摘要:Ao estabelecermos um diálogo entre História e Literatura, referenciados na perspectiva foucaultiana, temos como objetivo refletir acerca da produção científica brasileira sobre as mulheres na transição do século XIX para o XX, a partir da obra O Cortiço, do escritor naturalista Aluísio Azevedo. Nesta publicação, as personagens negra, prostituta, louca e “invertida” ao se aproximarem das identidades marginais contrapunham o modelo de feminilidade estabelecido por meio de rígidos códigos morais legitimados pelos saberes da ciência. Objetivamos demonstrar, por meio da análise das personagens femininas em cotejo com os saberes científicos da época, que a normalidade é um instituto normativo discursivamente forjado.