摘要:O sofrimento constitui uma realidade complexa, devendo ser distinguido da dor e demandando um tratamento interdisciplinar. São nele identificáveis dimensões várias, nomeadamente físicas, psíquicas, culturais, políticas e socioeconómicas, sendo todavia plenamente legítimo considerá-lo um fato social. As tendências para a tecnologização das respostas ao sofrimento, nomeadamente a psiquiatrização, impõem elas próprias uma abordagem de pendor sociológico, nalguns casos vincando mesmo diversos traços estritamente políticos. Tanto os aspectos atinentes à cultura e à vida religiosa quanto as questões relativas à economia são relevantes na consideração dessa problemática. Em particular, torna-se necessário sublinhar a importância do consumo competitivo e sinalizador de status. Esse relevo do consumo pode, nalguns casos, contribuir para reforçar as desigualdades sociais, do que por sua vez se ressente o bem-estar social geral. Esse reconhecimento, porém, não constitui garantia de que medidas de redistribuição igualitárias sejam consideradas desejáveis, mesmo do ponto de vista dos seus beneficiários.
其他摘要:Suffering is a complex reality, which we ought to distinguish from pain. Various dimensions, namely physical, psychological, cultural, political and socioeconomic, being identifiable, an interdisciplinary treatment is thus required. It is fully legitimate to consider it a social fact. Trends towards rendering responses to suffering a merely technical issue, namely psychiatrization, impose themselves a sociologically inclined approach, and in some cases even the consideration of strictly political traits. Both cultural aspects (including those related to religious life) and the economic facets are relevant to the consideration of this problem. Particularly, it is necessary to underline the importance of competitive consumption as a form of status signalization. This importance of consumption may, in some cases, contribute to reinforce social inequalities, which in turn may have negative repercussions in the general social welfare. This recognition, however, does not warrant that egalitarian redistribution measures are perceived as desirable, even from the point of view of its beneficiaries.