摘要:Desde a Constituição de 1988, que os povos indígenas conquistaram o direito a uma escola intercultural, bilingue e diferenciada. Frente a essa conquista, surgiram questões: Como os indígenas querem implementar essa escola? Como devem se processar a interculturalidade e bilinguismo? Sendo a interculturalidade entendida como resultado das trocas que se estabelecem entre culturas, neste artigo analisamos as concepções relacionadas à interculturalidade existentes entre professores indígenas guarani. Trata-se de um estudo de caso cuja coleta de dados se deu por meio de entrevista semiestruturada com dois sujeitos. Concluímos que ambos concordam sobre a presença de conteúdos indígenas e não indígenas no currículo da escola indígena, porém esses conteúdos nem sempre devem ser trabalhados simultaneamente. Acreditam que a língua materna é um instrumento de preservação cultural e defendem a alfabetização em guarani, as atividades que favorecem a oralidade e a presença dos indivíduos mais experientes da aldeia na escola, contribuindo para a aprendizagem da cultura. Defendem que a escola indígena deve ter professores não indígenas e indígenas, para garantir o acesso a aspectos da cultura não indígena e o bilinguismo, mas, para eles, ela só será efetivamente indígena, se for administrada e tiver o corpo docente majoritariamente composto por nativos.