摘要:OBJETIVO: Compreender experiências de discriminação vividas por jovens universitários e analisar sua aplicação à construção de escala brasileira de discriminação. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo realizado com cinco grupos focais com 43 universitários do Rio de Janeiro, RJ, em 2008. Foram selecionados estudantes de cursos com distintas relações candidato/ vaga, de ambos os sexos e autoclassifi cados nas categorias de cor/raça branca, parda e preta de duas instituições de ensino público superior. Foi utilizado o roteiro que abrangia os termos preconceito e discriminação e questionava os participantes acerca de suas experiências discriminatórias. Adotou-se o método de interpretação de sentidos, buscando-se apreender o contexto, as razões e as lógicas das falas dos sujeitos. ANÁLISE DOS RESULTADOS: O preconceito foi interpretado como algo pertencente ao campo das idéias e possivelmente equivocado, podendo ser tanto positivo quanto negativo. A discriminação foi atribuída ao plano dos comportamentos observáveis e com conotação invariavelmente negativa. A interpretação de um evento como discriminatório foi infl uenciada por fatores subjetivos, tais como os interesses particulares e o grau de afetividade estabelecido entre os indivíduos. Porém, os limites entre o que foi interpretado como discriminatório ou não dependeu fortemente do contexto específico em que ocorreu a interação entre os sujeitos. Diferentes cenários e, eventualmente, mais do que uma motivação foram simultaneamente apontados nas experiências discriminatórias. Os participantes se reconheceram tanto como vítimas quanto perpetradores de discriminação. CONCLUSÕES: A interpretação de um evento como discriminatório é complexa e as experiências de discriminação são difi cilmente generalizáveis. Quando evidentes, os motivos pelos quais os sujeitos supõem que foram discriminados podem ser múltiplos e estar associados. Tais aspectos devem ser considerados na construção de escalas de discriminação.
其他摘要:OBJECTIVE: To understand experiences of discrimination lived by undergraduate students and to analyze their applicability to the construction of a Brazilian discrimination scale. METHODOLOGICAL PROCEDURES: In a qualitative study fi ve focus groups were conducted with 43 university students from the city of Rio de Janeiro, Southeastern Brazil, in 2008. Students from undergraduate courses with different candidate/place ratios; of both sexes; self-identifi ed as white, mixed or black; and belonging to two public higher education institutions were selected. An interview guide focusing on issues related to “prejudice” and “discrimination” and asking participants about their experiences of discrimination was used. The method of interpretation of meanings was adopted, seeking to understand the context, reasons and logics of participants’ speech. ANALYSIS OF RESULTS: Prejudice was interpreted as something belonging to the fi eld of ideas, probably equivocated, and which could be either positive or negative. Discrimination was attributed to the fi eld of observable behaviors and with an invariably negative connotation. The interpretation of a discriminatory event as such was influenced by subjective factors, such as personal interests and the level of affectivity established between individuals. However, the limit between what was interpreted as discriminatory or not depended strongly on the specifi c context in which the interaction among individuals occurred. Different situations and, at times, more than one motivation were simultaneously indicated as regards discriminatory experiences. Participants saw themselves as both victims and perpetrators of discrimination. CONCLUSIONS: The interpretation of an event as discriminatory involves great complexity and the experiences of discrimination can hardly be generalized. When evident, the reasons for which individuals suppose they have been discriminated against may be multiple and associated with each other. Such aspects must be considered when constructing items for the discrimination scale.