados pela diferença, na relação com algo que é excluído no processo de significação, não havendo, portanto, um sentido positivo em si. Nessa perspectiva, estamos entendendo as políticas de formação de professores como espaço tensionado pelas diferentes identificações, que se constituem em resposta aos dilemas do cotidiano escolar e são incapazes de ser contidas pelos modelos de docência hegemonizados em tais políticas. Ao problematizarmos as concepções fundacionalistas de professor, propomos a identidade docente como horizonte, desafiando a formação de professores como sendo o espaço que possibilita a emergência da diferença no processo de significação do que é ser professor.